quarta-feira, julho 09, 2008

Pensionato

Quando eu cheguei em São Paulo e fui morar no pensionato eu vivia uma emoção estranha de explicar.
Mas a forma mais simples é a sensação da falta de um lar.
O pensionato era uma casa.

Me protegia do frio e da chuva, mas não me oferecia acolhimento.
Era simplesmente o pensionato.
Eu não dizia que ia “prá casa”, dizia que ia “para o pensionato”.
Não tinha por hábito de relacionar aquele espaço físico a uma casa.
Hoje eu vivo a mesma sensação.
Desvinculei do espaço físico.
Não tenho mais afetividade pelo lugar.
Não quero melhorar, embelezar, fazer ficar melhor.
Desde que o meu quarto esteja dentro das minhas necessidades ... está ótimo!
Não tenho amor pelo lugar.
Olho ao redor, e não me vejo em casa.
Estou, de novo, no pensionato.
De novo sem proteção.
De novo, sem lar.
Eu sou uma pessoa estranha, até mesmo para as minhas convicções.

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