quarta-feira, dezembro 05, 2007

Canção do Amor Imprevisto

Eu sou um homem fechado.
O mundo me tornou egoísta e mau.
E a minha poesia é um vício triste,
Desesperado e solitário
Que eu faço tudo por abafar.

Mas tu apareceste com a tua boca fresca de madrugada,
Com o teu passo leve,
Com esses teus cabelos...

E o homem taciturno ficou imóvel,
sem compreender nada,
numa alegria atônita...

A súbita, a dolorosa alegria de um espantalho inútil
Aonde viessem pousar os passarinhos.

Mario Quintana

O MAPA

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse o meu corpo!)

Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...

Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Apontamentos de História Sobrenatural

segunda-feira, outubro 29, 2007

Li esse texto hoje pela manhã ... e me fez pensar ...
Por isso está aqui.

Lê/Raji




Às favas com o amor! Eu quero é ser feliz

Rosana Braga


Pois é... a sensação que tenho tido, nos últimos tempos, é de que essa busca pelo grande amor, pelo par ideal, pelo príncipe encantado, pela felicidade infinita – que deveria ter se configurado como um caminho edificante e enobrecedor – tem servido bem mais para transformar a vida de um grande número de pessoas numa insanidade absurda.

Basta repararmos um pouco mais atentamente na enorme confusão que tem sido tantas relações (com suas intermináveis tentativas de nomenclaturas) e terminaremos por concluir que nisso tudo tem algo que precisa ser urgentemente revisto, reavaliado e reconduzido.

Se estudarmos um pouco mais profundamente a história da humanidade,
não demoraremos a descobrir que o comportamento entre homens e mulheres, incluindo o desejo sexual e suas mais diversas manifestações, passou por algumas transformações significativas antes de chegar neste cenário que vivemos atualmente.

Se no começo tudo era uma questão de sobrevivência e perpetuação da espécie, não faz muito tempo nasceu o desejo pelo conforto, pela fartura, pelo bem-estar.

Eis também o nascimento do amor romântico e dessa tão visceral busca pela felicidade, que ganhava – a partir de então – um sentido bem mais amplo e refinado do que tinha até então. Daí para alcançarmos este ritmo alucinante de mudanças, não demorou quase nada. Bem menos de um século apenas.

E neste momento vivemos como que em meio a um furacão, recheado de dúvidas, incertezas, inseguranças, expectativas e perspectivas cujas bases estão trincadas, em plena reforma...

E a pergunta se repete, incessantemente:
por que tem sido tão difícil viver esse tal grande amor?
Por que embora esse pareça ser o maior desejo da grande maioria, o que reina são os desencontros?
Talvez você também já tenha vivido contradições profundas como essas.
Talvez já tenha acreditado piamente que tudo o que mais desejava era amar
e ser amado e, diante desta possibilidade, não soube o que fazer,
ou fez tudo errado...

Talvez já tenha dito para si mesmo,
incontáveis vezes,
que prefere ficar só,
desfrutar de sua liberdade,
preservar seu espaço e sua individualidade e,
cara a cara com seu espelho,
sentiu medo da solidão
ou o peso quase insuportável da falta de um abraço...

E nesses momentos, convencido (?)
pela atual corrente de pensamento que afirma que tudo só depende de você,
o conflito interno é praticamente inevitável:
o que eu realmente quero?

Se depende só de mim, por que será que as pessoas influenciam tão diretamente no modo como me sinto?
E se a responsabilidade pelo que me acontece é somente minha, por que nem sempre alcanço os resultados para os quais tanto me dediquei?
Não sei... mas diante de todos esses pontos de interrogação, tendo a concluir que este é um momento da história das relações de completa metamorfose.

O que era antes não é mais.
O que será ainda não sabemos.

Agora, somos homens e mulheres repensando seus papéis, seus desejos, seus lugares dentro dos encontros amorosos, da família e da vida em geral.

O problema, então, talvez seja o apego e o anseio por uma idéia de grande amor que é incompatível com a realidade atual.

Um grande amor que não seja castrador e submisso como o que viveram nossos avós, mas que também não seja tão livre e descomprometido como este que temos experimentado nas últimas décadas.

De preferência, que seja intenso, romântico, perfeito, cheio de encanto e paixão, como descrevem os poetas e compositores ou mostram os filmes das telas dos cinemas...

Daqueles que chegam e nos arrebatam de uma vidinha que não temos suportado carregar sozinhos (porque é exatamente assim que tenho visto muita gente esperar por um grande amor).

Ah! E que seja para sempre, claro!
Não percebemos que essa busca não é coerente com as atitudes que temos tido ou com o modo de vida que temos adotado.
As engrenagens externas estão totalmente desencaixadas das internas.
Os ritmos estão desencontrados.
O que se deseja comprar não é o que está à venda e ainda assim pagamos o preço para ter o que está nas prateleiras.
Estamos perdidos entre sentir, querer, fazer, parecer e, enfim, ser!

Tudo bem... acho até que não daria pra ser muito diferente disso, já que a fase é de profundas mudanças, mas aposto que o caminho poderia ser bem mais suave e prazeroso se parássemos de acreditar que o “grande-amor-dos-contos-de-fadas” é a solução na qual devemos investir toda a nossa existência.

A insanidade (que é o que mando às favas, na verdade) fica por conta dessa insistência em acreditarmos que amor é um ‘estado civil’ qualquer que devemos atingir e, uma vez nele, a felicidade é certa.
Não é!

Felicidade é aquela que temos a oferecer e não aquela pela qual temos esperado.

E é também bem mais incerta, imperfeita e inconstante do que temos imaginado.
Simplesmente porque somos gente e gente é assim:
incerta, imperfeita e inconstante.

E quando, finalmente, aceitarmos esse fato, creio que teremos começado a compreender o que é o amor...

quarta-feira, setembro 26, 2007

Um cansaço

Aff... me bateu um cansaço.
Corpo pedindo sossego.
Não que eu tenha feito tanto assim.
Na verdade, acho que estou cansada de estar em casa.
Cheguei no meu limite.
Preciso ver o povo, meus amigos e colegas.
Estou com saudades do meu trabalho: mesmo que saiba tudo que virá com isso.
"O estresse de ver que nem sempre se pode fazer o que se acredita.
E, ao mesmo tempo, por respeito a mim mesma: a necessidade de manter a minha forma de ver e agir no meu trabalho e com o meu pessoal.
Mas ficar em casa, trancada, isolada do mundo, é um terror.

Daí eu consegui ver que tenho feito algumas escolhas um tanto infelizes.
Preciso revê-las e mudá-las.
Preciso sair mais.

sábado, setembro 22, 2007

Tô de pézinho machucado

Pois é ...
Eu estive pensando no quanto estava cansada.
No quanto certas atitudes e comportamentos são difíceis prá eu aceitar.
Estive pensando que eu precisava sair de circulação prá poder me nutrir de paz e equilíbrio.
E daí, sabem o que eu consegui fazer?????????
Levei um tombo cinematográfico, ralei meu joelho direito, torci meu pé esquerdo - no domingo (dia 16/09) - e recebi do médico a orientação de ficar em casa, imobilizada, por duas semanas, com uma botinha chamada robô foot.
Viram como o pensamento da gente tem uma força assustadora?
O meu, que desejava ardentemente, uma pausa, me fez parar.
Eu me dei conta logo em seguida.

Até comentei com a Rajani no telefone.
Eu estava precisando de uma pausa e consegui.
Preferia que tivesse sido menos dolorosa.
Não faz idéia da dor que eu senti no meu pé no domingo.
Hoje estou tranquila, mas no domingo ... ai, nem posso lembrar.
Nunca tinha sentido tanta dor e por tanto tempo.

Agora estou longe de várias pessoas e situações.
Quero só ver, como será voltar.
E o que eu consigo fazer de mim, aproveitando este momento de pausa forçada.
Recebi uma oportunidade, mas .. ainda não sei muito bem o que fazer dela.
Mas sinto que preciso repensar algo.
E esta é a minha chance.
Um presente da existência para eu me repaginar.

Obrigada existência!!!!
Mesmo que eu não goste da forma como tudo apareceu.
Agradeço a possibilidade!!!!
Espero conseguir encontrar a luz que eu preciso encontrar.

Tive de cair do meu pedestal de segurança.

segunda-feira, agosto 27, 2007

Eu ainda vou aprender a arte da abstração total.
Adoro o meu trabalho.
A parte técnica.
As pessoas com quem trabalho.
Os alunos que eu atendo
(mesmo que sempre surja uma "mala sem alça", a maioria ... é muito gente boa).
Mas ... sempre existe uma partícula esculhambadora (o tal do "mas").
E é uma das coisas que é mais importante prá mim.
A confiança.
Quando eu não posso confiar ... fico cabreira
e nada mais vai me fazer respeitar aquele em quem eu não confio.
Confiança no ambiente de trabalho.
Não está rolando.
Cada coisa que eu descubro me faz confirmar uma outra crença pessoal ...
não confie nas religiões, nos religiosos, nos falsos moralistas,
nas saias longas, na carinha de beata.
São uma farsa, total e absoluta!!!!

Ainda bem que eu saí deste mundo, antes de enlouquecer.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Sereníssima (Legião Urbana)

Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece.
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas.

Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades.
Tínhamos a idéia, você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia

Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.

Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho
Não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar.

Minha laranjeira verde, por que está tão prateada?
Foi da lua dessa noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.

sexta-feira, julho 20, 2007

Fibromialgia

Hoje, pela primeira vez, desde que cheguei nesta terra,
fui ao médico para retomar meu tratamento para Fibromialgia.

No trabalho, descobri uma colega que faz um tratamento de fisioterapia
bem prolongado e que me sugeriu o atendimento na mesma clínica
onde ela faz uma sessão de alongamento por semana.

Demorei a conseguir a primeira avaliação.
Mais de um mês com a consulta agendada
(na verdade, acho que qualquer médico por aqui é assim).

Mas fiquei bem impressionada com a fisioterapeuta que me avaliou,
e com todas as informações que ela me prestou.
Algumas, na verdade, foram uma surpresa total, e
me trouxeram alguma esperança de que - em algum tempo -
todos os meus males se reúnam num tratamento só, e
possa, enfim, me sentir mais "normal".

Já sei, desde a época que eu fui diagnosticada como portadora de fibromialgia,
por volta de 2000, não lembro ao certo,
que um sono pouco restaurador,
pode me fazer piorar das dores musculares.
Mas não sabia, por exemplo, que o fato de ter tido febre reumática
me deixou propensa a esse tipo de problema quando adulta.
Na verdade, é como se fosse apenas a continuação de algo que eu tenho desde a infância.

Também não imaginei que o fato de ter hepatite C,
me torna-se propensa a uma instabilidade física que também
me torna vulnerável para a fibro.
Até a sinusite influencia a fibro.
Ao que parece, todos os meus problemas de saúde,
convergem (de uma forma ainda um tanto misteriosa prá mim)
para a fibromialgia.

Foi esclarecedora a minha avaliação com a Kemi.

Recomeço meus tratamentos intensivos para a fibro
na segunda-feira, às 9h.

Com uma sensação de que estou em boas mãos.

Isso me deixou bem feliz e segura.

Estava com receio de não sentir confiança no profissional.
Com o Luciano (anestesiologista que me deu o primeiro diagnóstico e tratamento),
eu já tinha uma relação de confiança total.
Estava insegura se aqui nesta grande cidade, eu conseguiria encontrar alguém
para me proporcionar o suporte de que eu necessito.
Agora, fiquei confiante.

Claro que, nem tudo são flores.
Como eu já sabia, eu posso ter uma qualidade de vida melhor.
Mas sempre serei uma paciente portadora de fibromialgia.
Ninguém sabe o que a leva a começar (e como a doença só tem 10 anos de reconhecimento médico), talvez eu a conheça melhor que muitos médicos e a reconheça em outra pessoa com
mais facilidade que muitos profissionais da área da saúde.

O que me deixa bem, de verdade, é que eu percebo que não tenho mais vergonha disso.
Antes, quando falava neste assunto com as pessoas, eu sempre acabava com essa sensação:
a sensação de que eu tinha cometido o grave erro de portar algo embaraçoso.
Como quem leva o produto de um furto dentro da bolsa.
Maluquice, ou não, era exatamente esta a sensação.
Hoje eu estava bem mais tranquila prá falar sobre isso com a fisioterapeuta.
Não é o meu sonho de consumo na vida ... mas ...
também não tenho do que me envegonhar.

Talvez, isso seja o que de melhor eu tenha conseguido nos últimos anos.
Não ter vergonha de ser quem eu sou.
Mesmo com aquelas "coisinhas" que eu não gosto muito (ou quase nada),
como é o caso da fibro.
Essa sensação já me deixa alguns "por cento" mais relaxada.

domingo, julho 08, 2007

Flávio Vieira (senti saudades de você nesta semana!)

Uma amiga me perguntou se eu tinha um cd do Legião prá emprestar.
E este simples pedido me fez ouvir de novo meus velhos cds.
E, de repente, ouvindo esta música lembrei do Flávio e da Meeta.
Acho que ela é bem apropriada para falar dos dois ... que foram embora ...
cedo demais.

Love in the afternoon
(Legião Urbana)


É tão estranho, os bons morrem jovens
Assim parece ser quando me lembro de você
Que acabou indo embora,
cedo demais

Quando eu lhe dizia:
- me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada
Você sorriu e disse:
- eu gosto de você também

Só que você foi embora cedo demais

Eu continuo aqui, meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
dia de chuva,
dia de sol
E o que sinto eu não sei dizer

- Vai com os anjos, vai em paz

Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade
Até a próxima vez!

É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você e de tanta gente
Que se foi cedo demais

E cedo demais eu aprendi a ter tudo que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto eu não sei dizer

Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre, mas eu sei
Que você está bem agora
Só que este ano o verão acabou
Cedo demais.

domingo, março 25, 2007

Ajala


Olha só...
Achei a foto da Ajala num site do Kiran.
Deu saudades!!!!
Daí ... resolvi guardar de recordação.
E nem sabia que podia salvar fotos no meu blog (hehehe falta de conhecimento das tecnologias que estão ao meu dispor)
Beijinhos, Ajala, tô chegando!
Vamos ao Mister Dan????

MINHA TRIBO SOU EU

Eu curto Zeca Baleiro, segue aí uma das músicas que eu mais gosto.



eu não sou cristão
eu não sou ateu
não sou japa
não sou chicano
não sou europeu
eu não sou negão
eu não sou judeu
não sou do samba
nem sou do rock
minha tribo sou

eu eu não sou playboy
eu não sou plebeu
não sou hippie hype skinhead
nazi fariseu
a terra se move
falou galileu
não sou maluco
nem sou careta

minha tribo sou eu

ai ai ai ai ai ié ié ié ié ié
pobre de quem não é cacique
nem nunca vai ser pajé


segunda-feira, março 19, 2007

Namorofobia

Eu confesso, eu tenho um pouco do que o texto abaixo fala.
Do medo de me entregar,
me machucar, ou mesmo ... machucar.
Mas nunca tinha me considerado namorofóbica, até ler o texto.
Eu tenho dito há vários meses que quero me apaixonar.
Mas ... talvez, meu medo seja maior
e, por isso, parece que tudo que eu quero atingir eu consigo,
mas não ando nesse aspecto da vida.
Talvez, eu não queira o suficiente,
ou não me arrisque o suficiente.
Sei eu ...
eu só quero sentir,
e ser correspondida.
Ou será que seria melhor inverter a expressão?
Ou talvez, eu precise apenas ...
desencanar disso e seguir pelo caminho que a vida me levar e só.
Sem esforço, sem estresse, apenas ... confiando.
Pode ser ... ou mais provável, deve ser.
Apenas, sentir!!!!
Bom, lê o texto, eu achei legal, deixei aí prá compartilhar.


Namorofobia
(Patricia Antoniette )

A praga da década são os namorofóbicos.
Homens (e mulheres) estão cada vez mais arredios ao título de
namorado, mesmo que, na prática, namorem.
Uma coisa muito estranha.
Saem, fazem sexo, vão ao cinema, freqüentam as respectivas casas,
tudo numa freqüência de namorados, mas não admitem.
Tem alguns que até têm o cuidado de quebrar a constância
só para não criar jurisprudência, como se diria em juridiquês.

Podem sair várias vezes numa semana,
mas aí tem que dar um intervalo regulamentar, que é para não parecer namoro.
- É tua namorada?
- Não, a gente tá ficando.

Ficando aonde, cara pálida?
Negam o namoro até a morte, como se namoro fosse casamento,
como se o título fizesse o monge, como se namorar fosse outorgar um título de propriedade.

Devem temer que ao chamar de namorada(o)
a criatura se transforme numa dominadora sádica,
que vai arrastar a presa para o covil,
fazer enxoval, comprar alianças,
apresentar para a parentada toda e falar de casamento - não vai.
Não a menos que seja um(a) psicopata.
Mais pata que psico.

Namorar é leve, é bom, é gostoso.
Se interessar pelo outro e ligar pra ver se está tudo bem
pode não ser cobrança, pode ser saudade, vontade de estar junto, de dividir.
A coisa é tão grave e levada a extremos que pode tudo,
menos chamar de namorado.
Pode viajar junto, dormir junto,
até ir ao supermercado junto (há meses!),
mas não se pode pronunciar a palavra macabra: NAMORO.

Antes, o problema era outro: CASAMENTO.
Ui. Vá de retro! Cruz credo! Desafasta.
Agora é o namoro, que deveria ser o test drive,
a experiência, com toda a leveza do mundo.

Daqui a pouco, o problema vai ser qualquer tipo de relacionamento
que possa durar mais que uma noite e
significar um envolvimento maior que saber o nome.

Do que o medo? Da responsabilidade? Da cobrança? De gostar?
Sempre que a gente se envolve com alguém tem que ter cuidado.

Não é porque "a gente tá ficando" que não se deve respeito, carinho, cuidado.
Não é porque "a gente tá ficando" que você vai para cama num dia
e no outro finge que não conhece e isso não dói ou não é filhadaputice.
Não é porque "a gente tá ficando" que o outro
passa ser mais um número no rol das experiências sexuais -
e só.
Ou é?
Tô ficando velha?

sábado, março 17, 2007

Vi, não vivi, Zélia Duncan

Primeira vez que eu te vi
Meu coração não fez clique
Se ouvi ou vi, não vivi
Seu pique seu trique trique
Não vi sushi, sashimi
Nem Eros nem Afrodite
Primeira vez que eu te vi
Primeiro vi seus limites

Vi não vivi
Não senti onda por ti, não senti
Nem o menor apetite, não senti tremelique, senti
Não me deu onda por ti, não vivi
Não senti frenesi
Nem o menor apetite, não senti tremelique, senti
Não vi nenhum colibri, não vi sua “bad trip”

Sino batendo não ouvi nem vi se havia convite
Sol Búzios nós dois ali, com ares de casal vinte
Nem com os olhos comi nem veni nem vidi
Nem vici
Primeira vez que eu te vi
Contive os meus palpites
Falei de Rilke e Leminski
Assim que vi seus grafites

Meeta

Entrei num blog de fotos do Rudá.
E daí, vi várias fotos da Meeta.
Nossa ...
Uma sensação tão estranha.

Como eu não morava mais em Porto Alegre
quando ela morreu, parece que não aconteceu.
Só qdo vejo fotos dela ou alguém fala que eu lembro dessa doideira.
Mas ainda tenho uma sensação de irrealidade.
Uma falta de aceitação, ou talvez de costume, não sei muito bem.

Já faz tanto tempo ... e eu ainda não acostumei.
Talvez ... nunca acostume.

Mas é bom que eu me lembre:
a Meeta morreu.
E eu gostaria de acreditar que não foi apenas e tão somente, o fim.

terça-feira, março 13, 2007

Rapidinha

Meu tempo é curto, mas eu só quero deixar registrado.
CONSEGUI.
Mudei de emprego!!!
Graças a existência (e uma teimosia e determinação grandes)
eu, enfim, saí da São Francisco.
Tudo de bom!
Trabalhar em empresa em que se é um ser humano respeitado ...
é outra história.
Sem comparação.
Ontem, completei meu primeiro mês no Mackenzie.
No findi, escrevo um pouco mais.
Tem sido difícil atualizar o blog.
Quando chega final de semana, com este sol que faz em Sampa,
não tenho vontade de sentar na frente de um computador e escrever.
Hehehehe
Coisas da vida e do bom tempo.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Falei ...

com o Léo/Rushan, depois de ... nem sei quanto tempo.
Foi legal!
Tava com saudades!
Foi bom contar prá ele as coisas que eu vejo, o quanto sinto saudades, o quanto gostaria que ele vivesse as oportunidades que eu e o Vini temos em São Paulo.
Meu coração não ficou tão apertado e com tanta inveja, mas ... com aquele carinho imenso que eu sinto por ele. Aquela saudade clara.
Uma dorzinha quando ele falou que está morando com a Carol, mas ...
desta vez ... sem ressentimentos e sem vontade de sair do ar na mesma hora.
Sabia que fazia parte da vida dele estar ao lado dela.
Afinal a outra filhinha dele nasce em abril.
Mais uma menina.
Mais uma ariana pelo que eu entendi.
Eu quero que ele seja feliz,
tanto quanto desejo minha própria felicidade!
Nós dois merecemos.
Já levamos muitas porradas da vida.
merecemos o amor!

sábado, janeiro 27, 2007

Gratidão

A cada dia, parece que eu me torno mais grata!
Não sei exatamente como essa sensação se criou dentro de mim, mas
posso reconhecer várias situações que foram construindo isso.
A minha conversa com o Well num dia em que eu sentia muita dor.
Um chope na Augusta, com o Vini e a Gládis.
Lembranças que vieram a tona.
E a gratidão se formando dentro de mim.
E a vontade de dizer para todas as pessoas o quanto eu sou grata!
Grata pelos amigos que eu tenho:
Vini, Rêna, Well, Z, Luciano, Gladis, Paty,
Eric, Gaby, Rogério, Léo, Dhanistha,
Pablito, Jorge, Shanti Lu ...
e tantas outras pessoas cuja lembrança já me faz sorrir.
Tantas vezes meus ombros amigos.
E tantas outras vezes me procuraram prá que eu servisse de ombro.
E eu reclamava de solidão ...
chega a parecer a coisa mais otária que eu já pensei na minha vida.
Que eu era completamente sozinha.
Precisei sair de perto dos meus amigos antigos,
fazer novas amizades para poder descobrir
o quanto eu tenho bons amigos.
E o quanto eu estou sempre acompanhada.

Fico só, quando eu preciso ouvir as minhas emoções.
Mas mesmo assim .... não me sinto abandonada ou fora de órbita.
É uma escolha, e que traz benefícios.

Mas ... vou deixar de conjecturar e vou falar de coisas concretas e deliciosas.
FUI AO SHOW DOS MUTANTES
NO MUSEU DO IPIRANGA NO DIA 25!
SHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOWWWWW!!!
E chapei de prazer de estar lá.
E lembrei de Léo me dizendo que se eu não tivesse saturno em touro,
eu sentiria as árvores, o ar, seria a própria cabeça de vento.
Naquele momento, eu senti isso com muita clareza.

domingo, janeiro 21, 2007

Reconhecendo os presentes e agradecendo...:: Rubia A. Dantés ::

Sabe um daqueles dias onde tudo te parece meio sem graça e sem perspectivas?
Pois é... foi em um dia assim quando nada me despertava entusiasmo, que eu entendi uma verdade que me serve sempre... sempre que eu não me esqueço dela, e... caso esqueça, o Universo dá um jeito de dar uma chamada para me lembrar de novo..

Naquele dia cinzento e sem graça eu me vi reclamando de muitas coisas... e quanto mais reclamava.... mais coisas apareciam para serem reclamadas... e a cada reclamação eu ia me sentindo pior... Tão pior que não me agüentava mais em mim de insatisfação....
Foi aí que fui socorrida por um telefonema de uma amiga que me contou como fazia nesses dias em que tudo parecia não estar dando certo... Ela me disse que começava a agradecer... Como a princípio, quando estamos de baixo astral, não encontramos nada que tenhamos vontade de agradecer, ela agradecia pelo sol, pela respiração, pela saúde do corpo... etc.
E à medida que ia agradecendo, mais coisas apareciam e ela constatava o tanto que tinha a agradecer.Bom... faz muito tempo que eu não vejo essa amiga, mas o que ela me ensinou me faz ser muito grata a ela porque foi um presente inestimável...
Outro dia... pouco antes do dia de Reis, eu quase me esqueci do tanto que tenho para agradecer e já ia me deixando levar por um pouco de desânimo, quando uma mensagem providencial que tirei em um oráculo me fez despertar para o que eu já estava cansada de saber...
Tirei a carta da gratidão...Comecei a agradecer e vi claramente os muitos presentes que a vida tem me dado dia após dia...E enquanto estava agradecendo, conectada com o coração, reconhecia coisas que estavam na minha realidade e das quais nem eu me dava conta que se tratava de presentes muito preciosos... Coisas com as quais nos acostumamos tanto que nem percebemos serem elas dignas de muita gratidão, foram desfilando pouco a pouco pela minha mente e despertando em mim um sentimento de profundo agradecimento.... Percebi que entre você ter uma coisa e reconhecer o que tem, dando o devido valor... existe uma grande diferença... tão grande que pode transformar a sua vida...Nos dias que se seguiram continuei a reconhecer e agradecer os presentes e isso foi me fazendo um bem tão grande que resolvi fazer, no dia de Reis, em sintonia com essa energia tão bonita, uma pulseirinha de contas, para usar como uma maneira de não me esquecer de reconhecer e agradecer os presentes...É que temos a mania de esquecer de coisas boas que de tão simples parecem não ter valor... Quem nunca passou pela experiência de só dar valor a uma coisa depois que já não a tem mais?É que nessa correria louca que a sociedade tenta nos impor, onde somos incentivados a conseguir cada vez mais coisas, quase não temos tempo para usufruir do que conquistamos... e com isso nem nos lembramos de agradecer.Diminuir o ritmo... respeitando o do próprio coração, nos faz encontrar muitas e muitas coisas para agradecer... agora mesmo... na nossa vida, e nos faz perceber como isso tem o poder quase mágico de mudar a nossa realidade de uma forma surpreendente... e encantada...

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Crescendo

Levei 36 anos prá poder entender algumas coisas minhas.
E consegui entender com a ajuda do "Holandês".
Achei original...

Quando nos conhecemos, eu joguei tarô prá saber o que ele representava na minha vida. O tarô disse que ele ia me ensinar sobre o quanto eu sou madura, ética e "do bem"! Achei a resposta, no mínimo, sem cabimento.

Em parte, por que eu tenho uma auto-estima oscilante, e que oscila prá baixo com muita facilidade, em outra parte ... por que eu não conseguia visualizar nada além no fato de ter sido apresentada prá ele.
Naquele momento, nós ainda tínhamos dificuldade em lidar um com o outro.
Ele está sempre tenso, agitado, tentando agradar a todos.
E isso me deixava tensa, mesmo que sentindo uma certa simpatia pela pessoa.
Não parecia haver muita possibilidade dele me clarear em alguma coisa.

Mas fui deixando acontecer e a conversa foi fluindo.
Os pontos em comum foram aparecendo.
E foi surgindo dentro de mim, uma ternura por ele, uma compreensão pelas dificuldades e uma aceitação daquele homem.
E uma confiança.
Talvez a parte mais difícil de entender.
Afinal, eu sou a desconfiada de plantão.
E mesmo minha confiança é desconfiada.
Que não me entendam mal os meus amigos, mas é a minha proteção inicial.
Leva muuuuuuuuuuuito tempo para eu conseguir confiar.

Não foi assim com o Holandês.
Aconteceu muito mais rápido do que eu permitiria no normal.
Me peguei confiando.
E aceitei.
Senti saudades, dividi meus medos, minhas paixões, minhas máscaras.
Foi show, pois aos poucos, ele se tornou uma pessoa com quem eu contava a qualquer tempo, prá baladas, risadas, lágrimas e abraços.
Ouvi coisas dele, dos medos, das viagens, das inseguranças, que me fizeram ter o maior respeito e carinho por quem ele é. Me senti amiga e amada.

Falei prá ele coisas que eu normalmente só falava para os guris (Vini, Rêna, Z).
Cheguei a dizer isso. Que ele é o primeiro hetero para quem eu falava da minha vida, sem censuras e que não me deixava assustada ou com receios dos julgamentos (até por que, ele tem todo o direito de pensar o que quiser, eu só não ficava encucada com isso).

E nesse meio de amizade, nós também transamos.
E eu também não fiquei encucada com isso.
Fiquei leve, relaxada e curtia.
Consegui falar com ele sobre como foi a energia entre nós no sexo, de como eu me senti, do que eu curti ou não. Ouvi o que ele sentiu, viu, percebeu.
Novidade total na minha vida.

Mas...
Então ...
No dia em que o Vini estava voltando para Porto (10/12) nós transamos de novo.
A transa mais doida do meu último ano.
Eu, totalmente, presente, safada e amorosa, com o cara mais presente, safado e amoroso com quem eu já transei. Parecia que não havia nada que nos parasse.
Energia saindo pelos poros, e que parecia aumentar a cada momento.
Não fôssemos os dois, os "filhinhos responsáveis" de suas mães, não teríamos ido ao trabalho para continuar transando.
E aí .. deu um tumulto dentro de mim.
Fiquei mexida.
O corpo estava super consciente dele.
A cabeça estava desnorteada, perdida.
O coração preenchido.
Eu nem sabia o que eu estava sentindo, mas ... era tão bom que eu resolvi não encanar, não ficar batendo cabeça na idéia, só curtir.

E daí nesse final de semana, bêbada depois de muita vodka, falei um monte de coisas prá ele sobre como me sinto, e da insegurança que me veio de ficar tão mexida.
Só que eu tava bêbada e ele também.
Mas falei sobre perceber o quanto ele precisa entrar numa relação para ser validado como homem, o que é uma viagem, pois ele é um HOMEM, com tudo que tem direito e não precisa provar nada prá ninguém.
E eu entendi que ele não vê isso.

E eu me entendi.
Pois eu também não me vejo como uma mulher com valor, beleza e força.
Mas, isso não quer dizer que eu não tenha isso.
Apenas que eu não enxergo.
Ou não quero enxergar prá continuar sendo a coitadinha,
Prá continuar não dando certo,
Prá continuar recebendo migalhas, que é a única coisa que eu me considero merecedora.

Nossa ... foi uma luz entender isso.
Enxergar o meu valor, me deu uma alegria, um ânimo, uma vontade de investir em mim, me cuidar mais ainda.
E de seguir na busca de viver uma relação intensa, em que eu esteja presente, amorosa e safada como eu, realmente, sou e gosto de ser.

terça-feira, janeiro 02, 2007

2007

Primeiro post de 2007.
Apenas para deixar registrado que eu gosto da idéia de manter as minhas idéias, sonhos, desilusões, alegrias e aprendizados no meu blog.
Nem sei se alguém mais além de mim, tem acessado estas informações.
Mas, isso é o de menos.
Importa o quanto eu tenho aprendido e me dado conta de coisas lendo sobre meus momentos passados.
Muitos projetos pessoais.
Aos poucos vou registrando por aqui.
Hoje, apenas uma passagem breve para comentar que eu passei o reveillon na praia de Maresias, vendo fogos de artíficios e fazendo um acordo com as deusas para que a minha vida dê a guinada que eu tanto acredito merecer. Pulei as 7 ondas.
(hahaha nunca tinha feito isso em toda a minha vida, e achei muito divertido!!!!)
E que venha o ano de 2007 para que eu tenha "alegria e contentamento no jardim das flores"!!!!

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