terça-feira, novembro 25, 2008

Preciso de organização

De uns tempos prá cá, não tenho vontade de colocar ordem na minha vida acadêmica, profissional ou qualquer coisa que pareça uma "obrigação".
E isto está se tornando completamente confuso.
Preciso colocar ordem na minha vida.

domingo, novembro 09, 2008

Minha vida sem mim

O que eu faria se tivesse pouco tempo para viver?
Quais as coisas que seriam importantes prá mim?

domingo, outubro 19, 2008

Blindness

Nunca tive um inferno astral que tivesse tanto jeito de inferno astral.
Nem tinha me atentado para o fato, logo no início, mas as coisas estão desanimadoras.
Na verdade, eu estou prá lá de desanimada.

De segunda a sexta-feira, irritadiça, cansada, me sentindo um porco espinho.

No final de semana, triste, não tão sem energia como durante a semana, mas mesmo assim
preferia me sentir de outro jeito.

Hoje, eu acordei cedo pra poder fazer um trabalho da pós, mas
acabamos nos desencontrando, no mundo virtual, eu e a minha colega.

E prá não ficar em casa choramingando,
me sentindo a infelicidade em pessoa acabei saindo e fui ao cinema com uma amiga.

E assisti Blindness (Ensaio sobre a cegueira) que eu queria ver há um tempão.

Na verdade, quanto sentei na poltrona do cinema, questionei a minha escolha.
Como melhorar de um estado de espírito crítico e deprimido, assistindo Blindness???
Bom, eu fiz o que tinha vontade.
Talvez valesse por isso.
E na realidade valeu.
Valeu pois eu queria muuuuuuuuito ver o filme.
Queria ver como havia sido transposta para a telona aquela metáfora tão absurda.
E eu gostei!
Fiquei tocada.
Não foi uma escolha ruim, apesar de algumas cenas serem muito penosas e pesadas.

E veja só, eu fiquei toda feliz por que reconheci o Rodrigo numa das cenas.
Não o Rodrigo/Rajat do sul que mora em Sampa também.
O Rodrigo amigo dele, que eu conheci num aniversário e que se chama Rodrigo Arijon.
E veja como o ser humano é estranho.
Eu achei o máximo reconhecê-lo na telona.
Fiquei toda feliz.
E ele é apenas um figurante numa cena cheia de gente.
Para outras pessoas, ele deve ter passado por uma pessoa quase sem rosto.
E eu fiquei feliz em vê-lo.
E numa época que quase nada me anima,
uma coisa tão simples, que é
reconhecer um conhecido distante numa cena de filme de cinema, me fez bem!
Eu sabia que ele tinha feito figuração, assim como o Rajat, mas achei legal reconhecer.
Queria ter reconhecido o Rajat com a mesma clareza.
Tive a impressão que o vi.
Mas não fiquei convicta.
Não foi a mesma certeza de ver o outro menino com nitidez.
Foi uma impressão.
Mas foi legal!

segunda-feira, setembro 29, 2008

Teimosia dolorosa

Eu estou muito, muito cansada.
Quando eu começo a sentir tantas dores, como eu estou sentindo nos últimos dias, é por que a sensação de esgotamento e de limite ultrapassado está muito presente.
Eu não tenho a ilusão de que posso passar minhas responsabilidades de vida para outra pessoa, mas – às vezes – eu apenas desejo um colo, um abraço, uma expressão de plena aceitação que me permita relaxar. E eu não tenho sentido isso. E a falta, de um lugar seguro e repousante, está me deixando zonza, e com um grande buraco de dor, se abrindo, ampliando dentro de mim.
E, nessas horas, eu me fecho, silencio, calo.
Eu não quero, não permito que as pessoas me vejam desmontar.
Estou frágil, vulnerável, insegura.
E mais e mais desacreditando que possa haver alguém que tenha uma palavra doce prá me dizer.

Eu sei.
Vão me dizer que é irreal.
Que eu estou acreditando no meu sabotador interno, e que eu sei que isso não é real.
Sim, eu sei.
No meu cérebro.
Mas no meu corpo, no meu coração, eu não sei.
No meu corpo ... somente sinto o frio, o vazio, o distanciamento.
Não quero começar a contar como me sinto e ouvir respostas racionais.
Ou respostas cheias de julgamentos.
Eu não quero soluções.
Quero um abraço, quente, reconfortante, amoroso, aberto, cheio de energia positiva, e que me permita relaxar e chorar.
Mas chorar no colo de alguém, deixar todo o esgotamento sair de dentro de mim, e permitir que a energia nova, renovada e pulsante injete alegria dentro do meu corpo e tire de dentro de mim todo o lixo, todo o frio, toda a escuridão prá que eu veja o sol que eu tanto amo. Não quero que esta pessoa providencie soluções para os ocasos da minha vida, para os meus períodos de insanidade. Quero somente ser abraçada e sentir o calor do amor de alguém que não pode resolver nada, mas está ali. E só por isso, eu não me sinta sozinha, como eu sempre me sinto desde que posso me lembrar.
Eu estou cansada de me sentir só.
De fechar os olhos e, mesmo quando há dezenas de pessoas ao meu redor, eu ainda me sentir só.
Como eu me senti na igreja, com seus milhões de membros, assim eu me senti no Namastê mesmo com todo o prenuncio de que “ali” estavam as verdadeiras amizades. Por que todos, sem exceção, me apresentam julgamentos e soluções, e eu só quero um abraço, um carinho de quem que só queira me oferecer um abraço e um carinho.
Nada menos do que me amar como eu sou.
Com meus medos.
Minha voz fina.
Meu jeito, muitas vezes infantil.
Minha tagarelice.
Meus silêncios.
Minhas desconfianças.
Quero ganhar colo, sendo Eu, assim, como eu sou.
Estou cansada de condições, regras, jeitos, manuais, para ser gostada.
E eu nunca me enquadro em nenhuma destas formas de ser.
E sou teimosa o suficiente para insistir em ser como eu sou.
Em acreditar nas coisas como eu acredito que elas sejam.
E em agir como eu sinto que preciso agir.
E acabar sofrendo por isso.
Ou por não ser a filha que a minha mãe gostaria de ter, ou por não ser a mulher dos sonhos do meu ex-marido (que não posso deixar de comentar, nunca foi o marido dos “meus” sonhos), ou por não ser a mulherzinha dependente dos sonhos enrustidos do Marlom, ou dos sonhos de tantos outros homens “fraquinhos” com quem eu acabei me envolvendo nesta minha vida maluca.
Eu insisto em ser como eu me sinto melhor.
E acabo pagando o preço disso e, de tempos em tempos, eu me canso.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Contagem regressiva

Ainda bem que eu estou mudando de casa.
Falta somente uma semana e eu estarei livre dessa favela.
Cada dia fica mais claro por quais motivos
não queriam mais que eu desse as minhas opiniões.
Essa casa virou um pardieiro, uma favela de desocupados.
E eu tenho sido obrigada a conviver com essa energia ruim.
Talvez, prá ele, isso seja "delicioso".
Prá mim, é um horror!
Lamento é ter sido cega por tanto tempo.
Espero estar mais alerta daqui por diante.
Mas estou com quase todas as minhas coisas prontas prá minha mudança.
Isso já me deu uma animada.
Por que viver aqui tem sido um saco.
Várias vezes pior que o pensionato.
Definitivamente, contagem regressiva.

terça-feira, setembro 02, 2008

8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, CASA NOVA

Estou em contagem regressiva para a minha mudança.
Casa nova.
Pessoas novas.
Até o dia 15/09 estarei em outro endereço.
Um pouco mais distante do Mackenzie do que eu gostaria, mas ainda na Paulista.
Tudo de bom!
Enfim livre desta sensação de estar aonde eu não quero estar.

quinta-feira, agosto 07, 2008

Mais uma etapa

Retomei o tratamento para fibromialgia.
E amanhã terei de entregar um questionário que fizeram para os pacientes que estão em tratamento. Acredito que o objetivo seja ter uma melhor compreensão dos casos e oferecer um tratamento melhor. Isso é o que eu acredito, racionalmente, mas preciso compartilhar ... nada mais vergonhoso do que responder aquele questionário.
Nada mais doloroso, do que escrever, por mais objetivo que se tente ser, sobre alguma coisa que te deixa abalada, que já te afetou a auto-estima e a aceitação de si mesma.

Algumas perguntas fizeram meus olhos encher d’água, e eu pude perceber o quanto ainda tenho vergonha da fibro e de tantas outras coisas que me afetam.

Perguntas do tipo, verdadeiro ou falso, e a pergunta estava escrita assim: “O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?”
1) Eu costumo adoecer um pouco mais facilmente do que as outras pessoas
2) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço
3) Eu acho que a minha saúde vai piorar
4) Minha saúde é excelente.
As respostas alternavam-se entre: a) definitivamente verdadeiro b) a maioria das vezes verdadeiro c) não sei d) a maioria das vezes falsa e) definitivamente falsa
Precisei escolher entre estas possibilidades de respostas para cada uma das afirmações acima.

Não sei se algum de vocês já respondeu esse tipo de perguntas, mas fazem idéia do quanto é embaraçoso, dizer que na maioria das vezes é verdadeiro que eu costumo adoecer mais do que as outras pessoas? Ou dizer que na maioria das vezes é falso dizer que eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço? Eu tenho amigos que não adoecem, que no máximo pegam gripes no inverno, ou uma dor nas costas quando exageram nos exercícios físicos ou mesmo no trabalho no computador. Não gosto menos dos meus amigos por isso, mas confesso que os invejo demais. Não pensem que eu lhes desejo mal de algum tipo, mas adoraria poder ser como eles.

Eu tenho fibromialgia, miopia, astigmatismo, problema ortóptico (músculo do olho preguiçoso), tenho refluxo gastro esofágico, rinite, sinusite, asma, hepatite c, alergia a várias coisas, varicoses, tendência a depressão, mordida errada. Parece que eu construí ao meu redor, uma parede de doenças que me transformam em alguém diferente.

E, às vezes, nos momentos em que a auto-estima cai alucinadamente, eu penso que eu só vou piorar, que eu tenho 37 anos, e percebo que estou mais sensível ao frio do que era há cinco anos atrás, e me pego pensando “minha saúde só vai ficar pior, mesmo que eu me cuide ao máximo”, ou “se eu não me cuidar, vai ser horrível, pois me cuidando já estou uma droga”.
Não quero ser negativa, não quero influenciar meu cérebro para o pior, porém, em alguns momentos é difícil evitar.
E o mais complicado é ter vergonha de dizer estes meus delírios para as pessoas.
Até por que, sei que são delírios de momentos de fraqueza.
Sei, até por que tenho pesquisado, me informado e, principalmente, me cuidado o suficiente para saber que eu posso ter uma qualidade de vida melhor. Mas é uma vergonha que me lembra a minha vergonha de me olhar no espelho de quando eu era criança e o cachorro me mordeu e eu me sentia um monstro de tão horrorosa. A mesma sensação, tão familiar.
É uma luta entre o meu racional, que já venceu a doença, que esclareceu várias dúvidas e inseguranças, e o meu emocional que nem sempre está tão elevado. Qualquer abalo, qualquer desequilíbrio e tudo vem a tona. Um simples questionário pode ser o cutucão em uma ferida que eu acreditava fechada ou pelo menos quase curada.

Lembro de quantas vezes me senti humilhada quando quase passei por verdadeiras sabatinas no Namastê do por que eu tinha adoecido, de novo. Minha terapeuta, outros terapeutas, colegas de formação me olhando como se eu tivesse feito algo errado, de novo. Ou talvez nem fosse tão pesado assim, mas sempre me pareceu muito e muito humilhante (sei, racionalmente, que às vezes eu exagero na descrição das minhas sensações, mas também sei que era exatamente esta a visão que eu tinha da situação, ou pelo menos a sensação). Sempre doeu e me fez sentir uma das pessoas mais erradas daquela comunidade terapêutica. Me dava vergonha demais.

Eu agora estou com um gatilho na mão direita.
Quando eu fecho a minha mão, por qualquer motivo, para segurar o mouse, por exemplo, ela começa a se fechar e eu preciso da ajuda da outra mão para abrir.
É uma pressão. Não é uma dor horrível, mas é uma pressão nos músculos da mão, bem desconfortável, e em outras vezes, a mão dói como se os músculos estivesses presos. Nada insuportável, mas muito desconfortável e preocupante.

E, então, eu lembro dos exercícios de bioenergética, e da dificuldade em manter as mãos abertas. Das várias e várias vezes, que a Shanti abriu minhas mãos enquanto eu respirava, e o quanto isso me fazia chorar. E da satisfação que eu senti no dia em que eu consegui fazer um renascimento, e senti que os meus punhos não se fecharam e que eu respirei intensamente. Que sensação de vitória!!!!!
Impossível não relacionar os fatos.
Ao mesmo tempo, não sei qual a relação destes fatos.
Mas eu relacionei.
Talvez mais tarde, em algum momento, eu saiba.

Bom, vamos lá.
Mais uma etapa.
Mais um tratamento.
E como diz a fisioterapeuta, a idéia toda é me tornar independente.
Aprender a lidar com a doença de forma a não depender sempre da fisioterapia, da fisioterapeuta, de um terapeuta de bio, mas aprender a ser autônoma.
Aprender a vencer a vergonha, o medo de ser quem eu sou e de mostrar como eu funciono.

domingo, julho 27, 2008

Thiago

Ah, preciso falar da minha história com o Thiago que nem tinha nascido, e que morreu.
Ontem eu me peguei pensando várias vezes o que eu estava fazendo do lado dele.
Qual o motivo que estava me levando a prolongar “o ficar” com o Thiago além do que normalmente eu ficaria com qualquer outra pessoa. Me dei conta que estou carente. Com um enorme buraco de carência que me fez convencer a mim mesma, que estava bom. Mas não estava.
O Thiago é um homem que me atrai.
Algo no jeito que ele me pega, me abraça, me puxa, e olha ... é perturbador e delicioso.
Mas, tirando estes momentos, ele parece estar do outro lado do mundo, quem sabe no Japão? Nós não conversamos, quase nem mesmo nos tocamos.
E eu continuei ficando com ele.
A cada final de semana, continuei ficando com ele, mesmo sentindo que é próximo como um porco espinho e que isso estava me deixando desestimulada em estar ali.
Mas eu continuei.
Só que neste final de semana, isso foi me enlouquecendo.
Como estar com alguém que não deixa que eu chegue perto dele nunca a não ser na hora do sexo? Eu já fiz isso outras vezes e não gostei. E por qual motivo eu estava ali, deixando a história seguir se eu estava me sentindo tão só ao lado dele?
Ele não confia, não se abre, e eu estava me sentindo acompanhando ninguém.
Como se, novamente, eu estivesse delirando, e eu não estive me relacionando.
Estava me iludindo.
Então, eu tive um chilique.
E eu disse isso a ele.
Disse que precisava de um espaço, uma oportunidade, um mero vislumbre de que ele me permite me aproximar. Que não sou perdidamente apaixonada, mas que se estamos mantendo essa história eu precisava de mais espaço, mais proximidade até para confiar nele. E ele me disse que não consegue. Que já ouviu isso outras vezes, e que não tem como dar mais que isso. Então, acabamos o que nem tinha começado. E eu estava triste por outras histórias e senti-lo distante, vazio como uma caixa sem componentes internos, só estava me deixando pior.
Eu precisava que ele, pelo menos fosse meu amigo.
Tivesse coração aberto, braços abertos e eu não vislumbrava ter isso ao lado dele.
Disse que eu tinha vergonha de estar vulnerável e tinha vergonha de deixá-lo ver-me assim. Mas eu pedi uma chance. E ele disse que nem pode tentar, que não tem confiança dentro dele. Falei prá ele do quanto ele é contraditório e quanto isso me manteve mais tempo perto do que seria o normal. Do quanto o abraço dele é próximo e amoroso quando ele está dormindo.
O quanto é bom dormir ao lado dele e senti-lo buscar contato, e o quanto é solitário estar ao lado dele quando ele está acordado, alerta, desconfiado. E ele só pode dizer que é assim, que não tem como ir além.
Eu pensei que ouvi-lo dizer isso ia me deixar com raiva ou algo similar.
Mas não fiquei assim.
Já estou acostumada a ouvir os homens dizerem que não podem ir além, que eles são assim e pronto, não conseguem se aproximar e nem querem.
Nem forças prá ter raiva eu tive.
Mas, acabei chorando pelos meus outros problemas que se acumulam e eu também não estou resolvendo. E chorei de vergonha por estar tão carente que eu precisei dele por este mês e estava me sujeitando a algo que me preenchia com migalhas, mas preenchia.
E nesse momento, em que pela primeira vez, me expus a ele, e ele ficou próximo.
Perdido, mas tentando me confortar.
Entre a frieza que tanto o caracteriza e uma preocupação doce.
Eu chorei muito no colo dele.
Consegui soltar e relaxar mesmo sabendo que ele não conseguiria fazer nem uma parte disso na minha frente. Eu precisava desesperadamente de um amigo que tivesse braços abertos prá mim, e ele teve. Ficou comigo por um tempo, e acho que eu até o senti mais presente pela primeira vez durante este tempo. Pela primeira vez, amoroso e acordado. Amoroso como meu amigo, mas amoroso.
Gostaria de convencê-lo do tempo que ele está perdendo por não se soltar.
Mas ninguém conseguiu me convencer disso antes que eu procurasse por esta estrada, então, não adianta falar nada. Me resta torcer.
Ontem, pela primeira vez, eu o amei muito mesmo sabendo que ele não acreditaria em mim.
Pelo colo, pelo abraço e pelo esforço.
Nem consegui dizer isso a ele.
Mas vou falar.
Ou tentar.
Na verdade, acho que o amo por entender o quanto é difícil estar aonde ele está.
Atrás da muralha da desconfiança, aonde ninguém conseguirá chegar, enquanto ele não permitir. E acho que ele não acha isso ruim.
Ele fala como se fosse algo inevitável, contra o qual ele nada pode fazer, algo fatal, sem solução, uma barreira intransponível.
Será que em algum dia ele saberá que é apenas uma questão de escolha?

Sweet dream - Eurythmics

Sweet dreams are made of this
Who am i to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something
Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused

Sweet dreams are made of this
Who am i to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something
Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused

I wanna use you and abuse you
I wanna know what's inside you
(whispering) hold your head up, movin' on
Keep your head up, movin' on
Hold your head up, movin' on
Keep your head up, movin' on
Hold your head up, movin' on
Keep your head up, movin' on
Movin' on!

Sweet dreams are made of this
Who am i to disagree?
Travel the world and the seven seas
Everybody's looking for something
Some of them want to use you
Some of them want to get used by you
Some of them want to abuse you
Some of them want to be abused

I'm gonna use you and abuse you
I'm gonna know what's inside
Gonna use you and abuse you
I'm gonna know what's inside you

quarta-feira, julho 09, 2008

Pensionato

Quando eu cheguei em São Paulo e fui morar no pensionato eu vivia uma emoção estranha de explicar.
Mas a forma mais simples é a sensação da falta de um lar.
O pensionato era uma casa.

Me protegia do frio e da chuva, mas não me oferecia acolhimento.
Era simplesmente o pensionato.
Eu não dizia que ia “prá casa”, dizia que ia “para o pensionato”.
Não tinha por hábito de relacionar aquele espaço físico a uma casa.
Hoje eu vivo a mesma sensação.
Desvinculei do espaço físico.
Não tenho mais afetividade pelo lugar.
Não quero melhorar, embelezar, fazer ficar melhor.
Desde que o meu quarto esteja dentro das minhas necessidades ... está ótimo!
Não tenho amor pelo lugar.
Olho ao redor, e não me vejo em casa.
Estou, de novo, no pensionato.
De novo sem proteção.
De novo, sem lar.
Eu sou uma pessoa estranha, até mesmo para as minhas convicções.

domingo, julho 06, 2008

Eu tenho dificuldade

Eu tenho dificuldade em confiar nas pessoas.
Parte da minha história de vida, das minhas referências e das minhas lembranças.
Mas, ao mesmo tempo, às vezes me tomo de amores por algumas pessoas.
Pessoas que eu amo apesar das diferenças ou defeitos.
Na verdade, acho que são os defeitos ou dificuldades delas, que mais me atraem.
É como se eu enxergasse algo que a minha razão não vê, mas meu coração se apaixona.
Assim fiz vários amigos.
Muitos, de quem me afastei, com o passar do tempo e muitos de quem não sei mais nada, e alguns com quem ainda mantenho contato, de alguma forma, sempre que posso, e mesmo quando nem posso. E outros, que nunca me impressionaram muito, foram ficando e não fazem falta.
Como o Vini foi amor a primeira vista, por um ser humano frágil e machucado como eu.
Amor por que eu vi a humanidade dele, e não fiquei enxergando-o como alguém acima, ou demais ou excessivo, como eu enxergava a maioria das pessoas. Não vi o fantástico mundo de Vinícius. Apenas vi o Vinícius, sem títulos, sem pompa, sem a segurança falsa de quem finge que sabe o que é e o que quer da vida.
Adoro ver isso nas pessoas.
Assim me permito amar e confiar nessas pessoas.
É o único jeito que as pessoas têm para me seduzir.
Sua imperfeição.
Não me sinto diminuída ao enxergar a dor dos outros e saber que isso faz parte da vida daquela pessoa também.

Mas esqueço que somente eu amo a imperfeição e me sinto segura quando enxergo a imperfeição alheia. Na verdade, sempre, esqueço disso.

Todas às vezes, na minha infância, em que expressei a minha opinião, eu fui castigada exemplarmente. E fui castigada através da indiferença, do descaso, da frieza. Não levei um tapa, não ouvi um grito, fui apenas julgada e condenada, sem direito a defesa, e senti muita e muita dor com isso. E até hoje, eu mesma quando sou muito machucada, prefiro a indiferença e o descaso da pessoa, do que qualquer outra atitude mais escandalosa ou dinâmica. Talvez, para outras pessoas, seja menos doloroso do que sempre foi prá mim, mas quando eu sigo este caminho, sei o quanto a pessoa me machucou.

E eu pensei que, como eu amo a humanidade do Vini e sempre lembro e aceito várias das dificuldades dele, que ele também sentia e agia assim.
Mas, agora descobri que não.
Algo dentro dele, escondia um ressentimento pela minha humanidade, pela minha imperfeição, ou mesmo pelas coisas dele, que mesmo que eu não condene abertamente, fica claro que eu não compreendo. E quando eu fui imperfeita, mais do que a média aceitável (nas medidas dele) tudo veio à tona.

Talvez o que eu mesma não esperasse, fosse a minha dor por isso.
E talvez eu não esperasse a repulsa e ressentimento que isso me causou.
Todos os dias eu tenho chorado por isso.
Todos os dias, as lágrimas que não saiam dos meus olhos há vários meses, e que me causavam tanta dor no peito e também uma irritação crescente, tem resvalado pelo meu rosto. Lágrimas de dor, de raiva, de decepção, ou de qualquer outro sentimento nada bom por uma pessoa que eu sempre julguei amar.
Mas como diz o Milan, no mesmo coração em que há o amor, existe a raiva, e agora é tudo que eu sinto. A raiva, a decepção e o desprezo.
Junto com toda essa raiva, veio uma crise de sinusite e asma fortíssima.
Mas diferente.
A secreção sai aos borbotões, como aconteceu nas duas maratonas que fiz e acabei sendo hospitalizada logo em seguida.
Mas eu não estou fraca e sucumbindo a força da excreção.
Pelo contrário, a secreção me irrita pelo assoar contante do nariz (que acaba por ser trabalhoso e constrangedor), mas não sinto tanta dor, não estou esgotada e desmanchando.
Parece que o ressentimento sai aos borbotões e vai me higienizando internamente.
De certa forma, isso me dá uma alegria:
Não implodi.
Explodi.
Mas ainda dói, mas de outra forma.
Eu não consigo olhar no rosto dele.
Não consigo ouvir a voz dele.
Não sei se, algum dia, vou conseguir isso de novo.
Talvez até passe, mas ... neste momento, parece impossível.
Tudo que eu quero, todos os dias, é encontrar algum lugar, bem longe dele, onde eu possa me sentir segura de novo.
E se isso exigir de mim, ficar sozinha, eu sigo.
Se não precisar ficar só, mas encontrar outra pessoa em quem eu possa confiar, eu arrisco.
Desde que eu fique longe.
Foi uma coisa tão pequena, mas me causou tanta transformação.
Eu, simplesmente, não sei o que mais aquela calma, falsa e mentirosa, esconde.
Até por que, ele usou o pior dos recursos para me magoar.
A frieza que tanto me machucou na minha infância.
E ele sabe o quanto isso me dói.
E se esqueceu, foi um amigo relapso e insensível, que ouviu mil vezes e não registrou nada dentro da mente e do coração (o que é bem possível, sendo ele como é).
E se não esqueceu ... é tão ruim quanto.
E em todas as outras vezes, eu achei que ele não fazia isso por mal.
Hoje, eu duvido muito disso.

domingo, junho 22, 2008

It's Not Right But It's Okay

It's not right
But it's okay
I'm gonna make
it anyway
Pack your bags up and leave
Don't you dare come running back to me
It's not right
But it's okay
I'm gonna make it anyway
Close the door behind you
Leave your key
I'd rather be alone
Than unhappy

domingo, junho 15, 2008

Às vezes, eu preciso ficar só

Eu pertenço a uma comunidade no orkut que fala isso.
Em alguns momentos, eu preciso "demais" ficar só.
Não faço nada de especial num momento desses.
Apenas escuto o silêncio.
Não preciso falar, não preciso ouvir.
Não preciso articular pensamentos, ter idéias.
Me faz um bem espetacular.

Mas, eu confesso, que me dá uma certa vergonha.

Se eu ainda estivesse no Namastê, sei qual seria o julgamento.
Como se eu tivesse cometido um crime inafiançável.
Me isolar, sem compartilhar nada com ninguém,
o maior dos crimes.

O problema todo, é que em alguns momentos, eu canso de tantos ruídos.
Tantos falatórios, tantos julgamentos, tantas vozes.
O silêncio é a única coisa que vai me deixar em paz.
E não ter pessoas por perto num momento desses também é tranquilizador.

Da mesma forma que gosto de música, festas, conversas e risos;
eu gosto do silêncio e de nenhuma pessoa por perto.
E nos últimos tempos, eu preciso mais de silêncio e isolamento que o normal.
Muito barulho, muito trabalho, muitas vozes ...

Gostaria de ir em um templo budista.
Dizem que o silêncio lá é repousante.
Ou talvez, no jardim do templo da IJCSUD, talvez seja boa opção tb ...
eu estou precisando de um silêncio repousante.

Lema, na voz de Ney Matogrosso

Ney Matogrosso

Lema

Autoria de : Carlos Rennó E Lokua Kanza


(Ioba iê)
Não vou lamentar
a mudança que o tempo traz, não
o que já ficou para trás
e o tempo a passar sem parar jamais
já fui novo, sim
de novo, não
ser novo pra mim é algo velho
quero crescer
quero viver o que é novo, sim
o que eu quero assim
é ser velho.
envelhecer
certamente com a mente sã
me renovando
dia a dia, a cada manhã
tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema
meu emblema, eis o meu refrão
mas não vou dar fim
jamais ao menino em mim
e nem dar de não mais me maravilhar
diante do mar e do céu da vida
e ser todo ser, e reviver
a cada clamor de amor e sexo
perto de ser um Deus
e certo de ser mortal
de ser animal
e ser homem
tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema
meu emblema, eis o meu refrão
eis o meu lema
meu emblema, eis minha oração
eis o meu lema
meu emblema, eis minha oração
Ioba iê

sexta-feira, maio 23, 2008

Fernando Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

quinta-feira, maio 22, 2008

Decepção

Sou aluna de pós-graduação.
Faço Administração de Negócios.
No mesmo lugar onde eu trabalho.
Tenho aprendido muita coisa nova, afinal
toda a minha formação sempre foi voltada para a área de humanas.
Mas nunca me interessei pelos enfoques administrativos da vida.
Fui me envolvendo com gestão de equipes por uma simples questão conjectural.
Então, quando comecei a ter aulas que começaram a fornecer
uma base teórica ao que eu intuia, fui adorando.

Mas nesta semana cheguei a conclusão que não devo me iludir.

Passei pela situação de ser tachada de mentirosa,
exagerada e, possivelmente, fofoqueira.
Pelo menos foi com essa sensação que eu saí da aula na terça-feira.
Quase a mesma sensação que eu tenho quando eu converso com a minha chefe.
Cheguei a conclusão de que é política da empresa.
Fazer você se sentir um idiota, imbecil, e extremamente desrespeitada.
Acho que eu tenho que me acostumar com o mundo real.
Nossos trabalhos entregues no semestre passado foram perdidos,
nossas avaliações negativas do professor desapareceram,
e nós é que não temos o direito de querer trocar o professor
como quem troca um teclado.

sábado, maio 17, 2008

O que há - Álvaro de Campos

O que há em mim é sobretudo cansaço —
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A sutileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto em alguém,
Essas coisas todas —
Essas e o que falta nelas eternamente —;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada —
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimno, íssimo, íssimo,
Cansaço...

quarta-feira, maio 14, 2008

Fibromialgia e péssimo humor

Tive uma pequena crise de fibromialgia ontem.
Pequena mesmo.
Alguma dor no pescoço e dor generalizada nas costas e um reflexo chato nos braços e pernas.
Quase nada perto de velhas crises.
Mas o suficiente para me deixar, razoavelmente, tensa.
Estava sem humor para qualquer piadinha idiota.
Saí da aula direto para o hospital para o atendimento de emergência.
Nem entrei no mérito da questão, só disse que estava com dor no pescoço e nas costas.
Ganhei indicação de um relaxante muscular, uma injeção e um dia de repouso.
Mas tenho tanto trabalho por fazer, que nem ao menos posso me dar ao luxo de descansar em casa por muito tempo. Foi só para ganhar forças.
Precisava estar bem hoje, com todas as coisas que eu preciso colocar em dia.

Ainda sinto dor, mas ... já estou melhor.
Como agora eu conheço todas as implicações, já procurei auxílio mais especializado.
Amanhã tenho consulta com ortopedista pois vou pedir fisioterapia.

Mas hoje já consegui me irritar profundamente com um colega da pós.
Homem do tipo mandão.
E eu com os nervos a flor da pele por causa de todas as coisas que a fibro trás.
Nem tive muito no que pensar.
Disse prá ele parar de me confundir com os empregadinhos dele de empresa.
Que eu fiz um favor uma vez, do qual eu estava arrependida,
por que ele está me enchendo a paciência como se eu tivesse obrigações.
E que eu não estava gostando.

Depois fiquei pensando se eu devia ter sido tão sincera.
Mas sabe ... eu devia ter falado isso antes.
Não era de hoje que ele estava me irritando com essa história.
E eu só fiquei muito irritada hoje, por que estou cansada e com dor.
Talvez, se estivesse bem, segurasse a onda por mais um tempo.
Talvez nem demonstrasse o quanto ele está me irritando.

Ainda bem que eu estou feito um porco espinho de tão cansada e irritada.

Clarice Lispector

"Eu escrevo sem esperança de que
o que eu escrevo
altere qualquer coisa.
Não altera em nada ...
Porque no fundo a gente não está
querendo alterar as coisas.
A gente está querendo desabrochar
de um modo ou de outro."

segunda-feira, maio 12, 2008

Sex and the city fazendo pensar, ou pensar mal

Uma temporada de “Sex and the city” depois, milhões de idéias fervilharam na minha cabeça.

Na verdade, nem terminou a temporada. Ainda estou assistindo, entre um dia de “entocada em casa”.

Deixe-me explicar ... o Vini adora “Sex and the city” e está copiando as temporadas aos poucos. Na verdade, se tivesse percebido o quanto ele gosta antes, acho que teria sido o meu presente pra ele no último aniversário, ou Natal, ou qualquer data festiva dessas. Bom, mas voltemos a série.

Eu assisti alguns episódios, esporadicamente, enquanto morava no pensionato, mas sou mais chegada em séries um tanto mais agitadas: CSI, Cold Case, Without a trace, Heroes, Supernatural, ou coisas nessa linha. A coisa mais calminha que eu conseguia curtir na temporada ‘viciada em séries’ foi Gilmore Girls (doces até explodir de tanta doçura). E Sex and the city está sendo uma descoberta. Guardadas as devidas proporções, visto eu não morar em Nova Iorque e nem me sentir a escritora famosa e viciada em sapatos, Carrie, ou qualquer uma de suas amigas, muitas histórias fazem com que eu me identifique. Consegui (com algum tempo de atraso) entender qual o motivo da série ser um total sucesso.

Porém, junto com a compreensão e a identificação, chegou a “nóia”.
A paranóia de solteira (mesmo que eu seja, na verdade, divorciada), sozinha numa grande metrópole, super decepcionada com as relações entre homens e mulheres.
Uma postura similar a da Miranda na série (a atriz que mais tarde assumiu ser lésbica – algo que se fizesse parte de mim, facilitaria bastante minha vida).

Já vivi tantas situações semelhantes a algumas que aparecem nos episódios, que mesmo conseguindo rir do espelho na tela, não deixei de me sentir preocupada.
Afinal, quem eu sou e o que eu quero viver? E o que me espera?

Eu tenho 37 anos, e já vivi várias situações estranhas: desde ser a “doce” menina casadoira, com cara de “boa moça” (como uma vez me disse a Arlene, uma guria de Minas Gerais que estava tentando fisgar o Alexandre Darif) na época que eu ainda freqüentava a Igreja de Jesus Cristo, até ser a “fortona’ da Lenira como me disse o Celso, meu colega de Mackenzie. Não me sinto nenhuma dessas coisas. Não o tempo todo, pelo menos. Eu vou mudando, conforme eu estiver me sentindo. E as situações que eu já vivi, também mudam.

Já vivi o bastante para um cara perguntar pra mim se eu topava transar com ele e usar um papel filme para enrolar no pênis dele (ele queria sentir como era ter um pau grande – foi a fantasia mais doida que eu já ouvi, e confesso, não me agradou). Desisti na hora do cara, com muito mais horror do que quando o mesmo cara me propôs transar a três. Essa parece ser a grande fixação de todos os homens, então, não achei tão chocante. Não.
Eu não transei a três com ele.
Não é minha fantasia.
Prefiro transar a três, com dois homens, e não tenho a menor intenção de vê-los se pegarem. Quero que os dois me peguem, isso sim.
Mas também não fiz isso.
É só fantasia.
E, acredito, nem sempre as fantasias precisam se realizar.
Em algumas vezes, é muito mais divertido fantasiar.

Também fui casada, e muito mal casada.
Odiava sexo, tinha pânico.
Ojeriza total!
Coitado do excelentíssimo!
Não posso tirar as razões dele de me odiar.
Eu, realmente, entrava em pânico.
Ele não é uma pessoa muito normal, mas depois de casar com uma mulher como eu, ele ficou pior. Se ele não tivesse sido muito podre e escroto comigo nos quesitos financeiros, eu acho que teria pena do que fiz ele passar.
Mas, devido aos problemas de ordem econômica, acho que ficamos “quites”.

Então (como bem falam os paulistanos), eu já vivi outras situações, já fui “amante” e era total, completa e perdidamente apaixonada pelo cara, e ele preferiu me manter sendo a amante. A esposinha, loirinha, de olhos azuis, pequeninha, dependente, era a única coisa que ele aceitava assumir na vida dele. A mulher de 1m72min, de cabelos ondulados, afro-descendente, e que acha um “saco” fingir que não sabe ir ao Instituto de Identificação sozinha para fazer a nova carteira de identidade, mas que é completamente tarada por ele, e com quem ele tem uma afinidade sexual deliciosa, ... bom, essa a família não iria curtir. Não a família meio portuguesa e meio alemã dele. “Bem capaz” que ele ia querer ficar comigo. Um dia eu dei um basta na história, e nós nunca mais ficamos juntos, mas eu sinto que se cruzar com ele na próxima esquina, minhas estruturas ainda balançam.

Fiquei de quatro por um amigo de Sampa.
O cara certinho, bom filho, bom irmão mais novo, profissional trabalhador e destacado. Porém, infantil e inseguro.
Mas, mesmo assim, fiquei de quatro.
No dia em que tivemos uma transa em que fomos relaxados, inteiros, entregues e amorosos, eu me abri. Fiquei totalmente tocada pela pessoa dele, independente de todas as coisas que ele tinha que não combinavam com os meus interesses mais básicos.
Já tínhamos ficado juntos outras vezes.
Mas era só uma transa com um amigo.
Segurança total.
Pessoa de confiança, sem obrigações e compromissos, e uma foda razoável.
Nada excepcional, mas pelo menos garantia o exercício.
O meu erro foi me abrir com uma pessoa infantil.

E levei um outro fora, e, de novo, por que eu não sou “suficiente”, aos olhos do cretino para mostrar ao mundo. Não sou loira, escultural, esquálida, baixinha o suficiente, não sou o tipo de mulher por quem os amigos dele ficam arrastando um ônibus (que, na verdade, era o requisito mais importante), não tenho silicone, não sou burra ou dependente, não vou me submeter. E ele parecia que precisava competir o tempo todo comigo. E, só depois de muito tempo eu fui perceber, ele achava que perdia longe, e isso era demais pra ele. Foi um golpe e tanto na minha auto-estima. Se não fosse a Rajani, na época me dar a maior força, talvez eu não me erguesse de novo.

Ela me disse que se ele não conseguia perceber o que nós tínhamos encontrado juntos, não era problema meu. Eu devia relaxar e confiar que ele não era pra mim.

Claro que não foi assim, tão rápido, pra eu relaxar, mas ... acabou acontecendo.
Pena que eu não consigo confiar nele mais.

Depois do fora, eu fiquei com a sensação que ele continuava querendo a minha vagina, mas ... o resto de mim não contava. Até por que, não sou o tipo de troféu que ele se orgulharia de apresentar aos amigos. Felicidade não importa, o que vale a pena, é a fachada enquadrada no que a tua “pequena” sociedade valoriza.

E hoje vendo os filmes, fiquei pensando que isso deve atingir várias outras mulheres.
Não foi um privilégio meu.
É uma realidade.
Não estaria no roteiro de uma série famosa no mundo todo, se só tivesse acontecido comigo.
Até porque temos o Skipper, que me lembrou um pouquinho, o Mauro.
Aquela fixação, encanto, paixão, por uma mulher que só queria dele o sexo, devido a carência daquele momento.

Mas não pense que eu me julgo muito melhor que o Marlom ou o Eric.
Eu também não apresentaria determinadas pessoas aos meus amigos.

Eu tenho dificuldades em andar de mãos dadas (que na minha mentalidade provinciana é o ápice dos sinais de namoro). Lembro-me que quase infartei quando o Amaury pegou na minha mão, em plena Lojas Marisa, da rua dos Andradas, em Porto Alegre. E quer maior sinal de que as pessoas não querem ser felizes, mesmo que esta felicidade esteja acenando, quase aos gritos? Eu e o Amaury. Uau! Sexo delicioso, selvagem, quente, e ao mesmo tempo delicado, mas ... em algum momento, por algum motivo, ele simplesmente me descartou. Eu ainda fiquei batendo cabeça, com o incentivo e conivência da galera namastéca, mas, na verdade, ele já não queria mais me mostrar pra ninguém, já tinha mais medo de mim do que da bruxa de blair. Mas se eu tivesse simplesmente aceitado os sinais dele (sinais é claro, por que homens não te dizem o que estão sentindo, apenas sinalizam) devia ter saído fora vários meses antes.

Claro que existem os homens divertidos (que eu, não consigo levar a sério).
O Pablito foi o maior próprio protótipo disso.
Me fazia rir, era gostoso estar junto, mas, como levar a sério um escorpiano brincalhão, e que não pode ver um rabo de saia, e que ainda por cima tinha uma cisma infantil com a Mahtab. Mas até hoje ele me diverte.
Assim como o Vijay hoje me encanta.
Acho ele um doce!
Pena que ele não é o tipo do homem para procurar.
A não ser que eu o despreze, ele nunca vai se apaixonar por mim.
Quando eu era apaixonada por ele, ficava com muita raiva disso.
Hoje, eu sei lá, tenho paciência.
Tenho um amor enorme por ele, como amiga, mas ... sei que ele foi feito para não se levar a sério.
Ele é o cara com quem se deve ficar de coração completamente fechado para o amor de mulher por homem. Se não for assim, a mulher se ferra, ela também passa a não servir para ele apresentar a sociedade. A mulher que gosta dele, trata ele bem, tem que ter um grave defeito ou doença, essa ele tem que desprezar. Legal é ser chutado!

Acho eu nunca mais devo assistir ‘Sex and the city”!

Mas vou assistir essa temporada até o final.

E aprender a destilar mais do meu sarcasmo sobre o amor, para ser mais real comigo mesma

domingo, março 30, 2008

2008 começando

Então ...
pela enésima vez, estou retomando meus escritos neste blog.
Nada demais.
Eu, na verdade, havia me desinteressado por ele.
Tanta falta de método, de seqüência, e quando havia algo prá dizer, havia uma tal necessidade de contextualizar, que eu fui me desinteressando.
Tanto, que em 2008, não havia escrito nenhuma vez.
But ... então ... houve uma balada do meu gosto.
Fomos ao samba da praça Roosevelt, e depois ao Pau Brasil (e quando digo, fomos, falo da Paola, Vinicius de la Rocha, Bruno e eu). Isso foi ontem.
E daí, sabe-se lá por qual motivo, passaram a falar sobre blogs.

E senti saudades da "Noite de Amor"!
Minha noite nem tão escura quanto se pode imaginar, nem tão clara quanto eu gostaria.
Meu sannyas, minha vida, minhas observações, minha mania de filosofar.

E, de repente, fiquei pensando em algumas coisas.
Por exemplo, o que meus amigos, dos mais chegados aos mais superficiais, sabem de mim?

Isso me vem, justamente por causa do Vinícius de la Rocha.
Meu conhecido em Porto Alegre, com quem fiz Namastê (e eu comecei essa história em 2002, ou seja, faz tempo), e de repente, aqui em Sampa, descubro que temos gostos em comum, que eu jamais soube que existiam. E de 2002 até 2006, quando saí de Porto Alegre, muitas vezes nos vimos, mas não nos enxergamos.
Claro que eu também percebo, que em Porto Alegre, eu nem me percebia do quanto eu gosto de samba. Isso tem ficado mais evidenciado aqui em Sampa, nos lugares que eu curto e me sinto mais a vontade. Por isso, o samba da praça roosevelt me energiza tanto (pois eu, realmente, me divirto demais).

Quantos dos meus amigos, sabem que músicas eu gosto?
Quais os meus cantores prediletos?
Quais as pessoas que sabem que eu não gosto de falar com alguém e estar com fones nos ouvidos?
Que se eu chegar em uma loja, em um balcão para pedir informações e o meu celular tocar no mesmo instante, que eu vou atender rapidamente e pedir para ligar depois, pois eu considero falta de respeito, atender o telefone e segurar o funcionário para me atender ao mesmo tempo?
Sei que isso pode ser apenas um sintoma do meu "condicionamento", mas como eu não tenho como saber o que eu faria sem o tal do treinamento, afinal ele já impregnou meus atos e pensamentos, eu sigo agindo assim, e gosto de agir assim.
Mas, quem sabe disso???

Em um aniversário meu, eu ganhei um cd da Madonna de presente.
Até hoje eu penso sobre isso.
Quem me deu, sabe do que eu gosto?
Sabe o que me interessaria?
Não sei.
Na verdade, acredito que não.

O que eu sei, sobre os meus amigos?
O que me une a essas pessoas?
O que eu sei deles?
O que eu deixo que eles vejam?
O quanto eles me permitem ver?
E o que eu simplesmente julgo?
Sei não.
O que faz com que todas as vezes que eu veja tulipas eu me lembre da Paty Valim?
Que ao ver selos diferentes eu lembre do Vladimir, e acabe separando um selo prá ele, mesmo que eu só vá entregar quando for para Porto Alegre?
O que me faz ao ouvir certas músicas lembrar do Léo, da Paty, do Vini, do Renato ou do Z?
O que faz uma pessoa lembrar de mim, e por que uma informação mínima sobre uma pessoa faz com que ela fica registrada na minha vida, ... ou não.

Por que todas as vezes que eu faço uma tabela de funcionários da Biblioteca eu sempre esqueço de registrar o nome do Jackson?

Eu e as minhas filosofias baratas de boteco, ou de antes de dormir.
Isso também me lembra a Paty e nossas infindáveis conversas sobre o ser humano e os relacionamentos. Principalmente sobre os nossos relacionamentos e expectativas.

Sinto que estou gostando da idéia de retomar meu blog.
Obrigada Paola, Vini e Bruno, vocês me deram uma boa idéia.

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