quinta-feira, dezembro 21, 2006

Vambora com Adriana Calcanhoto

Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
Vem, v'ambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva

Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Dentro da noite veloz

Ainda tem o seu perfume pela casa
Ainda tem você na sala
Porque meu coração dispara
Quando tem o seu cheiro
Dentro de um livro
Na cinza das horas

domingo, dezembro 17, 2006

Em São Paulo

Bom, prá quem por acaso ainda não sabe,
estou morando em São Paulo, desde fevereiro de 2006.
Já passei por várias fases desde então ...
Morava longe prá caralho do meu trabalho (estava no Butantã e trabalhava no Pari, o que significava quase a mesma coisa de sair da Restinga para trabalhar na Zona Norte de Porto Alegre).

Muito tempo entre ônibus, metrô e ônibus de novo.
Com a diferença que eu ainda precisava considerar a
instabilidade do trânsito de SP,
o que significa ... estresse puro.

Cansei dessa vidinha (apesar de gostar da casa da Gládis,

onde eu estava morando, até por que tive a oportunidade de conhecer o José - um chileno muito gente boa que era bolsista do Fernando
e que ficou dividindo o espaço dos hóspedes comigo),
e mudei para um pensionato na região da linha azul do metrô,
mais especificamente no metrô Vila Mariana.
Ficou mais fácil morar assim.

Mas daí, eu realmente, comecei a sentir saudades de casa.
Tive finais de semana em que me lembrava dos guris (Vini, Rêna, Z e Lu) e sentia um aperto no peito, uma saudade!!!!!!!!!

Choraaaaaaaaava!!!!!!!
Cheguei a aparecer no trabalho com a cara inchada de tanto chorar e inventar que era da sinusite pra galera não ficar encanada comigo.
Depois foi suavizando.

Fui fazendo amigos.
Me soltando um pouco do sul.

Fiz amizade com o Well.
Conheci o Eric.
Fiquei mais próxima da galera do trampo.

E um dia, o Well me disse que eu precisava abrir meu coração para as pessoas de Sampa; que se eu assim permitisse, eu ia ter mais e mais amigos aqui,
e não ia ser tão doloroso estar longe de Porto.
Quase na mesma época o Eric me disse a mesma coisa.
Eu resolvi considerar o que eles estavam falando.
E eles tinham razão.

A saudade continuou existindo, afinal ... ainda amo os guris, amo e sinto saudades dos outros amigos, mas ... agora eu tenho amigos por aqui.
Já consegui me ordenar melhor nesse aspecto.

Até consigo encontrar mais a Gladis

(o que no início era uma dificuldade, por causa da distância
- me dava um desânimo me deslocar até a casa dela,
visto não ter metrô naquela região).
A gente ficava se falando por telefone ou mail, mas quase nem se via.
Devido as distâncias, as vezes, eu fico muito tempo sem ver as pessoas.
A Rajani (que voltou prá SP em agosto) eu só encontrei uma vez desde então.
Ela mora numa região nada a ver com a minha.
O Celso (que é um amigo que eu tenho em Sampa desde os 15 anos) eu só consegui encontrar uma vez, e a Aloka e o Raghu eu só conversei por telefone.

Mas mesmo não encontrando os velhos amigos,

tenho pessoas com quem posso conversar quando o coração aperta.
A Ana Cris, por exemplo, que me foi apresentada logo que eu cheguei em Sampa,
estudante de direito lá da USF,

e que é uma doçura de pessoa (mais uma libriana na minha vida).

As pessoas foram se instalando no meu coração e eu fui curtindo.
O Well, Eric, Zara, Flavinho Suekuni, Wagner, Michelle, Ana, Dó, tantos nomes novos na minha lista de amigos ...
E daí relaxei com a cidade.

O que me estressou, e muito, foi o trabalho.
Um tédio, um saco, problemas,

e eu resolvi que precisava arrumar um outro emprego.
E desde que tomei essa decisão já fiz várias entrevistas.
A UNIBAN foi a primeira.
Depois vieram um escritório de advocacia, a UNINOVE, o Mackenzie, PUC-SP.
Ainda não rolou nenhuma delas.
Mas, a minha vida profissional segue se mexendo.
Nem de longe, me lembra Porto Alegre,

onde eu não conseguia nenhuma entrevista sequer.
A única dificuldade é que ainda não consegui a nova colocação, mas sigo na luta.
Não vou desanimar pois eu preciso de um lugar com uma energia melhor.
Mas sigo na batalha na USF.
Tem muita coisa prá ser feita e eu vou aproveitar o que posso aprender com isso, mas seguindo na busca por algo melhor prá mim.

Meu coração???
Segue batendo, mas as vezes, eu suspeito que protegido, escondido atrás dessa energia de fazer amigos e conseguir boas colocações, voltar a estudar, me qualificar melhor.
Nunca mais me apaixonei.
Tive uma atração forte pelo Leal, mas ...

ele era tão enrolado, tão perdido que o interesse
foi michando, michando e acabou.
Quando ele ganhou uma bolsa prá estudar na Venezuela

... eu nem me emocionei, nem fiquei triste, ou lamentei a ausência.
Fiquei feliz que ele tivesse a chance de realizar o sonho dele,

como por qualquer amigo, mas ... nem me abalei.
Meu interesse já tinha se esgotado.

Mas ...
com tanta vontade de me apaixonar!!!!!!!!!!!!
Sentir o coração preenchido pela energia de outra pessoa na minha vida.
Sentir a palpitação que dá no coração quando se está amando.
Viver uma relação com todo o pacote incluído.
Tem sido uma necessidade constante nos ultimos meses.
E falo isso prá muita gente.
Acho até engraçado.
Nunca fui, exatamente, muito aberta nessas coisas

(e em muitas outras), mas agora isso
seguidamente vem a baila nas minhas conversas.

Ah ... e agora não consigo me imaginar voltando a morar em Porto Alegre.
Parece que vou ser sempre visita por lá.
Gosto de Sampa, mesmo que em alguns momentos não goste

(quando chove horrores; quando não vejo o céu
por que a poluição deixa o céu cheio de nuvens cinza;
quando o trânsito enlouquece,
quando o metrô fez greve, quando o PCC marca presença.
Só que existem tantas outras coisas ...
Mas disso eu falo em outro momento.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

O Meu sabotador interno

Não sei se já aconteceu com vcs ... mas comigo isso já se repetiu várias vezes. Fui ao banheiro, viver o meu "momento medidativo do dia" e saquei daquelas revistas velhas que ficam rolando pela casa, meio sem utilidade, mas ... que demoramos a descartar.
Então (como um bom paulistano falaria no meu lugar), encontrei esse textinho básico entre as páginas da revista.
E dei muita risada. Achei hilário.

Mas me fez pensar sobre a verdade do texto abaixo.

Também tenho um sabotador interno.
Que, frequentemente me diz para não sair de casa, mesmo quando tenho uma festa "ma-ra-vi-lho-sa" para ir. E me fala várias outras bobagens, nos momentos em que eu menos preciso disso.

Eu preciso me concentrar muito para não dar ouvidos, àquela vozinha estúpida que fica me dizendo, que não tenho competência para tanto; que sou burra mesmo; ou que não sou uma mulher interessante, bonita, inteligente; que não devo almejar mais prá minha vida; que devo me conformar com o que eu obtive até hoje; que não faço mais do que a minha obrigação.

Uma vez, lembro nitidamente, eu estava encerrando a relação com um cara que deixou bem claro prá mim que, ou eu me conformava com muito pouquinho naquele relacionamento, pois era o que ele tinha prá dar, ou a gente tinha de encerrar a história, pois ele era a fim, mas do jeito dele, e que eu precisava ser compreensiva.

Compreensiva o caralho!!!!

Eu já tinha tido muita paciência, tinha investido um monte na história, corrido atrás do cara, como jamais tinha me permitido fazer, e ele vinha com o papo de que eu tinha de me conformar com aquilo (que vcs talvez não saibam ... mas era pouquinho, pouquinho).
E me peguei ali, falando prá ele que não era a fim, mas ouvindo uma vozinha dentro da minha cabeça dizendo que "pouco era melhor do que nada"; "aceita";"se conforma".
Continuei dizendo o que eu queria, mas ... a voz ficou ali, dentro de mim, falando bobagens. Quase nem acreditei que aquilo estava acontecendo comigo.
Mas eu fui determinada, bati pé com o cara, ... e com a maldita voz.
Tinha um lampejos de descrença na minha vontade, e quase dei créditos prá tal 'voz'.

A história com o cara acabou ali, e eu me senti legal por ter atendido às minhas necessidades. E, principalmente, por ter vencido o meu sabotador interno.

Aquela vozinha estúpida ...

Não quero esquecer disso nunca mais.
Quero lembrar que eu posso dizer NÃO para essas bobagens que estão gravadas dentro de mim, e que vêm tentando derrubar meu crescimento.

Seja por medo, por defesa, por covardia, condicionamento, ou por qualquer motivo.

"Os barcos não foram feitos prá ficar nos portos (onde estão seguros)".

Vou buscar lembrar sempre disso.


Para o Pequeno Sabotador Interno


Venho por meio desta manifestar o meu repúdio pelo seu recente comportamento. Você estragou tudo, mais uma vez.

Quando me aprontava para sair, disse que eu estava feia. Quando experimentei outra roupa, insinuou que eu já não tinha idade para usar aquilo. Quando cheguei ao meu compromisso, não me deixou falar o que eu havia pensado. E, no final, ainda conseguiu me fazer ser grossa, apressando as despedidas.

Ora, quando você irá crescer? Cansei da sua irresponsabilidade. Compreenda, de uma vez por todas, que estamos no mesmo barco.
Se afundo, você vai junto - será que esta metáfora não está óbvia o suficiente?

Não me venha, portanto,com argumentos de homem-bomba. Se você discorda de mim tanto assim, por que não vai embora daqui de dentro? Abaixe esse punhal, apontado para as minhas costas, e cave com ele um túnel de fuga se for necessário. Não podemos é continuar desse jeito, nessa burra relação autodestrutiva, em que o conteúdo fura a própria embalagem.

Até quando você me elogia é com o intuito de me derrubar, já percebeu? Faz com que me acredite linda e sagaz para, no instante seguinte, rir dos meus tropeços. Dizendo "não falei?", com aquela sua cara de madrasta. Torpedeando minhas forças ainda durante os planos de ataque.
Minando meus passos ao pisá-los comigo.

Chega, então. Paremos com isso, antes que acabe em tragédia.
Antes que, na falta de um gesto meu, por você evitado, eu desabe em escombros. Quero, mais do que nunca, me arrepender depois do que digo e do que faço. Abro mão, com alegria, de todos os seus péssimos sábios conselhos. A vida é curta demais para tamanha precaução e longa demais para se repetir os mesmos erros.

Sim, cheguei a me divertir em sua companhia, quando ainda conseguia ver algum charme no insucesso. Tempos passados. Hoje, luto com unhas e dentes para que tudo dê certo. E das suas idéias, sempre cheias de lógico pessimismo, preciso distância.

Não pretendo, porém, uma separação litigiosa, pois sei que você conhece todos os meus pontos fracos e aguarda apenas uma boa oportunidade para atingi-los. Com suas observações de última hora, mortalmente precisas. Proponho, isto sim, um cessar-fogo: você deixa de me dar conselhos e eu imediatamente deixo de segui-los.
Parece-me uma trégua justa.

Não te desejo mal — entendo que você fez o que tinha de fazer, muitas vezes com a minha velada cumplicidade. Mas estou pronta a ir até o fim nessa luta, a tirar você de mim quanto antes. Saiba que, a partir de hoje, você está como imigrante ilegal aí dentro. E pode até conseguir fugir por um tempo, escondendo-se em subterfúgios. Seus dias de impunidade, entretanto, estão contados.

Se você não me atrapalhar, é claro.


(Fernanda Young)

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Amor? Saudade? Ilusão?

Se pode ter dentro do coração um espaço de amor, por uma pessoa com quem você não tem como manter contato, nem proximidade, e que, pensando bem, não se tem mais nada em comum, depois de se passarem mais de 15 anos sem aproximação?

Eu sempre tenho a sensação que sim.
É a única coisa que explica o carinho que eu tenho pelo Fernando até hoje.
De todos os meus ex-namorados (e por surpreendente que possa parecer, eu tive vários), ele é a pessoa por quem eu mais tenho essa sensação de proximidade, carinho, cuidado.
Me preocupo com ele até hoje.

Não sei o que é ... mas já aceitei como parte de mim.

Por causa disso que eu sou da comunidade "É sempre amor, mesmo que mude".

Quem sou eu

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Garibaldi, RS, Brazil
Sem palavras pra descrever