sábado, abril 09, 2011

EHD

No início de fevereiro nós nos reencontramos.
Virtualmente, é óbvio,
pois há 1500 kilômetros de distância real.

E nestes dias, ele tem se tornado
presença absoluta na minha vida.

Devo a ele o pouco de ânimo
que me permite trabalhar, estudar, escrever,
ou qualquer outra coisa que eu precise viver.

E é justamente essa noção,
da importância que todo esse convívio
tem adquirido na minha vida,
que me deixa tão perturbada.
Literalmente, em pânico.
E ao mesmo tempo, encantada,
seduzida, apaixonada.
A leveza com que ele entrega todos os pensamentos,
lembranças, sentimentos, me causam impacto.
Eu o admiro por isso!
Não faz parte de mim, ser tão leve,
tão sincera sobre o que eu sinto.
Prefiro o silêncio quando a emoção
é intensa e pode me expor.

Na terapia alternativa,
esse meu jeito, rendeu muitas críticas.
Renderia ainda se eu estivesse por lá.
Para não ter que ouvir isso todas as vezes,
como um cd arranhado, eu fico longe.
Lembro de todos os feedbacks,
não quero as reprises.

Mas voltando ao espírito leve que ronda a minha vida.

Nos falamos todos os dias,
conversamos sobre tudo:
de contas a pagar;
projetos de futuro;
como a vida funcionou
em todos os anos em que não nos encontramos;
fantasias sexuais;
desejos;
gostos musicais;
receios e inseguranças;
fatos marcantes, etc, etc, e etc.

Nunca imaginei que teríamos tanto pra conversar.
Na verdade, há dois meses atrás,
eu acho que nem lembrava da existência dele.
E agora, existem laços nos aproximando,
cada dia mais.
E eu tenho meus julgamentos sobre isso.
Mas, decidi que eu me permitiria "viajar",
me iludir, sonhar.
Por que eu nunca me permito sonhar.
Eu sempre me cobro uma postura realista
perante tudo que me acontece.
Na verdade, nem me cobro mais,
essa postura já vem automaticamente.

E isso não me impede de sofrer.
Na verdade, me machuca muito.

Pois eu sou uma romântica sonhadora,
decepcionada com a vida desde antes de viver.

Então, estou me permitindo acreditar
em algo que, normalmente, eu não acreditaria.
Mas ... isso me dá um aperto,
uma angústia, insegurança.

Ninguém me ensinou a sonhar com o amor!
Eu sei construir coisas no trabalho, nos estudos,
mas não sei sonhar com o amor,
não sei acreditar.

E escolhi sonhar com isso,
pela primeira vez, depois de muito tempo.
E estou com muito medo!
Fazendo um esforço enorme,
para não desligar o telefone,
quando ele me liga,
para não fugir, quando sinto vontade de estar perto.
E quando eu não fujo,
a voz dele me traz uma alegria,
uma insensatez, que me faz um bem enorme!
Eu falo tudo que eu sinto,
mesmo que isso possa ser usado contra mim,
por que pelo menos uma vez na vida
eu preciso ser assim.
Só que ninguém imagina,
o esforço que eu faço
para não fugir, não sair correndo,
implorando para que alguém me acorde desse sonho.
Pela primeira vez, eu posso dizer:
"Nothing compares to you".
E essa música está no momento errado,
com a pessoa errada, pois não era a ele
que me remetia antigamente.
Mas hj, todas as músicas se referem a ele.
"Eu sei que é pra sempre,
enquanto durar,
Eu peço somente,
o que eu puder dar."
"He's taken my heart,
(But) she doesn't know what she's done"

Ah, não se pode garantir nada,
mesmo que me ligue todos os dias,
escreva, mande mensagens,
pois ele tem um coração cheio de dúvidas.
Histórias recentes que pesam para o caminho contrário.
E eu sinto essa dor!
Eu sinto ciúmes deste passado!

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