domingo, abril 24, 2005

Felipe

Ontem eu estava me sentindo com a corda toda.
Queria dançar, dar risadas, uns beijos na boca, enfim, me divertir.
Fomos eu, Vini, Z, Rêna, Frodo, Belém e esposa para o Pé Palito, aqui na Cidade Baixa.
Eu gosto do ambiente, das músicas e tava curtindo.
Lá pelas tantas fui ao banheiro e enxerguei o Felipe.
Ele é um carinha com quem eu tinha ficado uma outra vez que fui ao Pé Palito.
Mas eu não queria ficar com ele de novo, então me escapei para o lado oposto do lugar.
Nada contra ele, muito pelo contrário, ele beija bem, e é legal, mas ficar com ele tem uma coisa oca junto, que eu não gosto nada.
É difícil de explicar, mas ele não fica presente, está só descarregando a carga sexual
e acaba sendo tão vazio ... sem graça.
Da última vez que a gente ficou foi assim, aquela coisa vazia, oca, ausente e ao mesmo tempo exaustiva, justamente por isso. Mas ... eu ainda acho que ele beija muito bem e dança legal também.
E ontem, quando tocou Xique-xique do Tom Zé, ele me achou no Pé Palito.
Achei engraçado porque na primeira vez que ficamos juntos, foi com essa mesma música tocando. E eu adoro essa música!
Acabamos dançando, nos beijando, e foi gostoso, só que eu não queria mais que uns beijos dele.
E fui embora, deixei ele lá, disse prá ele aproveitar a festa,
se achar com outra pessoa, e vim prá casa.
O Z acha ele UÓ: gordo, sem graça e todos os adjetivos negativos possíveis.
Eu não vejo ele por uma ótica tão negativa,
só tive a impressão que quando transamos, que eu tinha transado com um boneco:
vazio e isso eu não sou nada a fim de ter de novo.
Ele sabe a técnica da história mas nada além disso.
Uma pena, valeria mais a pena se ele se entregasse.
Agora, pensando bem, acho que eu deveria dizer isso prá ele.
Talvez ele nunca mais queira olhar na minha cara, depois que eu falar uma coisa dessas prá ele, mas ... pode ser que ajude ele a se soltar com outras pessoas.
Sei eu ... No momento, não tenho vontade de conversar com ele sobre algo tão delicado.

O dia está cinza.
Detesto dias cinzas, eu acabo me deixando influenciar por isso.
Gosto de dias coloridos; sol amarelo, céu azul, árvores verdes e frondosas, grama, pedras, animais, pessoas e suas roupas multicoloridas, crinças e seus gritos.
Em dias cinzas, é muito difícil valorizar um dia de folga.
É como um moldura linda com um quadro sem graça. Ou o inverso, não sei bem.

sexta-feira, abril 22, 2005

Fibromialgia

A Fibro voltou na semana passada.
Fiquei mal: as costas incharam, e eu senti muita dor.
Não sabia muito bem o que fazer.
Não quis ir ao médico, ele ia me receitar antidepressivos e eu não quero voltar prá essa coisa nojenta de jeito algum. Fiquei em casa, de repouso, muita bolsa de água quente, relaxante muscular, diclofenaco em gel direto nas partes do corpo que mais sofrem.
Daí na sexta-feira (15/04), eu cheguei ao ápice: dor, tristeza, sentimento de impotência, vergonha, irritação, cansaço.
E acabei minha noite num buraco emocional. E foi muito bom! ...
Esquisito dizer isso ... mas ... ficar mal, me fez bem.
Eu fiquei triste, chorei, e consegui enxergar o que estava me pegando:
alguma coisa me trouxe com força as carências que carrego pela ausência do meu pai,
pela relação conturbada que sempre tivemos.
A relação tensa que se estabeleceu entre nós por boa parte da minha vida,
o medo que eu tinha dele, do que ele podia me fazer.
A origem do meu estado de tensão muscular constante, a síndrome, a maneira como eu lidei com a minha dor emocional.
A minha relação tensa com a maior parte das pessoas hoje, principalmente com os homens.
Então, eu chorei um monte, e o meu corpo foi relaxando, e eu dormi bem, e no dia seguinte, acordei leve, tranquila, com uma tristezinha mas menos tensa e a dor física já tinha diminuído. E desde aquele dia a dor foi diminuindo mais e mais, e hoje eu me sinto bem melhor. Mas a tristezinha ... tá ali, uma carência que faz com que eu me sinta uma criança desprotegida, frágil. E ao mesmo tempo vem uma energia, uma agitação. Coisa maluca !!!
Não procurei ninguém na noite de sexta-feira e isso eu acho que foi mal. Pedir ajuda ainda é um baita exercício prá minha vida.
Mas no sábado eu já tava a fim de ver gente, fiquei a maior parte do tempo com os guris (o Z e o Vini), depois a Paty, o Rêna, o Frodo e no final da noite, mais o Dani.
No domingo, convidei a Lu prá almoçar, fiquei tempo com ela, conversamos, contei toda a história dos problemas com o meu pai, meu ressentimento com a minha mãe e já conseguia falar disso sem desmanchar em lágrimas. Tava tranquila.
Nessa semana, fiquei legal. Na quarta-feira, eu tava pilhada prá dançar, mandei msg prá uma galera convidando. Fomos ao Opinião (eu, a Paty e a Lu).
Depois chegaram o Cris e o primo dele (puxa vida, que coisa ruim: esqueci o nome dele).
Eu tava pilhada prá dançar, pular, cantar, mas não me movi prá ficar com ninguém.
Tinha um monte de 'bebês' (é como eu chamo os caras bem novinhos com quem cruzo nas festas) mas eu não tava a fim.
A única vantagem é que agora eu percebo que os caras me olham, procuram, sou eu que não dou muito espaço, dependendo do estado de espírito que estou, e quarta-feira, eu não deixei rolar. Tava me sentindo sensível, vulnerável e não tive coragem de me consolar com uns peguinhas de balada. Queria me dar diversão de outros tipos.
E ontem de noite, fiquel mal de novo.
Veio a história do Marlom, outra vez.
Todo o sentimento que eu tinha com aquela história, e a vontade que eu tinha de que fosse mais longe, de que fosse mais profunda. Tudo que eu escolhi aceitar dele prá ficarmos juntos, naquela história podre da qual eu tinha tanta vergonha ao mesmo tempo. Do quanto transar com ele era legal, do quanto a gente tinha uma relação de conversa e carinho que eu curtia horrores, e de quanto isso era uma migalha com a qual eu me consolava por achar que eu não mereço muito mais que isso. Do quanto eu me escondia de qualquer outra possibilidade mantendo aquela coisa ruim.
E que eu não sou mais a fim, mas ... eu continuo gostando dele.
Tá sendo difícil bancar essa escolha.
Eu continuo não querendo voltar prá história com ele, eu continuo achando que não vale a pena, que eu mereço mais e todo aquele papo mais terapêutico do que qualquer outra coisa, mas ... eu continuo gostando dele.
E eu adoraria simplesmente não sentir.
Ter decidido que eu não sentiria mais e não sentir.
Desligar o botão e nunca ter a menor dúvida.
Nunca ter a menor indecisão.
Simplesmente desligar o sentimento.
Mas eu não sou máquina, sou gente e não tem como desligar o botão e funcionar como eu quero de uma hora prá outra.
Posso tomar a decisão e focar nela (e é o que eu estou fazendo), mas está incluso no pacote sentir falta, ter saudades, e continua sendo uma coisa negativa na minha vida, e eu continuo não sendo a fim de me desgastar numa coisa que me prejudica.
E ainda tem a história com o Amauri que eu era bem a fim e tava me ajudando um monte a lidar melhor com a saudade do Marlom, a me abrir, a experimentar uma relação diferente e daí, sem isso, eu fiquei perdida. O cara mexia comigo, com o meu corpo, com o meu coração de um jeito muito legal, e eu me sentia, enfim, disponível prá algo além do que eu já tinha experimentado.
Não tenho mais uma outra historia prá focar, só o meu próprio sentimento e, principalmente, as carências, os buracos. E isso é bem difícil de encarar.
Também me dei conta ontem (minha sessão terapêutica interna) que eu sempre mantive o espaço do Marlom mais que reservado.
Mesmo quando eu era tri a fim do Gustavo, ou quando eu tava na história com o Dimas, o Paulo, ou qualquer outro cara, tinha um espacinho guardado prá ficar com o Marlom (tanto é que eu ficava com ele enquanto ficava com os outros caras também), o único que não passou por isso foi o Amauri porque eu já tava nessa energia de "quero encerrar essa merda, de qualquer jeito", e já me negava a encontrar com o virginiano neurótico.
E daí, ele entrou nas loucuras de fingir que não me conhece prá agradar a 'polaquinha'.
E isso eu achei uma droga.
Fiquei puta com ele e por um tempo, essa putice me manteve desconectada do quanto eu gosto dele.
É ruim, esse negócio de sentir. E, ao mesmo tempo, é tão bom!
Tenho a sensação de quanto mais eu sentir qualquer coisa associada a essa história, mais simples vai ser me desligar, de verdade, dessa viagem toda.
Ontem, eu fiquei mal em casa.
Deixei o Vini e o Z me verem mal com essas coisas.
Me senti super vulnerável, exposta, e nem devia me sentir assim com eles, que são pessoas com quem eu não fico tensa, eu tenho uma relação de confiança tri boa, e mesmo assim eu tenho dificuldade de deixá-los me ver doída.
Foi bom! Mais um passinho prá frente.
E hoje, apesar de ter acordado bem sensível, eu tô me sentindo mais forte.
Me dei conta que eu sou uma batalhadora, guerreira, vencedora, e nunca valorizo isso.
Na real, esqueço/desmereço minhas vitórias.
E se eu consegui sair do quartinho prá cursar uma faculdade, se eu tenho um emprego, tenho dinheiro prá pagar minhas contas, se eu percorri toda uma trilha prá ir atrás das soluções prá fibro, se eu consegui correr atrás das fontes dos meus buracos emocionais e continuo fazendo isso ... é que, na realidade, eu sou guerreira demais, e daquelas que ganha quase todas as brigas em que se mete. Então, eu vou vencer esse coisa louca também, mesmo que hoje me pareça 'beeeeeeeeem' complicado.
Eu preciso me relembrar, frequentemente, do quanto eu sou vitoriosa.
Seguidamente eu esqueço disso.
O final de semana está chegando.
Vamos ver quantas coisas diferentes podem acontecer em dois dias.

quarta-feira, abril 13, 2005

Seduzida, enfim, pela idéia do blog

Eu resisti, por bastante tempo ...

porém, decidi compartilhar minha vida com mais pessoas e,
principalmente,
exercitar minha escrita,
e decidi ter um blog.
Vamos ver por quanto tempo eu mantenho essa viagem.

Quem sou eu

Minha foto
Garibaldi, RS, Brazil
Sem palavras pra descrever