quinta-feira, dezembro 15, 2011

“Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso.” - Caio Fernando Abreu.
O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que tem saudade... sei lá de quê!" - Florbela Espanca

segunda-feira, dezembro 05, 2011

Raramente, faço chimarrão quando estou sozinha.
Em minha opinião, o chimarrão é algo coletivo
e não é tão divertido tomar sozinha.
Porém, hoje, me peguei com vontade de fazer e tomar.
É domingo, e se o Ed estivesse em casa, ele teria feito.
Fiz por causa disso.
Pois se ele estivesse aqui, iria tomar comigo.
Estou assistindo Transformers por causa dele.
Por algum motivo, ver este filme me aproxima da energia dele.


Desde ontem, tenho pensado muito.
Sem desespero, sem pânico, apenas pensando.
De verdade, parece que estou apenas enxergando.
Sentindo um profundo arrependimento, por perceber,
com clareza, o quanto me prejudiquei em diversos momentos.
Sempre acreditei que tinha feito diversas escolhas
baseada nas minhas razões e nos meus objetivos.
Hoje, eu começo a achar que havia outras razões pra isso.
As razões que eu não enxerguei.
Aquelas que ficam escondidas
várias camadas abaixo da dor
e que a gente faz força pra esquecer,
Mas ficam lá ... pairando sobre a nossa cabeça.
E com elas, nos sabotamos,
destruímos nossa possibilidade de encontrar a cura.
Acredito ter feito isso várias vezes.
Naquele momento, em que eu senti que tinha sido relegada,
pela pessoa que dizia, constantemente, que me amava,
que eu era “o ar que ela respirava” (ela diz isso até hoje),
eu deixei de acreditar em qualquer pessoa.
Não desacredito de amigos
(não sei por qual razão)
mas desacredito do amor romântico.
Basta ouvir promessas,
frases de efeito,
que funcionam maravilhosamente bem nos relacionamentos,
e algo dentro de mim deve começar a se construir (ou destruir).
Existe uma voz dentro de mim que repete:
“é mentira!!!”; “não acredita”, “não confia”,
“não se iluda”;“mantenha distância”; “afaste essa pessoa”.
Leva um tempinho, mas isso se forma,
Algumas vezes o efeito é devastador de outra forma.
Eu me interesso por quem vai me rejeitar.
Dessa forma, eu não corro o risco de me decepcionar.
Não existem promessas,
a culpa foi minha de fazer a escolha errada.
Eu sofro, mas me preservo.
E assim alguém confirma que o erro foi meu:
sou eu que não sou uma pessoa amável,
sou eu que não mereço ser amada.
Como não mereci quando era criança
e continuo não merecendo.
Ser rejeitada no amor,
Expõe minha total incompetência para ser amada.
E eu vivo, de novo, a sensação de que eu sou má, feia,
suja, esquisita, menos do que esperariam de mim.
A sensação de que eu sou um monstro,
como quando eu me olhava no espelho,
logo que o cachorro quase arrancou minha bochecha.
Eu lembro direitinho de quando eu via o meu reflexo
E só enxergava as bandagens ou marcas,
Não via o rosto de uma menina de 3 ou 4 anos,
Com uma bochecha bonita e gostosa de apertar.
Via um monstrinho deformado,
Que ninguém poderia amar.
Eu tinha medo do meu rosto!
Não sei o que eu ouvi
A meu próprio respeito, naquela época,
Mas não deve ter sido bom.


Quando eu encontro alguém,
que diz me amar,
existe uma surpresa,
um descrédito delicado,
mas, acho que a parte saudável em mim,
quer experimentar.
Porém, eu vou ficando insatisfeita.
Algo, dentro de mim, começa a me enlouquecer.
Eu preciso levar essa pessoa até as últimas conseqüências.
Preciso que ela me prove o tal amor tão falado.
E eu faço tudo que eu posso pra testar.
Eu não acredito no tal “amor incondicional”!
E até hoje, sem falha alguma, eu tenho provado,
Cuidadosamente, e de forma devastadora,
Que eu nunca fui, incondicionalmente, amada!
Do mesmo jeito, em que, num momento de escolha,
Eu me senti deixada de lado, pelos meus pais,
Eu provo que ninguém me ama!
Que eu sigo a vida cercada de ilusões,
Da mesma forma que me iludi,
Quando era criança.


Eu nunca cheguei a enxergar isso.
Enxerguei agora, com o Ed,
E vi, por ter conversado: com a Lú,
com a Giovana, a Simone e a Gabi.
Conforme fui falando e ouvindo, fui entendendo.
Não teria visto sozinha.


Eu fui vários passos além do que sempre fui.
Eu aceitei me mover na direção da pessoa.
Eu aceitei renunciar a algo dentro de mim
Que diz, “não saia do teu pedestal”;
“não mostre exatamente o que sente”
“Finja que não tem insegurança dentro de ti”
“faça de conta que outros te importam mais”;
“Não deixe claro quais são os teus sentimentos”
E “vá embora, antes que as coisas se tornem perigosas”.
Porém, essa postura incomum, me custou equilíbrio.
Trouxe a tona, as coisas que eu mais desprezo.
As coisas que eu julgo que enfraquecem uma mulher.
Primeiro: eu tive vontade de ter um filho,
algo que já foi decidido que eu não vou ter,
pois, racionalmente, eu já passei da idade
(sei que várias pessoas discordam de mim, porém
esta é a minha opinião, racionalizada e ponderada há vários anos).
Já tive esse desejo antes.
Mas foi fácil descartar.
Bastou racionalizar, e eu me desfiz do desejo.
Bastou me apegar a um obstáculo, e eu deixei de desejar.
Dessa vez, eu não consegui.
Desejei profundamente ter um filho com ele,
Desejo, profundamente, ter um filho dele.
Mesmo com todos os julgamentos negativos,
E opiniões racionais contrárias,
eu tenho essa vontade dentro de mim.
Várias vezes, eu disse isso, mas logo em seguida,
Me desmenti.
Afirmei uma vontade, desfazendo dela logo em seguida,
Para não correr o risco de me deixar levar.


Outra coisa que me afeta:
Eu me submeto pra ele na cama.
E não é um sacrifício.
É algo que me satisfaz,
me dá um prazer e uma alegria
difíceis de descrever.
Me submeto, por livre e espontânea vontade.
Só que, como bem fui lembrada,
o prazer na cama,
já é algo contraditório pra mim,
Afinal o sexo, me colocou em risco.
Eu tenho acessos de choro terríveis no momento do orgasmo.
Não é sempre, mas tem sido muito freqüente.
Quanto mais prazer eu sentir,
Maior a probabilidade, do meu orgasmo,
me levar a um choro convulsivo.
A dor que eu sinto no meu peito,
me deixa arrasada por algum tempo.
Demoro a me recuperar.
E percebi outra coisa (que deve contar um monte aos meus delírios)
... eu sou tão dele,
que eu só posso estar em risco,
ou colocando outra pessoa em risco.
Minha mãe fazia tudo pelo meu pai,
inclusive fechar os olhos para o desejo pervertido dele por mim.
Ela me protegeu, quando foi necessário.
Porém, ainda assim, ela não renunciou a presença dele,
na vida dela e, consequentemente, na minha vida.
Mesmo que as regras tenham sido tornadas rígidas,
e a confiança dela tivesse se reduzido,
Ainda assim,
fui obrigada a suportar a presença dele
até os meus 18 anos
(quando eu decidi que nunca mais seria obrigada
a olhar para o rosto dele, enquanto eu vivesse.)
Antes disso, fui recriminada por não ter expressado confiança
E não ter contado o que acontecia.
Isso sempre me dá aquela vontade de rir
(aquele riso amargo que vem pelo descrédito):
ela esperar que uma criança,
assustada e envergonhada,
contasse com naturalidade que estava sendo vítima de abuso.
Que percebia - há tempos - que os olhares dirigidos pra ela,
não eram de amor fraternal.
Aos meus olhos, quem é capaz de amar tanto outra pessoa,
a ponto de desconsiderar toda a dor que ele me causava,
Só pode ter a mente e o espírito
afetados e perturbados.
Não pode ser algo bom!
E eu acho que eu comecei a amar tanto o Ed,
que comecei a duvidar da minha capacidade
de ser menos desequilibrada que a minha mãe.
E, então, eu fui lá, e destruí tudo.
Entrei em colapso.
Comecei a testar o “imenso” amor dele,
provoquei os limites dele,
E consegui exatamente o que eu queria:
Provar que o imenso amor dele,
Não resistiria a pressão.
Não me dei conta, que sem compreensão
Dos fatos que levam a tanta pressão,
Ninguém poderia resistir.
Porém, dessa vez, eu já estava tão dentro do furacão,
Que eu me senti despedaçando
quando eu consegui o que queria.
Não me senti vitoriosa.
Não me senti protegida.
Fiquei confusa e magoada demais.
Porém, consegui enxergar em que ponto,
todo o meu sentimento,
virou um lamaçal de dores antigas.
Percebi que o Ed foi apenas a ponta do iceberg.
Ele apenas foi a vara,
Que cutucou a onça que existe dentro de mim,
Cheia de feridas e cicatrizes mal curadas.
Infelizmente, foi pra ele que sobraram as minhas mordidas.
Não sei se ele tem a menor condição de lidar comigo.
Seria necessária muita paciência,
Muita compaixão.
Sei, que EU preciso estar sempre consciente,
Pra não fazer nenhuma bobagem com a minha vida.
Mas gostaria que ele quisesse tentar.


Foi com ele que eu consegui andar
diversos passos além dos meus limites.
Foi com ele que eu consegui acreditar por mais tempo.
Foi por ele que eu me arrisquei além do meu campo de segurança.
Foi pra ele que eu consegui entregar um amor
que eu nem sabia que eu tinha a capacidade de oferecer pra alguém.
Perdi um pouco o controle das coisas,
E quando a sujeira, que estava debaixo do meu tapete,
se espalhou, eu já tinha perdido a noção do que era o amor.
Todos os sentimentos ruins e desprezíveis
que estão guardados dentro da pessoa que eu sou
Vieram à tona.
Mas existiram tantas coisas gostosas no meio disso tudo!
Essa sensação de me entregar,
De acreditar (mesmo que tenha sido por um curto período de tempo),
de me sentir amada, foi tão incomum.
Foi tão bom viver isso!
Ninguém pode fazer idéia do quanto eu precisava viver esta sensação.
E do quanto me dói sentir que o caos que existe dentro de mim,
Tirou a sensação amorosa que eu já tinha vivido.
Eu não adoeci nos últimos meses.
E velhos amigos sabem o quanto isso é importante pra mim.
Pois eu sou a pessoa, que vivia com alguma doença se manifestando,
pela dificuldade em compreender as próprias emoções.
Algumas vezes, eu tive uma dor fibromiálgica
que rapidamente foi superada
(no meio de outras pressões, cidade nova,
emprego novo, problemas de saúde da mãe, desemprego do Ed;
eu considero que uma ou outra crise superáveis, quase não são nada).
Algumas infecções urinárias
(excesso de fricção que espero não precisar explicar),
mas nada que parecesse um sistema nervoso
gritando desesperado que eu o ajudasse e respeitasse.
Se ele me permitisse essa chance, eu gostaria de tentar.
Por que eu não me iludo.
Não é só dentro da minha alma que existe sujeira.
E eu precisarei aprender a encarar a sujeira
que está debaixo do tapete dele.
Mas ele vai precisar estar disposto a me perdoar.
Aceitar que eu me descontrolei e agi em destempero
Por não ter me conscientizado a tempo
Do que passava dentro de mim.
Só ele pode me dizer se nosso primeiro obstáculo,
Vai ser um encerramento,
Ou apenas a mudança do status do relacionamento de
“relacionamento adolescente”
para “relacionamento de adultos”.


Eu gostaria de, enfim, começar a crescer,
E de viver isso ao lado dele.
Eu quero, convidá-lo para participar do meu mundo!
Que não é tão lindo, não é tão claro,
como nos contos de fadas.
Meu mundo é sombrio, diversas vezes,
porém agora está cheio de esperança,
de que a consciência possa me ajudar a seguir em frente.
E que eu possa aprender a confiar e amar!


Em tempo: tudo isso eu escrevi no domingo, dia 04.
Hoje, dia 05, eu não me sinto mais assim.
Existe uma desesperança dentro de mim.
Quase não dormi essa noite, por causa desse sentimento.
Passei do espaço de uma esperança pequena
porém resplandecente
para um espaço de trevas.
A dor no meu peito é um inferno particular.




quinta-feira, dezembro 01, 2011

Relacionamentos negativos

Durante 24 horas, anote tudo o que você se lembre sobre como sabotou o seu relacionamento no passado - tudo em detalhes. Olhe o relacionamento por todos os ângulos e não repita esses padrões. Isso se tornará uma meditação, e se o relacionamento permanecer num novo relacionamento ou não, isso é secundário. Se você conseguiu permanecer consciente enquanto faz isso, terá valido a pena. Você sabe muito bem - todo mundo sabe, pois é impossível não saber o que se faz num relacionamento. Nos momentos de sanidade, você sabe muito bem. Nos momentos de insanidade, você se esquece; isso eu sei. Portanto, antes que surjam esses momentos de insanidade, olhe. Escreva todas as coisas que você sempre fez para sabotar o seu relacionamento e mantenha uma cópia disso com você. Sempre que surgir uma situação em que os antigos padrões possam se repetir, olhe para ela. A pessoa precisa aos poucos ir ficando mais alerta, e depois disso tudo fica maravilhoso. O amor é tremendamente belo, mas pode se transformar num inferno. Por isso, primeiro você aponta todas as coisas e depois não as repete. Você ficará tão feliz, só por ser capaz de não repetir esses padrões, que sentirá uma certa libertação. Essas coisas são obsessivas; elas são como neuroses, um tipo de loucura. E, sempre que duas pessoas estão se amando, elas ficam juntas para serem felizes; ninguém vive junto para ser infeliz. Mas é assim que as pessoas continuam sendo burras. Mais cedo ou mais tarde, elas começam a tornar um ao outro infeliz, e a coisa toda se perde. Todos os sonhos são estilhaçados e mais uma vez se tornam uma ferida. Osho, em "A Essência do Amor: Como Amar com Consciência e se Relacionar Sem Medo"

quarta-feira, novembro 30, 2011

"Ainda não estou bem pra conversar. mas fica tranquila ainda podemos ser amigos." Foi o melhor que eu consegui dele. Mas considerando a confusão que eu causei, até que foi algo bom! Pena que agora eu sinto uma desesperança!

Experiências

Ontem eu tive uma experiência diferente,
cujo objetivo inicial era clarear meus sentimentos
e pensamentos sobre o meu relacionamento com o Ed.

Porém, na verdade, fui muito além.
Tive de relembrar minha história com meus pais.
E rever, aquilo que já vi várias vezes:
o quanto essa história mal desenhada ainda afeta o meu mundo.
O quanto um homem que entre na minha vida,
acaba chegando lá, na minha ferida e sem querer,
somente pelo fato de existir, acaba por mexer na lama que eu tanto desprezo.

Não posso esquecer-me dos motivos pelos quais
eu duvido das pessoas,
mas preciso aprender a olhar pra essa história
e encontrar o caminho suave pra poder amar!
Não sei se é uma tarefa fácil.
Na verdade, tem sido um desafio e tanto desde que me lembro.
E ver, de novo, esse evento, que há tanto tempo passou,
afetando meu jeito de lidar com os homens, é um tanto desanimador.

Mas, quem sabe, dessa vez,
eu consigo destruir efetivamente essa torre de isolamento que existe ao meu redor.
Quem sabe, ao encarar a dor do abuso, e do desamor,
que eu aprendi desde criança, eu consiga me libertar.
Não sei se o Ed vai ter paciência pra lidar com isso.
Talvez seja exigir demais de qualquer pessoa,
que me ame com a serenidade e paciência que eu exijo,
mesmo quando, aparentemente, não estou exigindo nada.
E, claro que eu complico, pois eu exijo atenção pra poder tentar.
Eu vou duvidar.
Ou eu vou me entregar de uma forma desmedida.
Não conheço o caminho do meio, ainda.
Espero conhecer esse caminho.

Eu sei que conversar me trouxe dor, lembranças ruins e desconforto.
Mas depois, eu me senti tão mais leve ...
Consegui lembrar do Ed, sem sentir um vazio absurdo.
Na verdade, eu penso no Ed com ternura.
Eu gostaria que ele tivesse a disposição pra ter paciência comigo,
E participasse desse meu processo, mas
sinto que não é muito justo.
Pode ser que ele tenha planos
bem menos complicados do que lidar com a minha carência e a minha dor.

Eu sei que o que sinto por ele,
é diferente.
Foi a minha primeira experiência de entrega,
e mesmo em pânico,
eu também estava curtindo.
Mas havia insatisfação, da minha parte
e, possivelmente, da parte dele também.
A minha insatisfação, fruto do imenso buraco de carência;
a dele ... devia ter outras motivações.
Mas eu gostaria de aprender a superar.
Na verdade, nunca fiz esse esforço.
Viver a experiência de lutar juntos para superar as dificuldades,
Valorizando a experiência boa, e reconhecendo que
se relacionar não é fácil, porém vale a pena.
Nunca experimentei isso.
Persisti com o Jerri por culpa e obrigações religiosas.
Acredito que nunca foi por amor.
Ele persistiu pelos motivos dele,
que eu nem faço idéia quais eram realmente.
Adoraria que o Ed quisesse participar desse processo comigo,
Por que neste momento, é com ele que eu me arriscaria a tentar ir adiante.
Mas, cabe a ele, abrir o coração pra me aceitar de novo.
Eu o oprimi, por causa da minha angústia,
e ele tem todo o direito de não estar disponível para continuar.
E eu preciso ser adulta o suficiente
pra lidar com, seja qual for, a opção dele.

Admito que me dói (não a dor devastadora que eu experimentei antes)
por que eu prefiro a presença dele na minha vida, neste momento.

Mas ... se não for assim, quem sabe, em algum outro momento,
com outra pessoa, eu conseguirei transformar minha dor
em amor puro, sem cobranças e penalizações
por algo que nem foi aquela pessoa que me causou.

segunda-feira, novembro 28, 2011

Sábado

Sábado de trabalho.
Ainda bem!
Pena que eu acordei,
excessivamente, cedo.
Fui dormir logo depois da meia noite.
Acordei às 5h da matina.
Não é tão anormal.

Desde que o Ed voltou pra Porto Alegre, mesmo antes de terminarmos,
eu não consigo dormir mais que 5h ou 6h, no máximo.
A cama me deixa cansada.
É vazia, fria, desnecessária.
Aumenta minha solidão.

Normalmente, eu levanto cedo,
e ajeito tudo que é necessário,
e antes das 10h estou com toda a casa arrumada.

Agora eu tenho que fazer o almoço
mas não me desorganizo apesar de não ter
com quem dividir tarefa alguma.

Hoje, eu até me esforcei,
por ficar deitada, por não me ocupar tão cedo,
mas não consegui por muito tempo.

É estranho perceber que quando estávamos juntos,
parecia que não havia tempo suficiente
para realizar os nossos planos.
Pra acordar às 8h pra poder caminhar,
tínhamos de colocar o despertador pra tocar,
se não, nenhum dos dois se levantava.
Hoje, eu não faço realizo mais tarefas em casa,
por não ter vontade de fazer mais.
Por que tenho tempo para tudo,
acordo cedo, sem despertador, e não tenho vontade de dormir.
E não tenho sono no desenrolar do dia.

Circular pela casa, me faz mal.
Tudo aqui, o tempo todo me deixa depressiva.

Olhar para a garrafa de suco, que eu nunca teria comprado,
Pois sou muito estabanada e prefiro não me arriscar.

Olhar para as prateleiras instaladas na cozinha ou na sala,
E lembrar da alegria dele,
Quando me mostrava mais uma parte da nossa casa arrumada.

Se eu tivesse a menor chance de ir embora daqui,
eu iria.
para não carregar comigo
essas lembranças todas.

Eu tirei todas as coisas dele de diante os meus olhos
para acalmar o meu sofrimento
porém, não serviu pra nada.
A única coisa do Ed que eu não tirei da minha frente
foi a caneca do Grêmio que está pendurada na cozinha.
Às vezes, eu tomo chá naquela caneca.

A ausência dele, grita nos meus ouvidos
o tempo todo.
Tomar chá naquela caneca é como um calmante.
Ilusório, mas me deixa menos consternada.

Eu não parei de comer,
mas não consigo me alimentar com vontade.
Cumpro um ritual pela saúde do meu corpo
Mas não tenho fome.
Consigo me alimentar melhor,
quando estou com outras pessoas,
mas, sozinha, aqui em casa, não funciona muito bem.
A fome até existe,
Mas o estômago tem rejeição.
Eu preciso me esforçar,
me concentrar na importância do alimento.

Comprei mistura pronta pra bolo: de brownie,
Que o Ed adora!
Não consegui fazer até agora.

Estava tentando me lembrar se quando me divorcei
A dor era tão intensa assim.
Acho que era mais relacionada ao conjunto de perdas:
a igreja, o casamento, os amigos, minha estrutura toda de crenças.
E eu também saí de casa.
Não fiquei com os fantasmas da casa me seguindo.
Aqui, eu não tenho escapatória.
A “nossa” casa me faz chorar.

sábado, novembro 26, 2011

Contradições

Eu ainda estou melancólica.
Mas bem mais centrada.
Na verdade, me sinto bem em alguns momentos.
Quase tranqüila.
Principalmente, no trabalho.
Porém, a noite, sozinha em casa, eu ainda me sinto infeliz.
A vontade de chorar segue comigo.
Em alguns momentos, eu deixo acontecer.
Em outros, eu simplesmente espero que a vontade passe.
Às vezes, dá certo.
Através das conversas com a Lú e com uma outra amiga,
eu consegui visualizar muito bem as minhas falhas
em toda a história e consegui ser bem realista
quanto aos possíveis sentimentos do Ed comigo.
Cheguei à conclusão, que é compreensível
que ele esteja bravo e decepcionado.
Porém, se ele realmente sente
(e estou usando a expressão no presente)
o que ele sempre disse sentir,
ele já poderia ter abrandado o coração e me compreendido.
O problema é que isso não aconteceu.
Desde sábado, não nos falamos mais,
e ele não fez o menor esforço para entrar em contato comigo.
Ou seja, ele não acalmou.
Ele não conseguiu me perdoar e
nem tentou entender a minha perspectiva de tudo que aconteceu.
E isso me fez pensar, que eu estava certa.
Talvez não tenha expressado do jeito certo,
mas existia algum tipo de sinal que me deixava em estado de alerta.
Não era algo, que eu soubesse explicar, conscientemente,
mas estava presente no nosso relacionamento.

Talvez, ele tenha ainda uma paixão,
mas aquela afetividade que te faz
reconhecer as falhas do outro
e ainda assim perdoá-lo e amá-lo,
nem sei se algum dia ele teve.
O que aconteceu foi que tivemos uma crise.
Vários casais passam por crises pesadíssimas.
Um dos envolvidos se perde, e o outro coloca ordem nas coisas.
Se move na direção do ser em tumulto
e auxilia numa compreensão melhor dos fatos.
O Ed só disse que se eu queria terminar, ele concordaria.
Simples.
E eu só enxerguei isso como rejeição total.
Acho que na verdade, ele quis passar
a responsabilidade de decidir o final da história pra mim.
E eu tomei a decisão.
A decisão com a qual eu menos concordei na vida,
mas que no meio do temporal
que o meu coração estava passando, parecia a única razoável.
Não sei como vários relacionamentos se mantêm,
com duas pessoas que mal e mal se toleram.
Eu nunca quis isso na minha vida.
Se ele não podia me ver, e tentar, pelo menos,
compreender o que estava me causando, não valia mais a pena.
Também pode ser que tudo isso sejam conclusões tiradas,
em um mundo fantasioso, afinal ele não me disse mais nada.
Quando as coisas não são ditas com clareza, muita confusão pode se criar.
Não sei de onde inventaram, que “pra bom entendedor, meia palavra basta”.
Interpretação de texto é uma matéria difícil,
imagina interpretar intenções e emoções,
no calor da vivência!!!!???
Ainda mais quando o texto não combina com as atitudes.
Mas se é verdade, ou não, não tem mais importância.
A única coisa que vai me fazer desistir da nossa história,
é essa:
eu acreditar, com veemência,
que ele não me ama mais,
e por isso não encontrou dentro dele a capacidade de me perdoar.
Que todas as promessas ditas pessoalmente e escritas,
em e-mail, mensagem de celular,
foram palavras ditas num momento de entusiasmo
e que perderam a força quando a realidade tomou conta das nossas vidas.
E quando ele precisou enfrentar, cara a cara, meu temperamento explosivo.
Aquele mesmo temperamento que ele
disse que reconhecia que eu tinha,
e que prometeu que nunca o afastaria de mim,
as promessas não resistiram aos fatos.
Eu desisti.
É a única forma que eu tenho pra sobreviver.
Desistir dele, acreditar que tudo foi ilusão.
Só ele poderia me esclarecer ou contestar,
mas como ele não tem essa vontade, eu vou acreditar no que eu quiser.
Eu vou buscar a minha cura.
Preciso me libertar dessa dor e decepção.
Ah, eu esqueci de dizer, pois acabei não atualizando o blog no dia correto.
Eu mandei um e-mail pra ele,
explicando tudo que eu consegui enxergar,
com a ajuda da Lú e da Si.
Como elas mesmas me fizeram compreender,
eu também perdi a calma e o
controle das minhas emoções e provoquei reações adversas.
E elas me fizeram pensar,
no tamanho do meu amor por ele,
e se tudo que eu disse era sincero,
que não custava nada, baixar a guarda e me expressar.
Mostrar humildade e sinceridade,
e reconhecer minha parte errada.
Ele não me respondeu.
Pensei em telefonar, mas ...
ainda não tenho confiança de que ele vá me atender.
E mesmo que ele me atenda,
não tenho confiança que seria uma boa conversa.
Se o coração dele ainda está fechado pra falar ou escrever,
não vale a pena forçar uma situação.
Então, decidi acreditar que o coração dele está fechado.
Assim, eu vou me convencer a seguir em frente.
Vou cuidar do meu corpo, da minha saúde,
da minha cabeça e do meu coração.

Porém preciso admitir, em algum cantinho,
dentro do meu coração, ainda existe uma esperança.
E espero que não me julguem muito mal por isso.
Sei que pra quem olha de fora,
é fácil tomar um partido e achar que,
ou eu errei totalmente, ou ele errou totalmente.
Mas nós dois cometemos diversos erros.
Mas havia uma história tão linda e intensa, que eu me desestabilizei.
Criei expectativas elevadíssimas a respeito da conduta dele comigo.
Perdi meu prumo e meu centro,
e como diz um grande amigo: “meti o pé na porta”,
com a sutileza de um elefante.

Contraditório, não acham?
Um lado que se propõe a acreditar que acabou,
Para manter a própria sanidade,
mantendo um cantinho reservado para a esperança
de que, se o amor era real,
ainda existe uma chance pra nós.

terça-feira, novembro 22, 2011

Osho

Sempre que acontecer belas experiências de alegria,
contentamento, amor, beatitude e benção,
lembre-se de uma coisa,
você não é o manipulador delas elas simplesmente vêm.
Sinta-se agradecido e diga obrigado,
e esqueça tudo a respeito delas.
Não as guarde em sua memória,
e não fique ganancioso a respeito delas.
Se você ficar ganancioso o ego já entrou e,
por vingança, ele começa a envenená-lo de novo.

Mais um dia passou ...

E ontem, durante as minhas horas de trabalho,
eu consegui me manter centrada.
Em alguns momentos, uma baixa de energia,
mas na maioria do tempo em equilíbrio.
Eu não quero compartilhar minha dor no ambiente de trabalho,
não é lugar para isso, e nem tenho esse nível de intimidade com ninguém.

Porém, a noite, quando voltei pra casa,
depois de ter visto algumas coisas que o garoto telepata
colocou no facebook, eu entrei em desespero.

Eu reconheço que estava destemperada e nervosa nos últimos tempos,
mas admito que não consegui deixar de amá-lo em dois dias.
Tive expectativas altas demais,
baseada em palavras ditas em momentos de grande emoção,
e me decepcionei.
Como eu sempre digo, o problema todo está nas expectativas.
Fiquei furiosa, num momento, mas agora, mais calma,
depois de ter conversado com a Lú
(que é ótima conselheira, diga-se de passagem)
eu consigo enxergar minha contribuição pra que as coisas se complicassem.

Não pensem que eu acho que errei sozinha.
Não acho, não.
Acredito que nós dois cometemos alguns erros,
e que os erros cometidos contrariaram as expectativas que tínhamos um do outro.

Mas ontem fiquei com a sensação que aquelas mensagens eram direcionadas a mim.
E que pareciam cheias de uma raiva que me chocou.
Voltei pra casa em prantos.
Na verdade, chorei no caminho todo (que é curtinho) até em casa.
E precisei ligar pra Lu.
Ainda bem que eu fiz isso.
As palavras dela, bem mais sensatas do que qualquer coisa
que eu pudesse pensar naquele momento, me acalmaram.
E, de certa maneira, eu consigo ouvi-la mais,
pois foi ela quem presenciou nosso período de convívio
e oferece uma perspectiva bem clara
sobre como nós éramos juntos.
Confio mais na perspectiva dela do que na minha
que já está turvada pela confusão.
A sensatez dela conseguiu me acalmar.
Depois que conversamos, eu consegui dormir.
Chorei um pouco mais, mas só pelo desabafo da dor de todas as noites.
Pena que eu não durmo mais do que 4h30min.

Acordar e me dar conta de que o Ed não está na cama comigo,
mas também não faz mais parte da minha vida, é doloroso.
Tudo nesta casa foi organizado por ele.
As prateleiras na sala foi ele que instalou.
As prateleiras da cozinha, o tanque na área de serviço,
as araras do quarto, a plaquinha que diz “100% Grêmio”,
que está na porta de entrada do apartamento,
a forma como a cozinha está organizada, tudo foi feito por ele.
E olhar essas coisas todas, me dá vontade de chorar,
pois a saudade que vem é enorme.
Eu sentia isso antes, mas agora que
ele não faz mais parte da minha vida,
parece muito mais doloroso.
Eu não vou mais observá-lo cozinhando,
que era uma coisa que ele achava estranho:
Eu adorava olhar como ele cozinhava!
Me divertia assistindo o jeito organizado dele.
me enternecia também, com toda a preocupação
pra que a comida ficasse do meu gosto.
No início me assustava um pouco,
com tanta organização
pois parecia algo meio compulsivo,
mas acostumei e passei a ter algumas manias parecidas com as dele.
Eu sempre pego manias das pessoas de quem gosto!
Eu sou assim!

Sinto falta do nosso cotidiano.
Pena que se desfez.
Pena que o nosso cotidiano não trouxe
um emprego pra ele, aqui, na terra dos gringos
(pra quem não é acostumado com vocabulário gaúcho,
gringos são os descendentes de italianos).
Talvez, se ele tivesse um emprego aqui,
ele se sentisse mais seguro, realizado.
Talvez ele não tivesse se afastado de mim.
Talvez eu não tivesse me afastado dele.

Agora não tem como saber a resposta pra esses “talvez”.
Sei que eu sinto fome, mas não sinto vontade de comer.
Me alimento por ter noção da necessidade do corpo.
Mas a vontade de comer, de dormir,
de sair, de conversar, de fazer qualquer coisa,
simplesmente, diminuiu.
Empacotei quase todas as coisas dele
E deixei no outro quarto
Pra não enxergar.
Mas a caneca do Grêmio está na cozinha,
E quando olho pra ela, a melancolia que vem é clara.
O chinelo continua no mesmo lugar.
Alguns filmes dele ainda estão em cima da prateleira.
E essas imagens, me deixam triste.

Eu já deixei registrado que não vou negar essa dor.
Não vou me forçar a sair dessa melancolia.
Aprendi que negar as emoções, só piora a situação.
Não vou ficar me debatendo.
Acredito que assim, as coisas podem
se resolver do jeito mais fluido possível.

Ele ainda é uma pessoa especial pra mim!
Por ele fiz coisas que jamais fiz
por qualquer outro homem que eu tenha me apaixonado.
E não fui forçada a nada,
E ele me ofereceu emoções que
Eu nem conhecia.
Nenhum homem pareceu me conhecer tanto quanto ele.
É a falta disso que me consome.

Foi o distanciamento disso que me fez ficar irada.
Eu queria manter a mesma sensação de completude,
e como diz o Osho, isso é uma ganância que não se pode atender.
A existência sempre prega peças, e quando ficamos
gananciosos, ela nos tira o que consideramos direito nosso.
Eu fiquei gananciosa!
Por que vivi algo tão intenso, tão inteiro,
tão impressionante dentro do que eu conhecia,
que menos que isso me pareciam migalhas.
Relacionar é um verbo bem complicado de conjugar.

segunda-feira, novembro 21, 2011

Separação

Na minha vida inquieta, muita coisa aconteceu nos últimos meses.
E o blog se tornou a coisa menos importante.
Porém, foi no blog que eu já encontrei conforto e compreensão sobre diversas experiências positivas ou negativas.
E neste momento, existe um fato que me marca e que eu preciso administrar de alguma forma.

Bom, eu saí de SP em agosto.
Pedi demissão no SESI, pois fui chamada para trabalhar em uma pequena faculdade no interior do RS. Foi um momento de felicidade sem explicação.
Pra uma pessoa que mantinha um relacionamento à distância, a oportunidade de, pelo menos, morar no mesmo estado que o parceiro parecia um presente.

O garoto telepata, já estava em Porto Alegre, e nós pudemos conviver a partir da minha chegada.
Namorar de verdade, mesmo que não morando na mesma casa, mas convivendo mais. Admito que nunca me senti tão feliz com uma pessoa.
Ainda não tinha disposição para a idéia de morarmos juntos, mas estava apreciando essa oportunidade como, talvez, nunca tinha aproveitado antes.
A gente se divertia juntos.
E eu aprendi que podia rir enquanto me relacionava.

Eu tinha feito um acerto para começar a trabalhar no interior em setembro, e ele, de forma extremamente otimista, já tinha certeza que logo também conseguiria um emprego na mesma cidade ou na região.
Nesse meio de tempo, minha mãe se acidentou, e eu tive a minha primeira crise com ele.

Naquele dia, no acidente da minha mãe, eu precisava de colo.
Tinha ficado assustada!
Achei que a minha mãe poderia ficar paraplégica, pois a única coisa que os médicos me respondiam é que ela tinha uma fratura numa vértebra da coluna.
Ouvir isso, para uma pessoa leiga, como eu, exerce um impacto aterrorizante.
Quando os médicos decidiram pela hospitalização da minha mãe, depois de termos ficado 8h aguardando no hospital, tudo que eu queria era um abraço do homem pra quem eu entreguei o meu coração.
Tudo que eu precisava era que ele me olhasse com aquela expressão de amor, e me desse um grande abraço e não precisava fazer mais nada.
Até por que não havia nada que ele pudesse fazer, além de me dar afeto.
Só que, infelizmente, a mãe dele não tinha sensibilidade para compreender isso (e ele estava morando com a mãe naquele momento), e ela não queria que eu ficasse lá.
Ele me falou (e muitas pessoas me disseram que ele não devia ter me dito, e eu acredito que ele fez o correto, pois seria terrível que eu ficasse por lá, com alguém me olhando de cara amarrada, num momento de vulnerabilidade minha) e eu me recusei a passar por essa situação ridícula.
Depois a mãe dele mudou de idéia, mas a bobagem já havia sido feita, e a minha atenção em relação a ela, acabou ali.
Eu estava pisando de leve e conhecendo o terreno (conhecendo a mãe dele),
a partir desse dia, decidi que nunca mais chegaria perto do terreno.
Procurei abrigo na casa do Lu e do Fábio, onde fui recebida e cuidada com todo o amor que eu precisava.
No dia seguinte, meu amor ligou pra me perguntar se eu queria dar uma volta com ele no Harmonia.
Confesso que fiquei estupefata!!!!
Eu não sabia se a minha mãe não ficaria paralítica e ele queria que eu fosse dar um passeio como se nada me preocupasse???!!!!
Mas eu não falei isso.
Apenas disse que não iria. O erro começou aí.
Durante a semana, longe dele, essa coisa engasgada começou a me incomodar.
Acabei decidindo que não valia a pena seguir com ele.
Decisão unilateral, mas a sensação de que sempre que eu passasse por uma emergência, por uma situação de estresse, que ele me deixaria sozinha, enquanto ele ficaria cuidando da família dele (da qual eu não faço parte) me deixou desconsolada.
Ele disse que eu estava decidindo as coisas em cima de uma situação em que ele se atrapalhou, mas que ficaria mais atento, e que eu não estava só.
Mas essa sensação ficou ali, guardada dentro de mim.
Depois ele foi pra Garibaldi, me ajudar a arrumar meu ap e procurar emprego.
Vivemos juntos por um mês e meio, mais ou menos. E eu curti demais.
Por mais receio que tivesse (afinal minha única experiência de casamento, foi um desastre) eu consegui perceber que estar com ele me fazia bem.
Mas, como diz a Lu, o Ed que chegou em 100% aqui pra ficar comigo, foi ficando partido e deixando partes dele irem pra Porto Alegre, conforme a dificuldade de conseguir emprego foi aparecendo.
Mas ele não compartilhou isso comigo.
Em alguns aspectos eu acredito que percebi isso e errei por não forçá-lo a falar comigo, e sabia que cedo ou tarde teria de voltar pra Porto Alegre, aonde ele teria oportunidades que aqui não surgiam, mas eu esperava que ele compartilhasse tudo comigo.
Ele compartilhou, dois dias antes de colocar os planos em prática.
Planos que estavam dentro da cabeça dele há dias, mas ele não me contou.
Eu soube, em parte, quando ele contou pra mãe, por telefone, e eu ouvi acidentalmente. Ali, eu fiquei muito magoada.
Mas eu não falei. Engoli.
Ou até falei, mas sem o peso do tamanho da mágoa que se criou em mim.
E quando ele ficou longe de mim, a lembrança dessa sensação de abandono só aumentou. Essa sensação de que partes dele já estavam em Porto Alegre, ficou maior.
E a sensação de que estar em Porto Alegre, deixava ele mais feliz do que estar comigo, foi aumentando.
Ele ficou 100% lá.
E eu fiquei em 50% aqui.
E isso me decepcionou.
Por que uma parte do meu coração foi com ele, e ele não me parecia sentir minha falta.
Pode ser viagem, pode não ser.
Agora eu considero qualquer possibilidade.
Mas o que eu sinto, é que ele ficou melhor sem a minha presença e eu fiquei sentindo saudades de um “sonho” que não tinha nada de real na minha vida.
(Eu e os meus problemas de auto-estima).
Essa sensação me transformou numa megera.
Não tinha nada de bom pra falar.
Só cobrança, dor e raiva.
E por mais, que tenha tentado explicar, e por mais que ele finja que tenta entender, nada mudou dentro de mim ou dentro dele.
E no último sábado eu vi, que ele vai me deixar cada vez mais de lado, e que eu ficarei cada dia mais reativa.
Por mensagem de celular eu encerrei essa fase.
Horrível, não???
Mas é o único jeito que eu consigo me afastar dele.
Não comentei que quando ele está perto, parece que exerce um poder, uma fascínio, que me faz sempre concordar com tudo que me diz.
Eu não consigo ficar furiosa com ele, pessoalmente.
A presença dele de certa maneira me inebria e eu me deixo conduzir.
Por telefone, a energia dele não se sobrepõe, e eu vejo o tamanho da minha mágoa.
E da minha raiva.
Ele concordou com o final.
Disse que eu devo fazer o que achar melhor.
Faz idéia do tamanho da dor que ler isso me causou?
Mas eu admito, que ele tem bons motivos pra concordar.
Se eu estou ficando reativa, agressiva e furiosa, como podemos nos relacionar???
E eu aceitei isso também.
Não é só a distância física que nos afasta.
É a distância emocional.
Quando estávamos separados por 1500 km de distância, éramos mais próximos, nos mostrávamos, pois era o nosso acordo.
Agora que a distância deve ser menor que 100 km, não nos expomos.
E ele está ocupado com todas as pessoas que importam pra ele, em Porto Alegre.
E acreditava que eu poderia engolir o fato de que eu vou ficar no fim da fila.
Só que eu não aceito.
Aceito ficar na fila, depois das meninas (as duas filhas dele).
Um lado meu (da filha abandonada pelo pai) acha isso, completamente justo.
Mas não admito perder espaço para todo o restante do universo dele.
Várias vezes, quando ainda morava em São Paulo, eu disse isso.
Que eu era muito temperamental e receava que ele não me suportasse.
Em resposta sempre ouvi, que ele percebia tudo isso, mas que eu não precisava me preocupar, nada disso seria um problema.
Mas foi, e é.
E agora estamos separados.
E a minha linda história de amor, com o garoto telepata, acabou.
Eu cheguei à conclusão que só conseguiria destruir as boas lembranças da nossa história com toda a minha raiva.
Então, era melhor desistir.
A realidade é que eu só consigo me sentir segura, quando estamos frente a frente, devido ao domínio (sexual) que ele exerce sobre mim.
Fico hipnotizada, inebriada com a energia que existe entre nós e aceito tudo.
Porém, nós não ficaremos próximos assim.
Eu vou morar aqui, em Garibaldi.
Ele vai ficar em Porto Alegre.
E a distância emocional, vai só aumentar, e a minha mágoa vai só crescer e a minha reatividade vai se tornar cada dia mais descontrolada.
Ele perdeu a paciência comigo.
Não se importa mais.
Não valoriza minhas emoções.
E isso só me faz ficar com mais raiva.
E desde então, eu choro.
Mudei meu status de relacionamento no facebook, escrevi no twitter, conversei com amigos, e eu choro cada vez que falo com alguém.
A dor de não poder conservar a ilusão de felicidade que eu tive, está sendo intensa.
Como tudo que eu vivi com o Ed.
Nunca fui de dividir com muita gente minhas decepções amorosas.
Mas pra eu poder superar essa história, preciso falar, escrever, chorar, espernear.
Na hora em que eu vou dormir, eu choro compulsivamente, pois é a hora em que a falta dele na cama comigo, se torna insuportável, assim como de manhã, quando lembro que ele não fará mais parte da minha vida.
Quando alguém me pergunta dele, eu me sinto dolorida, e choro de novo.
Não consigo falar nada pra ninguém, sem desmanchar em prantos.
Mas enquanto estou trabalhando, toda a dor se acalma.
Eu consigo pensar só no trabalho e esquecer de toda a dor.
Muitas amigas me lembram que tudo vai passar.
E eu sei que é verdade!
Já passei por tanta coisa, e eu sei que sou forte pra me reerguer de tudo.
Mas agora, eu estou afundada em autocomiseração, dor, decepção e tristeza.
Não esperem que em uma semana, eu supere tudo isso.
Eu aceito que eu tenho que viver essa dor e o que vier mais.
Pois eu também sei, que logo, logo serei substituída, pois eu sou lenta, demoro a colocar alguém no meu coração de novo, mas para a maioria das pessoas, basta olhar para o lado e aceitar qualquer pessoa na sua vida, e tudo está resolvido.
Quando eu tiver que enxergar isso, vou ficar em pedacinhos de novo.
Então, me permitam ficar em caquinhos, sem me julgarem ou condenarem como uma pessoa fraca.
Eu estou vulnerável, delicada e decepcionada! E preciso sentir isso!
Faz parte do momento. Vai passar, mas por agora, me deixem chorar muito!
Não pensem que eu jamais vou sair desse espaço.
Eu sei que vou sair.
Mas não sei quando.
E não vou maquiar a superação desse momento.
Ele só vai aparecer superado, quando estiver superado de verdade.
Mas uma história que me causou emoções intensas e desconhecidas desde o princípio, merece que a minha despedida dela, seja intensa, dolorida, cheia de saudade, pra que todos saibam que eu fui inteira e intensa com ele, como jamais fui com ninguém.
E isso merece ser vivido, até a última lágrima, se assim for necessário.

Eu ainda acredito numa coisa que um dia eu postei no facebook: que eu preciso me apaixonar por alguém “que me compreenda mesmo na loucura, ... apaixone-se por alguém que volte pra conversar com você depois de uma briga, depois do desencontro. Apaixone-se por alguém que sente sua falta e que queira estar com você.”
Mesmo no meio das minhas lágrimas, eu ainda sou a mesma pessoa, só que precisando da paciência de vocês com este momento conturbado pra mim.

Talvez, eu demore a conversar com vocês, sem chorar, mas não me interpretem mal.
Eu vou me recuperar, em algum momento.

sexta-feira, outubro 14, 2011

Casada, de novo

Depois de 10 anos de separação, 6 anos morando em São Paulo, mudei minha vida de cabeça pra baixo (como sempre).

Saí de Sampa, arrumei emprego em Garibaldi no RS, e casei.

(Não de papel passado, nem cerimônia religiosa - na verdade, com cerimônia nenhuma).

Estamos aprendendo um sobre o outro, e tem sido uma descoberta e tanto.

E eu estou tão bem!

Plagiando Lulu Santos:

"e ele me faz tão bem, e ele me faz tão bem, que eu também

quero fazer isso por ele!"

segunda-feira, agosto 15, 2011

Fernando Pessoa falando o que eu preciso ouvir

Você pode ter defeitos,
viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
E você pode evitar que ela vá a falência.

Há muitas pessoas que
precisam, admiram e torcem por você.
Gostaria que você sempre se lembrasse
de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade,
caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas,
relacionamentos sem desilusões.

Ser feliz é encontrar
força no perdão, esperança nas batalhas,
segurança no palco do medo, amor nos desencontros.
Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender
lições nos fracassos.

Não é apenas ter júbilo nos aplausos,
mas encontrar alegria no anonimato.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena
viver, apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos
problemas e se tornar um autor da
própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manha pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples ,
que mora dentro de cada um de nós.

É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".
É ter humildade da receptividade.

Desejo que a vida se torne um canteiro
de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece,
pois assim você descobrirá que ser feliz
não é ter uma vida perfeita, mas usar
as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas
da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz,
pois a vida é um obstáculo imperdível,
ainda que se apresentem dezenas de fatores
a demonstrarem o contrário.

quarta-feira, julho 06, 2011

Saudades

Faltavam dois meses.
Depois um mês.
Depois duas semanas.
Uma semana.
E no sábado, dia 02, não faltava mais nada.
Finalmente ficamos completos.
Mas, já acabou.
O tempo é sempre pouco na minha opinião.
Sempre tantas coisas pra resolver e decidir.
E tão pouco tempo pra estar juntos.
E, todas as minhas inseguranças
surgem pelo fato dele existir.
Todos os meus medos, saltam para o ambiente
simplesmente por ter decidido viver esse sentimento.
E lá vou eu, de novo, pra longe da única pessoa que me importa, no momento.
Por quanto tempo vou aguentar viver assim?
Meu único desejo é ... acabar com a distância.

sexta-feira, junho 24, 2011

Eu vivi algumas decepções.
Pessoas que fizeram promessas,
mas que não tinham condições de cumprir
nenhuma dessas promessas.
Então, hoje, tenho um certo receio de promessas.
Sempre acredito que são apenas palavras.

Mas contigo tem sido diferente.
Sinto a insegurança que existe dentro de mim,
pela novidade da vivência,
mas confio também.

Confio na tua emoção!
Confio nas minhas sensações!
Tenho me dado a oportunidade
de acreditar e sonhar.
E apesar das dificuldades,
tem sido tão bom!!!!
Existe algo que me diz:
entregue-se, confie, viva!

Existe a loucura presente!
Mas o desejo de ser feliz e ficar bem,
é muito maior!
Eu consigo sonhar, fazer planos,
me imaginar ao teu lado,
por todo o tempo que desejamos.
Sei que faço isso com dificuldades.
Preciso estar sempre alerta para não estragar tudo.
Preciso estar sempre consciente para não
transformar tudo em fumaça.
E tu tens sido algo claro no meio da minha escuridão!
Obrigada!
Não sei se tu tens noção do quanto tens iluminado meu ser.

domingo, junho 12, 2011

Frase do Osho

Sempre que acontecer belas experiências de alegria,
contentamento, amor, beatitude e benção,
lembre-se de uma coisa,
você não é o manipulador delas
elas simplesmente vêm.
Sinta-se agradecido e diga obrigado,
e esqueça tudo a respeito delas.
Não as guarde em sua memória,
e não fique ganancioso a respeito delas.
Se você ficar ganancioso o ego já entrou
e, por vingança, ele começa a envenená-lo de novo.

domingo, maio 15, 2011

Procura, Pedro Camargo Mariano

Descobrindo novas velhas músicas.
Hoje pela manhã, escutando a Nova Brasil FM
ouvi esta música pela primeira vez.
E tive uma experiência de paixão a primeira audição.
Coisa rara em mim.

A letra é essa:

Andar, andar, andei
Eu procurei por toda parte
Não encontrei um só lugar
Em cada porto e cidade não vi você.

No mar, o mar, o mar,
Eu naveguei por tanto mar
E naufraguei ao acreditar
Que a solidão do imenso mar
Trouxesse a paz.

Pensei que encontrando você talvez
Toda tristeza do mundo que sei
Fosse embora num segundo eu achei
Que bastaria você...
E eu errei,
O que eu queria já estava em mim
O céu, a terra, você, enfim...
Todo esse tempo que percorri
Era o que procurava,
Não vi.


Por algum motivo que eu não sei explicar,
sinto que parece comigo.

domingo, maio 08, 2011

Domingos

Domingos são dias difíceis.
Por serem véspera de segunda-feira também, mas, simplesmente, por ser domingo.
Não gosto de domingos.
No passado, com a igreja, ocupando meus dias,
os domingos não me perturbavam.
Tinha reunião dominical, serão, ensaio do coral, etc, etc.
Como poderia me incomodar com os domingos.

Quando deixei de frequentar a igreja,
eu descobri a dor que este dia me causa.
É um dia com cara de família e amor (na minha cabecinha oca).
E eu nunca tive essa coisa família e amor,
aos domingos.
Sempre foram obrigações (as visitas da minha mãe),
ou solidão.
Então, domingos são naturalmente difíceis.

Mas hoje foi um domingo bem difícil!
Aceitar viver uma situação sue generis na minha vida,
já é difícil, mas ... depois da páscoa, ficou mais difícil ainda.

Eu sinto falta!
Sinto falta do cheiro, do corpo, do toque, da presença.
Nos dois últimos domingos, essa ausência me causou um imenso vazio.
Foi como se tivesse acordado muitos e muitos dias da minha vida
junto dele, e, de repente, isso tivesse encerrado,
e eu não soubesse viver sem isso.
Hoje, a primeira coisa que fiz, foi ligar pra ele.
Não tinha levantado, na verdade.
Estendi o braço, peguei o telefone, mandei um sms, e logo depois, liguei.
Para compensar o fato, de que não posso ter a presença.
Preciso de ações que me iludam: ouvir a voz, trocar mensagens, ver a foto.
Sinto falta, saudade, angústia!
Não imaginei que, em tão pouco tempo, essa pessoa pudesse ser o que tem sido.
Eu estou apaixonada, e não sei como lidar.
Tenho levado a vida como um alcoólatra em recuperação:
cada dia de cada vez.
Cada dia tem "a dor e a delícia de ser o que é".
A dor, de não tê-lo e a delícia de sentir como se estivéssemos sempre juntos.
Nos últimos anos,
meus "relacionamentos" não me trouxeram essa delícia,
somente a dor da solidão ao lado de alguém.
E agora eu tenho a delícia de sentir alguém comigo
(parecemos emocionalmente conectados),
mas que, fisicamente, está tão longe,
que chego a sentir dor de tanta saudade!
Não sei o que fazer pra resolver.
Nâo sei "como" fazer pra resolver.
Nem ao menos sei, se conseguiremos ficar no mesmo lugar.
Mas se alguém me desse essa oportunidade hoje,
sei que agarraria com unhas e dentes,
pois não aguento mais a dor da distância.
Ouvir a voz, todos os dias, tem sido pouco pra mim.
Muito pouco!
"E pouco, eu não quero mais!"

domingo, abril 24, 2011

EHD - Nós somos fogo e gasolina

Você é um avião e eu sou um edifício
Eu sou um abrigo e você é um missil
Eu sou a mata e você é a moto-serra
Eu sou um terremoto e você a Terra.
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
Você é o fósforo e eu sou o pavio
Você é um torpedo e eu sou um navio
Você é o trem e eu sou o trilho
Eu sou o dedo e você é o meu gatilho
O nosso jogo é perigoso, menina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gás
Eu sou a veia e você é a agulha
Eu sou o gás e você é a fagulha
Eu sou o fogo e você é a gasolina
Eu sou a pólvora e você a mina
O nosso jogo perigoso combina
Nós somos fogo
Nós somos fogo
Nós somos fogo e gasolina

sexta-feira, abril 22, 2011

EHD mais uma vez

Então, ... aconteceu.
Mais de um mês de medo,
inseguranças,
dúvidas, e ...
finalmente,
aconteceu.
E foi mais do que eu imaginei.
Havia calor, tensão, tesão,
carinho, afeto,
ansiedade,
das duas partes.

E agora estou de ressaca emocional.
Com aquela sensação de vazio,
de quem teve um período preenchido
de carinho, afeto e outras
sensações que me fazem falta.
Estou com saudades,
de reconhecer características
que eu já conhecia.
De aprender coisas novas.
Estou com saudades
das coisas pequenas,
como sempre.

Saudade das risadas
por causa de uma cena engraçada,
do olhar cheio de um carinho,
que tão poucas vezes eu vi,
em outros olhos.
Saudade do beijo,
da intensidade do abraço,
do jeito quase infantil
de falar de futebol e de cinema.

Eu estou literalmente submetida.
Hipnotizada.
Impressionada.
Encantada!
Apaixonada!
Não sei como lidar com isso.
Não sei como viver com isso.

Estava acostumada a lidar com o desinteresse,
com a mensagem dúbia,
com a falta de carinho,
e tudo que eu vi por hoje,
é o avesso do avesso
que eu tinha recebido.

E eu gostei disso!
Muito!

domingo, abril 17, 2011

Gayatri Mantra

Sempre que eu escuto esse mantra, meu coração se acalma.
E nesta semana, em que meu coração
vai ficar tão ansioso e inquieto
preciso mais dessa canção
do que em todos os dias anteriores.


Gayatri Mantra



Om bhur bhuvaha svaha

Tat savitur varenyam

Bhargo devasya dhimahi

Dhiyo yonah prachodayat



Tradução:

Ó deus da vida que traz felicidade

Dá-nos tua luz que destrói pecados

Que a tua divinidade nos penetre

E possa inspirar nossa mente

quinta-feira, abril 14, 2011

Mesmo que mude

Hoje, um velho amigo adicionou um vídeo

aos seus prediletos

do orkut.

Um vídeo da Banda Bidê ou Balde,

que diga-se de passagem,

não é das minhas bandas prediletas,

mas eu adorei o vídeo.

A letra da música combina com algo

que eu acredito e muito:

é sempre amor, mesmo que mude.

Se em algum momento, eu amei aquela pessoa,

eu vou amar sempre, só que vai mudar,

outras pessoas virão,

outras oportunidades,

outras escolhas,

mas o amor, se foi real, estará lá.

Só deixará de ser, se nunca foi.

Então, hoje, este é o meu registro,

a letra da música:


Composição : Carlinhos Carneiro / Rodrigo Pilla


Ela vai mudar,
Vai gostar de coisas que ele nunca imaginou
Vai ficar feliz de ver que ele também mudou
Pelo jeito não descarta uma nova paixão
Mas espera que ele ligue a qualquer hora
Só pra conversar
E perguntar se é tarde pra ligar
Dizer que pensou nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que
É sempre amor, mesmo que acabe
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou
Ele vai mudar,
Escolher um jeito novo de dizer "alô"
Vai ter medo de que um dia ela vá mudar
Que aprenda a esquecer sua velha paixão
Mas evita ir até o telefone
Para conversar
Pois é muito tarde pra ligar
Tem pensado nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que
É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou
Para conversar
Nunca é muito tarde pra ligar
Ele pensa nela
Ela tem saudade
Mesmo sem ter esquecido que
É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou

domingo, abril 10, 2011

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você ...

São sempre as pequenas lembranças que contam.

As atitudes mais simples,

as palavras ditas no meio da conversa,

que não deveriam ser o foco principal

que mais me impressionam.

São sempre as sensações que ficam na minha memória.

"Estranho é gostar tanto do seu all star azul".

Foram sempre os olhares, os sorrisos, as palavras não ditas

que ficaram registradas na memória afetiva

e que me permitiram amar algumas pessoas.

E hoje, são os silêncios, a respiração, a mudança de tom,

que me marcam mais, de todas as nossas conversas intermináveis.

Cinco horas conversando,

e do que eu mais lembro,

foi da sensação de que tu estavas ali, do meu lado.

A sensação de que se eu estendesse a mão,

eu conseguiria te tocar.

Absolutamente irreal, porém intensa.

sábado, abril 09, 2011

EHD

No início de fevereiro nós nos reencontramos.
Virtualmente, é óbvio,
pois há 1500 kilômetros de distância real.

E nestes dias, ele tem se tornado
presença absoluta na minha vida.

Devo a ele o pouco de ânimo
que me permite trabalhar, estudar, escrever,
ou qualquer outra coisa que eu precise viver.

E é justamente essa noção,
da importância que todo esse convívio
tem adquirido na minha vida,
que me deixa tão perturbada.
Literalmente, em pânico.
E ao mesmo tempo, encantada,
seduzida, apaixonada.
A leveza com que ele entrega todos os pensamentos,
lembranças, sentimentos, me causam impacto.
Eu o admiro por isso!
Não faz parte de mim, ser tão leve,
tão sincera sobre o que eu sinto.
Prefiro o silêncio quando a emoção
é intensa e pode me expor.

Na terapia alternativa,
esse meu jeito, rendeu muitas críticas.
Renderia ainda se eu estivesse por lá.
Para não ter que ouvir isso todas as vezes,
como um cd arranhado, eu fico longe.
Lembro de todos os feedbacks,
não quero as reprises.

Mas voltando ao espírito leve que ronda a minha vida.

Nos falamos todos os dias,
conversamos sobre tudo:
de contas a pagar;
projetos de futuro;
como a vida funcionou
em todos os anos em que não nos encontramos;
fantasias sexuais;
desejos;
gostos musicais;
receios e inseguranças;
fatos marcantes, etc, etc, e etc.

Nunca imaginei que teríamos tanto pra conversar.
Na verdade, há dois meses atrás,
eu acho que nem lembrava da existência dele.
E agora, existem laços nos aproximando,
cada dia mais.
E eu tenho meus julgamentos sobre isso.
Mas, decidi que eu me permitiria "viajar",
me iludir, sonhar.
Por que eu nunca me permito sonhar.
Eu sempre me cobro uma postura realista
perante tudo que me acontece.
Na verdade, nem me cobro mais,
essa postura já vem automaticamente.

E isso não me impede de sofrer.
Na verdade, me machuca muito.

Pois eu sou uma romântica sonhadora,
decepcionada com a vida desde antes de viver.

Então, estou me permitindo acreditar
em algo que, normalmente, eu não acreditaria.
Mas ... isso me dá um aperto,
uma angústia, insegurança.

Ninguém me ensinou a sonhar com o amor!
Eu sei construir coisas no trabalho, nos estudos,
mas não sei sonhar com o amor,
não sei acreditar.

E escolhi sonhar com isso,
pela primeira vez, depois de muito tempo.
E estou com muito medo!
Fazendo um esforço enorme,
para não desligar o telefone,
quando ele me liga,
para não fugir, quando sinto vontade de estar perto.
E quando eu não fujo,
a voz dele me traz uma alegria,
uma insensatez, que me faz um bem enorme!
Eu falo tudo que eu sinto,
mesmo que isso possa ser usado contra mim,
por que pelo menos uma vez na vida
eu preciso ser assim.
Só que ninguém imagina,
o esforço que eu faço
para não fugir, não sair correndo,
implorando para que alguém me acorde desse sonho.
Pela primeira vez, eu posso dizer:
"Nothing compares to you".
E essa música está no momento errado,
com a pessoa errada, pois não era a ele
que me remetia antigamente.
Mas hj, todas as músicas se referem a ele.
"Eu sei que é pra sempre,
enquanto durar,
Eu peço somente,
o que eu puder dar."
"He's taken my heart,
(But) she doesn't know what she's done"

Ah, não se pode garantir nada,
mesmo que me ligue todos os dias,
escreva, mande mensagens,
pois ele tem um coração cheio de dúvidas.
Histórias recentes que pesam para o caminho contrário.
E eu sinto essa dor!
Eu sinto ciúmes deste passado!

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

E quando eu penso que nada mais vai me surpreender ...
a vida me surpreende de forma impressionante.
Se bem que neste caso, não foi a vida ...
fui eu que consegui
me surpreender de forma impressionante.
Foram as minhas reações que vieram
com uma intensidade não imaginada.
E agora, viva-se com isso, visto não haver,
no momento,
uma forma melhor de esclarecer esta questão.
Como 18 anos de atraso,
a capacidade de responder a altura,
me vem e, por questões de logística,
totalmente impraticável.
Eita, vidinha mais ou menos.

Bom, mas valeu para uma coisa ...
descobri que o mal que me aflige
é bem mais fácil de resolver do que eu esperava.

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Sem palavras pra descrever

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