terça-feira, novembro 22, 2011

Mais um dia passou ...

E ontem, durante as minhas horas de trabalho,
eu consegui me manter centrada.
Em alguns momentos, uma baixa de energia,
mas na maioria do tempo em equilíbrio.
Eu não quero compartilhar minha dor no ambiente de trabalho,
não é lugar para isso, e nem tenho esse nível de intimidade com ninguém.

Porém, a noite, quando voltei pra casa,
depois de ter visto algumas coisas que o garoto telepata
colocou no facebook, eu entrei em desespero.

Eu reconheço que estava destemperada e nervosa nos últimos tempos,
mas admito que não consegui deixar de amá-lo em dois dias.
Tive expectativas altas demais,
baseada em palavras ditas em momentos de grande emoção,
e me decepcionei.
Como eu sempre digo, o problema todo está nas expectativas.
Fiquei furiosa, num momento, mas agora, mais calma,
depois de ter conversado com a Lú
(que é ótima conselheira, diga-se de passagem)
eu consigo enxergar minha contribuição pra que as coisas se complicassem.

Não pensem que eu acho que errei sozinha.
Não acho, não.
Acredito que nós dois cometemos alguns erros,
e que os erros cometidos contrariaram as expectativas que tínhamos um do outro.

Mas ontem fiquei com a sensação que aquelas mensagens eram direcionadas a mim.
E que pareciam cheias de uma raiva que me chocou.
Voltei pra casa em prantos.
Na verdade, chorei no caminho todo (que é curtinho) até em casa.
E precisei ligar pra Lu.
Ainda bem que eu fiz isso.
As palavras dela, bem mais sensatas do que qualquer coisa
que eu pudesse pensar naquele momento, me acalmaram.
E, de certa maneira, eu consigo ouvi-la mais,
pois foi ela quem presenciou nosso período de convívio
e oferece uma perspectiva bem clara
sobre como nós éramos juntos.
Confio mais na perspectiva dela do que na minha
que já está turvada pela confusão.
A sensatez dela conseguiu me acalmar.
Depois que conversamos, eu consegui dormir.
Chorei um pouco mais, mas só pelo desabafo da dor de todas as noites.
Pena que eu não durmo mais do que 4h30min.

Acordar e me dar conta de que o Ed não está na cama comigo,
mas também não faz mais parte da minha vida, é doloroso.
Tudo nesta casa foi organizado por ele.
As prateleiras na sala foi ele que instalou.
As prateleiras da cozinha, o tanque na área de serviço,
as araras do quarto, a plaquinha que diz “100% Grêmio”,
que está na porta de entrada do apartamento,
a forma como a cozinha está organizada, tudo foi feito por ele.
E olhar essas coisas todas, me dá vontade de chorar,
pois a saudade que vem é enorme.
Eu sentia isso antes, mas agora que
ele não faz mais parte da minha vida,
parece muito mais doloroso.
Eu não vou mais observá-lo cozinhando,
que era uma coisa que ele achava estranho:
Eu adorava olhar como ele cozinhava!
Me divertia assistindo o jeito organizado dele.
me enternecia também, com toda a preocupação
pra que a comida ficasse do meu gosto.
No início me assustava um pouco,
com tanta organização
pois parecia algo meio compulsivo,
mas acostumei e passei a ter algumas manias parecidas com as dele.
Eu sempre pego manias das pessoas de quem gosto!
Eu sou assim!

Sinto falta do nosso cotidiano.
Pena que se desfez.
Pena que o nosso cotidiano não trouxe
um emprego pra ele, aqui, na terra dos gringos
(pra quem não é acostumado com vocabulário gaúcho,
gringos são os descendentes de italianos).
Talvez, se ele tivesse um emprego aqui,
ele se sentisse mais seguro, realizado.
Talvez ele não tivesse se afastado de mim.
Talvez eu não tivesse me afastado dele.

Agora não tem como saber a resposta pra esses “talvez”.
Sei que eu sinto fome, mas não sinto vontade de comer.
Me alimento por ter noção da necessidade do corpo.
Mas a vontade de comer, de dormir,
de sair, de conversar, de fazer qualquer coisa,
simplesmente, diminuiu.
Empacotei quase todas as coisas dele
E deixei no outro quarto
Pra não enxergar.
Mas a caneca do Grêmio está na cozinha,
E quando olho pra ela, a melancolia que vem é clara.
O chinelo continua no mesmo lugar.
Alguns filmes dele ainda estão em cima da prateleira.
E essas imagens, me deixam triste.

Eu já deixei registrado que não vou negar essa dor.
Não vou me forçar a sair dessa melancolia.
Aprendi que negar as emoções, só piora a situação.
Não vou ficar me debatendo.
Acredito que assim, as coisas podem
se resolver do jeito mais fluido possível.

Ele ainda é uma pessoa especial pra mim!
Por ele fiz coisas que jamais fiz
por qualquer outro homem que eu tenha me apaixonado.
E não fui forçada a nada,
E ele me ofereceu emoções que
Eu nem conhecia.
Nenhum homem pareceu me conhecer tanto quanto ele.
É a falta disso que me consome.

Foi o distanciamento disso que me fez ficar irada.
Eu queria manter a mesma sensação de completude,
e como diz o Osho, isso é uma ganância que não se pode atender.
A existência sempre prega peças, e quando ficamos
gananciosos, ela nos tira o que consideramos direito nosso.
Eu fiquei gananciosa!
Por que vivi algo tão intenso, tão inteiro,
tão impressionante dentro do que eu conhecia,
que menos que isso me pareciam migalhas.
Relacionar é um verbo bem complicado de conjugar.

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