segunda-feira, novembro 28, 2011

Sábado

Sábado de trabalho.
Ainda bem!
Pena que eu acordei,
excessivamente, cedo.
Fui dormir logo depois da meia noite.
Acordei às 5h da matina.
Não é tão anormal.

Desde que o Ed voltou pra Porto Alegre, mesmo antes de terminarmos,
eu não consigo dormir mais que 5h ou 6h, no máximo.
A cama me deixa cansada.
É vazia, fria, desnecessária.
Aumenta minha solidão.

Normalmente, eu levanto cedo,
e ajeito tudo que é necessário,
e antes das 10h estou com toda a casa arrumada.

Agora eu tenho que fazer o almoço
mas não me desorganizo apesar de não ter
com quem dividir tarefa alguma.

Hoje, eu até me esforcei,
por ficar deitada, por não me ocupar tão cedo,
mas não consegui por muito tempo.

É estranho perceber que quando estávamos juntos,
parecia que não havia tempo suficiente
para realizar os nossos planos.
Pra acordar às 8h pra poder caminhar,
tínhamos de colocar o despertador pra tocar,
se não, nenhum dos dois se levantava.
Hoje, eu não faço realizo mais tarefas em casa,
por não ter vontade de fazer mais.
Por que tenho tempo para tudo,
acordo cedo, sem despertador, e não tenho vontade de dormir.
E não tenho sono no desenrolar do dia.

Circular pela casa, me faz mal.
Tudo aqui, o tempo todo me deixa depressiva.

Olhar para a garrafa de suco, que eu nunca teria comprado,
Pois sou muito estabanada e prefiro não me arriscar.

Olhar para as prateleiras instaladas na cozinha ou na sala,
E lembrar da alegria dele,
Quando me mostrava mais uma parte da nossa casa arrumada.

Se eu tivesse a menor chance de ir embora daqui,
eu iria.
para não carregar comigo
essas lembranças todas.

Eu tirei todas as coisas dele de diante os meus olhos
para acalmar o meu sofrimento
porém, não serviu pra nada.
A única coisa do Ed que eu não tirei da minha frente
foi a caneca do Grêmio que está pendurada na cozinha.
Às vezes, eu tomo chá naquela caneca.

A ausência dele, grita nos meus ouvidos
o tempo todo.
Tomar chá naquela caneca é como um calmante.
Ilusório, mas me deixa menos consternada.

Eu não parei de comer,
mas não consigo me alimentar com vontade.
Cumpro um ritual pela saúde do meu corpo
Mas não tenho fome.
Consigo me alimentar melhor,
quando estou com outras pessoas,
mas, sozinha, aqui em casa, não funciona muito bem.
A fome até existe,
Mas o estômago tem rejeição.
Eu preciso me esforçar,
me concentrar na importância do alimento.

Comprei mistura pronta pra bolo: de brownie,
Que o Ed adora!
Não consegui fazer até agora.

Estava tentando me lembrar se quando me divorcei
A dor era tão intensa assim.
Acho que era mais relacionada ao conjunto de perdas:
a igreja, o casamento, os amigos, minha estrutura toda de crenças.
E eu também saí de casa.
Não fiquei com os fantasmas da casa me seguindo.
Aqui, eu não tenho escapatória.
A “nossa” casa me faz chorar.

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