quarta-feira, outubro 10, 2012

Rascunhos

Três meses sem posts.
Mas eu já fiz vários rascunhos.
Ao final das contas, nenhum deles se tornou interessante o suficiente para ser publicado.
Mas hoje, eu decidi que tenho algumas coisas pra atualizar.
Vou aproveitar o feriado para atualizar os rascunhos e transformar em publicação.
Com calma.

domingo, julho 15, 2012

Curtas gaúchos: férias animadas, me fez pensar em ti meu irmão.

Enfim, descobri que tu és um guri "pé-de-vento", que infelizmente não encontrou um motivo pra colocar os pés no chão e preferiu seguir adiante.

Também me sinto um pouco "pé de vento", e não sei se existe algo, além da minha teimosia que mantenha os meus pés um pouco mais próximos do chão.

Saudade da tua maluquice, da tua necessidade de agredir e assustar!
Por mais que saiba que foi justamente isso que te consumiu.
Saudade da sensação de que eu era aceita com as minhas loucuras, por alguém que me via mais do que eu mesma por ter as próprias sandices!

Que Deus te abençõe, todos os dias aonde estiveres!!!
Sinto muito se - as vezes - perdemos a paciência contigo.
Te Amo, guri pé de vento!!!
E ainda vejo o teu olhar me repreendendo por não ter te obedecido, mas ... não fiquei brava. Sei que era a tua forma de mostrar o que achavas ser melhor pra mim, e pra nós!

segunda-feira, julho 09, 2012

Achei este texto muito adequado ao meu momento.

A tempo, informo que retirei de um post da página Terapia Holística do Facebook.
https://www.facebook.com/terapiasLigiaSchincariol



** ENCERRANDO CICLOS **

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu...

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.

E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

(Fernando Pessoa)

terça-feira, maio 29, 2012

Depoimentos

Há uma semana atrás, a Xuxa deu um depoimento no Fantástico,
que mexeu com o Brasil inteiro.
Eu não quis ver.
Tinha certeza do assunto que ela ia falar, e eu não queria ouvir.
Sabia que eu não tinha condição de ouvir,
ver ou saber, daquilo que eu já sabia.
A gente sempre sabe do que pode mexer com a gente,
pelo menos, ... eu sempre sei.
No dia seguinte ouvi todos os comentários,
observações, críticas e piadas da internet e facebook.
Mas me omiti.
Não quis saber do depoimento.
Estava na casa da minha mãe no domingo passado.
O pior lugar para ouvir algo sobre o abuso de crianças é na casa da minha mãe.
Naquela casa, guardadas as proporções de mudanças arquitetônicas,
foi onde eu passei as minhas maiores tristezas e dores.
Foi quando eu descobri que um ser humano pode ser desprezível!
Foi quando eu descobri que uma mulher pode ser covarde e omissa!
Foi ali que eu comecei a acreditar que ninguém pode, realmente, me amar.
Eu fui deixada só para encarar aquilo tudo.

Neste domingo, o Fantástico repetiu um trecho do depoimento e eu consegui assistir.
Estou em casa, no meu canto, onde eu me sinto melhor.
Não é das atividades mais fáceis, mas aqui,
sob a responsabilidade do meu amor por mim mesma,
eu me sinto mais reconfortada.
É doloroso ouvir ou ver algo assim.
Mas reconheço os sentimentos.
A vergonha, a tristeza, o medo e a dor
que a criança sente numa situação dessas,
eu conheço bem.
Na verdade, a frase que a Xuxa falou me fez lembrar ...
“como eu sempre fui grandona”.
Eu também sempre fui grandona.

Tinha aproximadamente 1m50cm com 9 anos,
1m60cm com 10 anos, 1m68 com 11 anos.
Mas acredito que não seja esse
tipo de situação que nos torna um alvo.
Acredito que é apenas a loucura e falta de consciência
que faz isso se tornar algo plausível de se fazer.
Macular uma criança é loucura, doença, maldade pura!

Só que eu não sei se isso foi o mais doloroso.
Meu pai era um estranho, que nunca,
em momento algum antes, me tratou com amorosidade.
Na verdade, a aproximação dele foi esquisita,
justamente por isso.
Nunca houve da parte dele afeto por mim.
Quando aquela doença de me abraçar, me tocar,
e tentar estar sempre perto – de forma abusiva - começou,
foi extremamente esquisito justamente por sermos tão distantes um do outro.
Acho que foi só mais uma forma de decepção com ele.

Doloroso mesmo, foi a reação da minha mãe, quando ela finalmente teve certeza.
As únicas palavras que teve pra me dizer foram de acusações:
sobre a falta de confiança nela,
sobre o risco de expor essa chaga perante a família,
sobre o que as pessoas pensariam dela se algo me acontecesse
(como se nada houvesse acontecido).
E até hoje, o fato de tentar me forçar a
fingir que eu tenho uma relação normal e saudável com ele é extremamente penoso.

Ela só diminuiu esse processo de fingir
que o meu distanciamento do meu pai é sem razão,
no dia em que eu perguntei o motivo dela
me odiar tanto e insistentemente usar essa história pra me machucar.
(Na verdade, eu devolvi todo o processo de chantagem
que ela sempre usa comigo.
Me tornei tão chantagista quanto minha mãe.
É horrível admitir, mas eu também sei usar de armas pouco dignas)
A partir daí, ela parou.
Nunca mais tentou forçar nada.
Não toca no assunto.
Nem para tentar aliviar a lado do meu pai,
nem para me compreender.
O Luizão me disse que eu preciso deixar o meu passado.
Descarregar a carga.
Eu não consigo fazer isso.
Já consigo olhar pra tudo como passado
(se bem que ainda me dói lembrar)
mas não consigo fingir que não está aqui dentro.
Não acredito que eu tenha passado por tudo isso,
pra fingir que não existiu.
Ainda não sei o que fazer com essas experiências todas,
mas eu sei que não posso abandoná-las.
Deve haver algum motivo pra tudo isso.
Pra tanta dor.
Pra tanta decepção.
Para o fato de que eu sou capaz de enxergar a maldade humana,
e ainda assim, eu não me deixo dominar por essa maldade.
Eu poderia repassar essa decepção de forma desprezível para os que me cercam.
Mas eu sou uma pessoa melhor do que os meus pais foram comigo.
E sou muito melhor do que os diversos homens com quem já me relacionei.
Sou uma pessoa melhor do que muitas mulheres que eu conheço e convivo.
Sou mais forte, mais amorosa, mais determinada e honesta comigo e com os outros.
E mesmo que eu diga, que eu “deveria” mudar meu jeito de ser,
EU NÃO QUERO MUDAR!
Tenho uma grande alegria por ser
o tipo de pessoa que sou, mesmo que não seja fácil.
Como diria He-Man: “Eu tenho a Força!!!!”

Eu vou descobrir os motivos e razões pra tudo isso,
e de que forma, eu posso transformar "isso tudo" em benefício,
pra mim e pra outras pessoas como eu.

Mesmo que não seja fácil, mesmo que não me compreendam,
mesmo que as pessoas continuem tentando me mudar para alguém mais "digerível",
eu vou continuar sendo eu,
com toda a carga que ficou pegada comigo nessa vida,
mas sempre seguindo em frente.
Por que eu não estou mais no meu passado,
Mas não sofro de amnésia.

sexta-feira, março 23, 2012

Encerrando

Sem internet em casa.
Sem vontade de escrever um tempão no computador.
Mas a fim de contar pra vcs uma coisa.
Acabou!
Todo o sentimento,
toda a dor,
todo o sofrimento.
Depois de 4 meses,
eu consegui entender.
O Ed cumpriu a missão dele na minha vida,
que era de me estimular a voltar para o RS,
e ajudar a me instalar em minha nova cidade.
E acabou!
Não havia mais nada a ser feito ou vivido.
Então, ponto final.
Vivi várias emoções: raiva, dor, frustração, perda, luto, ressentimento.
Agora acabou.
Ele vai ser pai, de novo, e espero que consiga dar conta do recado.
Eu, vou ser responsável por mim,
vou me cuidar melhor, e dar amor pra quem merece
(isso é extremamente importante, me amar
e amar quem merece isso de mim).
Algumas arestas que precisam ser acertadas.
e é isso.
Novo capítulo.
Fim de linha para o que não tem mais valor na minha vida.
Ficou um vazio no lugar.
É uma sensação estranha, mas ... não é dolorosa, é boa!

quinta-feira, janeiro 05, 2012

Há algum tempo atrás, um conhecido me perguntou por qual motivo eu sempre me interessava por homens fracos e covardes.

Na época, achei a pergunta totalmente sem propósito.

Hoje, eu me faço a mesma pergunta.
Na verdade, já faz um bom tempo que eu me faço essa pergunta:
“Qual o motivo de me deixar impressionar por homens tão fracos?”

Minha história com o Ed, só me deixa isso bem claro.
Independente de quais sejam os reais motivos dele (frieza, desamor, fraqueza de caráter, falta de sustentação, manipulação, etc., etc. etc), no fim o que fica a mostra é que ele é um homem fraco.

Eu posso ter sido insegura, e devido a isso ele repensou toda a nossa relação, mas se fosse um homem forte, teria lidado com a minha insegurança de uma forma totalmente diferente.
Se bem que, aos meus olhos, a minha insegurança foi apenas a oportunidade que precisou pra ir embora. Ele iria embora de qualquer forma.
Os meus chiliques apenas abreviaram a conclusão dos fatos.

Essa conclusão é dolorosa.
Não pense que escrever isso não me faz mal, mas eu preciso lidar com a realidade dos fatos.
Só assim eu vou poder superar.
E como tudo está apenas no campo das ideias, pois ele não me fez nenhuma acusação concreta, não me disse coisa alguma que servisse pra considerar, eu só posso supor.
E ele mesmo me disse que eu posso supor, o que eu quiser.
Pelo menos, esse direito eu ainda possuo para um homem que me tratou com tanto desamor nos últimos dois meses.

Pra me acalmar comecei a fazer Heart Chakra.
Uma meditação que me dá uma chance e tanto de obter o equilíbrio.
A meditação oferece todo um ballet em que se estabelece num movimento a partir das mãos sobrepostas sobre o peito.
Enquanto eu faço o movimento, eu imagino meu corpo encontrando seu centro, seu “norte” (como uma direção principal da qual não quero me desviar não importa em que direção eu dê meus passos).
E eu imagino que enquanto tiro uma das mãos do meu peito pra frente, lados ou atrás (dependendo da etapa que estiver cumprindo), eu estou tirando toda a dor, decepção, tristeza, raiva, ressentimento, desejo de vingança, amargura, azedume, que possa se estabelecer em mim.
Não quero que nada disso destrua minha determinação em ser feliz e viver uma história de amor com toda a completude de que preciso e que é o meu objetivo maior.

Mas eu preciso me libertar dessa fixação em homens fracos.
Ou, simplesmente, não alimentar a expectativa de que existam homens com força de caráter.
Ou alguma outra coisa que escapa a minha compreensão limitada deste momento.

O Ed tem toda uma paixão por super-heróis: X-Men, Thor, Capitão América, Homem de Ferro, Transformers, etc., etc. Mas não consegue ter um por cento desta força que ele tanto admira nestes heróis. E eu via isso, mas mesmo assim o amava e aceitava assim. Eu via características quase infantis nele, nessa fixação por histórias de heróis e mitos, mas não achava que isso pudesse ser negativo. Hoje, eu já penso que era uma mostra do quanto ele ainda não é um homem.

E eu preciso me relacionar com um homem, pois eu SOU UMA MULHER.

Pra completar minha mensagem de hoje, vou postar dois textos que uma amiga colocou no perfil dela no face, e que eu achei que tinha muito em comum com o que expressei aqui. Grata, Katia Lyrio!!!!


Eu quero andar de mãos dadas com quem sabe que entrelaçar os dedos é mais do que um simples ato que mantém mãos unidas.
É uma forma de trocar energia, de dizer: você não se enganou, eu estou aqui. Porque por mais que os obstáculos nos desafiem, o que realmente permanece costuma vir de quem não tem medo de ficar."



"Cumplicidade é ser parceiro e fiel em todos os momentos. É andar junto e não dar as costas ao outro se o momento não for favorável, porque haverá muitos momentos ruins e aí é que serão testados teu amor e cumplicidade. Se fores dar as costas, que elas sirvam de apoio ao outro. Que não sirvam como uma muralha, parede, rocha, rua sem saída. Ser cúmplice é ser luz, caminho, mão dupla. Ter idéias para seguir junto ante as armadilhas do tempo. Ser refúgio e fortaleza."


terça-feira, janeiro 03, 2012


Minha crise afetiva começou um mês antes do natal e do ano novo.

Pode-se fazer idéia do quanto todo esse processo, naturalmente doloroso, ficou mais doloroso ainda em função de todas as emoções evocadas pelas festas de final de ano.
Hoje, vou tentar relatar, de forma bem sucinta, quais foram as minhas emoções nestes dias, e também os fatos.

Hoje é dia primeiro de janeiro, e eu quero começar o ano com o pé direito no quesito “meu blog”.

No dia 17 de dezembro conversei com o Edegar, e tive de ouvir dele que eu fui enterrada.

Que ele já havia experimentado raiva e dor, e que não vivenciaria mais isso, e que decidiu que ia preservar alguma emoção positiva em virtude de nossa “velha amizade de tantos anos”.

Ele também disse não ter mais nada pra me dar, usou exatamente a expressão de que “enterrou” todos os sentimentos que teve por mim. Aquilo foi a coisa mais dolorosa que eu já ouvi de um homem.

Nem o ressentimento do Jerry comigo foi tão doloroso. Mas o pior ainda estava por vir.

Na segunda-feira, dia 19, acabei por descobrir que o homem que, há um mês atrás, dizia que me amava e desejava viver o resto da vida ao meu lado, já tinha uma nova namorada: o bichinho da goiaba (Joelma do Calipso antes das cirurgias plásticas).

Dizia o Flávio Vieira, que pior que arrumar uma nova namorada, era arrumar uma nova namorada feia. Bom, comigo o efeito foi ao contrário, de certa forma, eu me senti fortalecida na minha autoestima, que nunca é grande coisa.

Aos meus olhos, pareceu que a autoestima dele é menor do que a minha, e que ele pegou o primeiro tribufu sem caráter e sem valor que achou no meio do caminho.
Claro que apesar de ter essa sensação que me trouxe um certo poder, também quis mata-lo (arrancar os dentes com alicate de cutícula como eu disse para algumas amigas).
Tive muita raiva e muita dor, mas ao mesmo tempo, consegui enxergar que não importa o que ele faça, o discurso do “enterro” só serve para que ele engane a si mesmo.

Ele pode dizer que me enterrou o quanto quiser.
Só conseguiu comprovar pra mim, o quanto é um homem fraco que nem mesmo pode suportar encarar a tristeza sozinho; precisa se agarrar em um rabo de saia pra dar suporte pra ele.
No dia 21 nos encontramos de novo para que eu devolvesse as poucas coisas dele que ainda estavam lá em casa. Como eu já sabia do bichinho da goiaba e estava com a história de ter sido enterrada entalada na garganta, falei mais alguns desaforos. Única e exclusivamente pra tirar aquele sapo do meio da minha garganta, pois ele não expressa nenhuma emoção.
Disse que eu posso tirar a conclusão que eu quiser, que ele não tinha se decidido se estava namorando alguém ou não, e que estava cansado demais pra me dar qualquer coisa.
Ah, também me falou que a única pessoa que pode criticá-lo é a ex-mulher pois ela é a mãe das filhas dele.
Ou seja, eu não podia ter reclamado de nada em nosso relacionamento, pois não fazia parte dos meus direitos.
Eu tinha que apoiá-lo incondicionalmente, pra ser aceita.
Ou seja, a minha dúvida que surgiu desde o acidente da minha mãe, era totalmente pertinente.

Foi um encontro doloroso pra mim.
Descobrir que o homem que eu achei que me relacionava jamais existiu, e que só existe esse homem sem caráter, sem afeto e sem respeito por mim no meu caminho,
me rendeu muita decepção.
E decepção dói demais!

Mas eu atingi um nível de estabilidade depois de tanta decepção.
Aquelas crises de choro, sentindo dor insuportável nas minhas costas e no meu peito, foi suavizando. Ainda tenho momentos de lágrimas, mas não são tão dramáticos, apenas são inevitáveis.

Desde que vim pra Porto Alegre, reencontrei a Michele/Abhati, o Maytréia/Rafael, a Kamin/Magali, a Silvia, o Rogério.
Eles todos me ajudaram a não ficar sentindo pena de mim, apesar de terem que suportar a minha decepção e meus relatos. Mas me ajudaram a me sentir amada.
Que é tudo de que preciso nesse momento.
E me deram a oportunidade de saber como eles estão, e sentir o quanto eu ainda os amo, apesar de toda distância que já vivemos durante os 6 anos que estive fora do RS.
É doloroso olhar pra toda essa história.

Por que aos meus olhos, eu me meti numa farsa.
Num teatro, encenado pelo Edegar, e que eu contribuí na encenação, ao acreditar nos sentimentos que ele disse ter por mim.
Pois se ele me amasse e quisesse construir, aquilo que ele dizia desejar, as escolhas dele seriam outras.

Eu sei que eu fui inteira, amorosa, batalhadora, disponível pra dar pra ele tudo que fosse necessário pra que a nossa história tivesse prosseguimento.

Mas eu queria ser amada também e agora descobri que em momento algum, eu fui amada no mesmo nível.

Eu chorei junto, briguei por ele, defendi sempre que pude, arrisquei a viver numa situação que eu achava impossível (viver junto com uma pessoa na mesma casa, dividir a vida).

Aos meus olhos eu não fui perfeita, o que eu jamais conseguirei ser neste estágio em que estou na terra. Mas ... isso não estava sendo considerado.

Como diz o Jorge Vercilo, na música Devaneio: “Foi um devaneio meu / Um veraneio seu / E um outono inteiro em minhas mãos."



Devaneio, de Jorge Vercilo


"Mergulhei no mar / E não dava pé / Me apaixonei/ Mas não sei por quem /Sonho com alguém / Que você não é!

Eu me entreguei demais/ Eu imaginei demais / E o silêncio fala mais que a traição/ Foi um devaneio meu / Um veraneio seu / E um outono inteiro / Em minhas mãos.

Vi um sol nascer / Pelos olhos seus / Me deixei levar / Eu não refleti / Que era a luz dos meus / Refletida em ti.

Eu me entreguei demais / Eu imaginei demais / E o silêncio fala mais que a traição

Foi um devaneio meu / Um veraneio seu / E um outono inteiro em minhas mãos."

Quem sou eu

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Garibaldi, RS, Brazil
Sem palavras pra descrever