quarta-feira, novembro 30, 2011

Experiências

Ontem eu tive uma experiência diferente,
cujo objetivo inicial era clarear meus sentimentos
e pensamentos sobre o meu relacionamento com o Ed.

Porém, na verdade, fui muito além.
Tive de relembrar minha história com meus pais.
E rever, aquilo que já vi várias vezes:
o quanto essa história mal desenhada ainda afeta o meu mundo.
O quanto um homem que entre na minha vida,
acaba chegando lá, na minha ferida e sem querer,
somente pelo fato de existir, acaba por mexer na lama que eu tanto desprezo.

Não posso esquecer-me dos motivos pelos quais
eu duvido das pessoas,
mas preciso aprender a olhar pra essa história
e encontrar o caminho suave pra poder amar!
Não sei se é uma tarefa fácil.
Na verdade, tem sido um desafio e tanto desde que me lembro.
E ver, de novo, esse evento, que há tanto tempo passou,
afetando meu jeito de lidar com os homens, é um tanto desanimador.

Mas, quem sabe, dessa vez,
eu consigo destruir efetivamente essa torre de isolamento que existe ao meu redor.
Quem sabe, ao encarar a dor do abuso, e do desamor,
que eu aprendi desde criança, eu consiga me libertar.
Não sei se o Ed vai ter paciência pra lidar com isso.
Talvez seja exigir demais de qualquer pessoa,
que me ame com a serenidade e paciência que eu exijo,
mesmo quando, aparentemente, não estou exigindo nada.
E, claro que eu complico, pois eu exijo atenção pra poder tentar.
Eu vou duvidar.
Ou eu vou me entregar de uma forma desmedida.
Não conheço o caminho do meio, ainda.
Espero conhecer esse caminho.

Eu sei que conversar me trouxe dor, lembranças ruins e desconforto.
Mas depois, eu me senti tão mais leve ...
Consegui lembrar do Ed, sem sentir um vazio absurdo.
Na verdade, eu penso no Ed com ternura.
Eu gostaria que ele tivesse a disposição pra ter paciência comigo,
E participasse desse meu processo, mas
sinto que não é muito justo.
Pode ser que ele tenha planos
bem menos complicados do que lidar com a minha carência e a minha dor.

Eu sei que o que sinto por ele,
é diferente.
Foi a minha primeira experiência de entrega,
e mesmo em pânico,
eu também estava curtindo.
Mas havia insatisfação, da minha parte
e, possivelmente, da parte dele também.
A minha insatisfação, fruto do imenso buraco de carência;
a dele ... devia ter outras motivações.
Mas eu gostaria de aprender a superar.
Na verdade, nunca fiz esse esforço.
Viver a experiência de lutar juntos para superar as dificuldades,
Valorizando a experiência boa, e reconhecendo que
se relacionar não é fácil, porém vale a pena.
Nunca experimentei isso.
Persisti com o Jerri por culpa e obrigações religiosas.
Acredito que nunca foi por amor.
Ele persistiu pelos motivos dele,
que eu nem faço idéia quais eram realmente.
Adoraria que o Ed quisesse participar desse processo comigo,
Por que neste momento, é com ele que eu me arriscaria a tentar ir adiante.
Mas, cabe a ele, abrir o coração pra me aceitar de novo.
Eu o oprimi, por causa da minha angústia,
e ele tem todo o direito de não estar disponível para continuar.
E eu preciso ser adulta o suficiente
pra lidar com, seja qual for, a opção dele.

Admito que me dói (não a dor devastadora que eu experimentei antes)
por que eu prefiro a presença dele na minha vida, neste momento.

Mas ... se não for assim, quem sabe, em algum outro momento,
com outra pessoa, eu conseguirei transformar minha dor
em amor puro, sem cobranças e penalizações
por algo que nem foi aquela pessoa que me causou.

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