sexta-feira, julho 17, 2009

Semana estranha.
Fiquei lembrando da tua amizade por mim,
completamente espontânea, durante toda essa semana.
Nunca fiz o mínimo esforço para que tu gostasse de mim.
Nunca foi necessário.
A tua simpatia por mim, deve ter nascido contigo.
Não foi tão automático pra mim.
Tu sempre fizeste questão de ser um tanto quanto assustador.
A arrogância em pessoa.
Mas atrás dessa arrogância, um dos homens mais amorosos que eu conheci ou que pelo menos sempre me tratou com amor.
Assustava todas as minhas amigas com tuas atitudes completamente estranhas.
Lembro que um dia deu uma mordida na minha bunda em pleno sistema educacional (risos).
A minha amiga quase enfartou (àquelas que vivem o mundo da caridade nunca falha temem aquilo que julgam como a aparência do mal) e eu quase te bati (a dor foi absurda - hehehe), mas era o Flávio e vindo de ti, tudo sempre foi normal.
Ainda tenho a mania de te tratar como uma pessoa presente.
Não vou perder o hábito.
Não te vi partir.
Só sei da partida, então isso ainda alimenta uma ilusão de que apenas não temos nos visto, como várias vezes aconteceu.
E agora que moro em outro estado é mais fácil de me convencer disso.

Algo tem me afligido nessa lembrança.
Não sei o que é ...

E hoje a Claudia me mandou uma foto nossa: lanche no MacDonalds num dia que fomos ao cinema juntos. Parece que foi para completar essa semana de recordação.
E eu não pedi nada pra ninguém, ela simplesmente mandou.
Que bom, não achas?
Agora estás entre as fotos das saudades!
Espero que estejas bem, mais calmo e feliz do que qdo estavas mais próximo fisicamente.
Sei que as coisas não eram do teu agrado aqui nesse mundo, e que muitas angustias te afligiam. Espero que onde estás agora haja paz.
Acho que era a única coisa que tu precisavas de verdade.
A paz que este mundo insano nunca te deu!
Eu não acredito naquilo tudo que nos ensinaram quando éramos mais jovens, por isso confio que estás num lugar bom, de verdade.
Não pelo julgamento de um tirano rei dos céus, mas pelo amor de um pai que sabe o quanto era difícil pra ti estar no meio dos insanos, a quem faltava saber amar sem julgamentos.
Por alguma razão eu precisava escrever isso.
Se não fosse a certeza que eu tenho que tudo aquilo foi bobagem, eu temeria por ti, mas eu sei que não preciso temer.
Ah, finalmente eu consegui compreender o que te deu naquela época estranha em que tiveste idéias tão estranhas.
Não foi de má intenção, mas foi a forma que encontraste de preservar a nós dois de todas as dificuldades de enfrentar os julgamentos sós.
Não te preocupe! Tenho sido forte na minha vulnerabilidade.
Na verdade, é essa delicadeza tão julgada que tem me dado forças.
E acredito que tens tido a chance de perceber isso de onde estás!!!
obrigada por olhar por mim!!

Love In The Afternoon
Letra: Renato Russo
Música: Dado Villa Lobos/Renato Russo

É tão estranho
Os bons morrem jovens
Assim parece ser
Quando me lembro de você
Que acabou indo embora
Cedo demais.
Quando eu lhe dizia:"-Me apaixono todo dia
E é sempre a pessoa errada.
"Você sorriu e disse:
"- Eu gosto de você também.
"Só que você foi embora cedo demais
Eu continuo aqui,
Com meu trabalho e meus amigos
E me lembro de você em dias assim
Um dia de chuva, um dia de sol
E o que sinto não sei dizer.
Vai com os anjos! vai em paz.
Era assim todo dia de tarde
A descoberta da amizade
Até a próxima vez.
É tão estranho
Os bons morrem antes
Me lembro de você
E de tanta gente que se foi
Cedo demais
E cedo demais

Eu aprendi a ter tudo o que sempre quis
Só não aprendi a perder
E eu, que tive um começo feliz
Do resto não sei dizer.
Lembro das tardes que passamos juntos
Não é sempre mais eu sei
Que você esta bem agora
Só que este ano
O verão acabou
Cedo demais.

terça-feira, julho 14, 2009

Crepúsculo

Ontem, assisti - com vários meses de atraso -
o filme "Crepúsculo", com Robert Pattinson
( o Cedric do Harry Potter e o cálice de fogo).
Ainda não li o livro, mas tinha curiosidade pelo filme.
Imagino que falte ao filme um tanto mais de tensão, mas ...
entendi em parte o motivo do sucesso do livro.
E, principalmente, reconheci o dedinho da autora mórmon e suas experiencias de adolescente.
Eu vivi aquilo com meus namorados.
Na verdade, mais do que todos, vivi aquilo com o Gão.
Aquela tensão, aquela vontade e ao mesmo tempo um certo ódio
por não saber lidar com a tensão sexual e ter aprendido que deveria se reprimir
(que no caso do personagem Edward Cullen é a mais pura verdade,
e no nosso e de vários outros, não era).
Talvez para as pessoas que se permitam viver o que sentem, isso seja até supreendente,
mas para aqueles que como eu, foram treinados sob a aura do pecado,
aquela sensação deve ser familiar.
Existe um sentimento latente, gostoso e intenso dentro do seu corpo,
mas existem todos os ensinamentos, todos os castigos e todas as cobranças.
Como o Fernando sempre repetia "meu pecado está sempre diante de minha face".

Vários leões se apaixonam por cordeiros
(apesar de haver dentro de mim um questionamento sobre a ordem dos papéis),
mas eles são ensinados que enquanto conseguirem se controlar
estarão oferecendo amor verdadeiro aos seus cordeiros.
A autora, Stephenie Meyer, criou uma fábula mórmon.
Como os líderes enxergam o relacionamento amoroso.
E nesta fábula os homens são vampiros,
sedentos do nosso sangue - o sangue da virgindade.

No filme está ali, latente em cada cena, em cada fala,
e nas aproximações físicas dos protagonistas.
É ao mesmo tempo romântico, claro.
Pois eles são amigos, confiam um no outro, conversam por horas.
Mas não se permitir consumar algo que está te consumindo, cria consequencias.
Em mim, eram épocas em que eu odiava o Fernando absurdamente.
Odiava não conseguir ser apaixonada por ele,
sem ter aquelas sensações físicas que tanto me perturbavam.
Eu amaldiçoava meus hormônios.
Eu rejeitava minhas sensações.
E o que eu fazia para resolver isso????
Terminávamos.
Simples assim.

Tive uma sensação de dejavú durante todo o filme por isso.

E já se passaram 20 anos,
e eu tinha claro na minha lembrança
aquela sensação.

Não estou dizendo que foi totalmente ruim.
Nós dois conversávamos sobre tudo, ríamos juntos.
Ele se tornou parte da minha vida e da minha rotina.
E, daquela forma confusa, eu o amava, mas ... o odiava.
E não era uma questão de haver culpa.
Éramos normais e saudáveis.
Mas, éramos orientados que tudo que sentiamos era pecado.
Outras vezes vivi essa mesma sensação,
com outros namorados (tive vários, pois eu não queria casar cedo),
mas acho que por não ser a primeira vez
que as sensações tomavam essas proporções, não se tornaram tão marcantes.

Não estou afirmando que ao sentir tesão por alguém
devemos pular como predadores sobre essa pessoa.
Mas essa negação absurda de si mesmo,
como se a relação entre um homem e uma mulher
fosse a relação de um leão e um cordeiro
só prejudica as relações em geral.
Mulheres colocam-se como vítimas,
homens como violadores,
quando na verdade nós muitas vezes desejamos aquela experiência
tanto quanto os homens (ou até mais).
No caso da Bella, ela deseja, com certeza.

Eu achei doce e romântica toda a história,
só não consegui não enxergar pela janela de ex-mórmon.
E pelo tanto que eu sofri com tudo aquilo.

segunda-feira, julho 06, 2009

Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força pra sonhar e perceber
que a estrada vai além do que se vê
Sei que a tua solidão me dói
e que é difícil ser feliz
mas do que somos todos nós
você supõe o céu
Sei que o vento que entortou a flor
passou também por nosso lar
e foi você quem desviou
com golpes de pincel
Eu sei, é o amor que ninguém mais vê
Deixa eu ver a moça
Toma o teu, voa mais
que o bloco da família vai atrás

Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver
e tira o som dessa TV
pra gente conversar
Diz pro bamba usar o violão
pede pro Tico me esperar
e avisa que eu só vou chegar
no último vagão
É bom te ver sorrir

Deixa vir à moça
que eu também vou atrás
e a banda diz: assim é q se faz

Quem sou eu

Minha foto
Garibaldi, RS, Brazil
Sem palavras pra descrever