segunda-feira, maio 12, 2008

Sex and the city fazendo pensar, ou pensar mal

Uma temporada de “Sex and the city” depois, milhões de idéias fervilharam na minha cabeça.

Na verdade, nem terminou a temporada. Ainda estou assistindo, entre um dia de “entocada em casa”.

Deixe-me explicar ... o Vini adora “Sex and the city” e está copiando as temporadas aos poucos. Na verdade, se tivesse percebido o quanto ele gosta antes, acho que teria sido o meu presente pra ele no último aniversário, ou Natal, ou qualquer data festiva dessas. Bom, mas voltemos a série.

Eu assisti alguns episódios, esporadicamente, enquanto morava no pensionato, mas sou mais chegada em séries um tanto mais agitadas: CSI, Cold Case, Without a trace, Heroes, Supernatural, ou coisas nessa linha. A coisa mais calminha que eu conseguia curtir na temporada ‘viciada em séries’ foi Gilmore Girls (doces até explodir de tanta doçura). E Sex and the city está sendo uma descoberta. Guardadas as devidas proporções, visto eu não morar em Nova Iorque e nem me sentir a escritora famosa e viciada em sapatos, Carrie, ou qualquer uma de suas amigas, muitas histórias fazem com que eu me identifique. Consegui (com algum tempo de atraso) entender qual o motivo da série ser um total sucesso.

Porém, junto com a compreensão e a identificação, chegou a “nóia”.
A paranóia de solteira (mesmo que eu seja, na verdade, divorciada), sozinha numa grande metrópole, super decepcionada com as relações entre homens e mulheres.
Uma postura similar a da Miranda na série (a atriz que mais tarde assumiu ser lésbica – algo que se fizesse parte de mim, facilitaria bastante minha vida).

Já vivi tantas situações semelhantes a algumas que aparecem nos episódios, que mesmo conseguindo rir do espelho na tela, não deixei de me sentir preocupada.
Afinal, quem eu sou e o que eu quero viver? E o que me espera?

Eu tenho 37 anos, e já vivi várias situações estranhas: desde ser a “doce” menina casadoira, com cara de “boa moça” (como uma vez me disse a Arlene, uma guria de Minas Gerais que estava tentando fisgar o Alexandre Darif) na época que eu ainda freqüentava a Igreja de Jesus Cristo, até ser a “fortona’ da Lenira como me disse o Celso, meu colega de Mackenzie. Não me sinto nenhuma dessas coisas. Não o tempo todo, pelo menos. Eu vou mudando, conforme eu estiver me sentindo. E as situações que eu já vivi, também mudam.

Já vivi o bastante para um cara perguntar pra mim se eu topava transar com ele e usar um papel filme para enrolar no pênis dele (ele queria sentir como era ter um pau grande – foi a fantasia mais doida que eu já ouvi, e confesso, não me agradou). Desisti na hora do cara, com muito mais horror do que quando o mesmo cara me propôs transar a três. Essa parece ser a grande fixação de todos os homens, então, não achei tão chocante. Não.
Eu não transei a três com ele.
Não é minha fantasia.
Prefiro transar a três, com dois homens, e não tenho a menor intenção de vê-los se pegarem. Quero que os dois me peguem, isso sim.
Mas também não fiz isso.
É só fantasia.
E, acredito, nem sempre as fantasias precisam se realizar.
Em algumas vezes, é muito mais divertido fantasiar.

Também fui casada, e muito mal casada.
Odiava sexo, tinha pânico.
Ojeriza total!
Coitado do excelentíssimo!
Não posso tirar as razões dele de me odiar.
Eu, realmente, entrava em pânico.
Ele não é uma pessoa muito normal, mas depois de casar com uma mulher como eu, ele ficou pior. Se ele não tivesse sido muito podre e escroto comigo nos quesitos financeiros, eu acho que teria pena do que fiz ele passar.
Mas, devido aos problemas de ordem econômica, acho que ficamos “quites”.

Então (como bem falam os paulistanos), eu já vivi outras situações, já fui “amante” e era total, completa e perdidamente apaixonada pelo cara, e ele preferiu me manter sendo a amante. A esposinha, loirinha, de olhos azuis, pequeninha, dependente, era a única coisa que ele aceitava assumir na vida dele. A mulher de 1m72min, de cabelos ondulados, afro-descendente, e que acha um “saco” fingir que não sabe ir ao Instituto de Identificação sozinha para fazer a nova carteira de identidade, mas que é completamente tarada por ele, e com quem ele tem uma afinidade sexual deliciosa, ... bom, essa a família não iria curtir. Não a família meio portuguesa e meio alemã dele. “Bem capaz” que ele ia querer ficar comigo. Um dia eu dei um basta na história, e nós nunca mais ficamos juntos, mas eu sinto que se cruzar com ele na próxima esquina, minhas estruturas ainda balançam.

Fiquei de quatro por um amigo de Sampa.
O cara certinho, bom filho, bom irmão mais novo, profissional trabalhador e destacado. Porém, infantil e inseguro.
Mas, mesmo assim, fiquei de quatro.
No dia em que tivemos uma transa em que fomos relaxados, inteiros, entregues e amorosos, eu me abri. Fiquei totalmente tocada pela pessoa dele, independente de todas as coisas que ele tinha que não combinavam com os meus interesses mais básicos.
Já tínhamos ficado juntos outras vezes.
Mas era só uma transa com um amigo.
Segurança total.
Pessoa de confiança, sem obrigações e compromissos, e uma foda razoável.
Nada excepcional, mas pelo menos garantia o exercício.
O meu erro foi me abrir com uma pessoa infantil.

E levei um outro fora, e, de novo, por que eu não sou “suficiente”, aos olhos do cretino para mostrar ao mundo. Não sou loira, escultural, esquálida, baixinha o suficiente, não sou o tipo de mulher por quem os amigos dele ficam arrastando um ônibus (que, na verdade, era o requisito mais importante), não tenho silicone, não sou burra ou dependente, não vou me submeter. E ele parecia que precisava competir o tempo todo comigo. E, só depois de muito tempo eu fui perceber, ele achava que perdia longe, e isso era demais pra ele. Foi um golpe e tanto na minha auto-estima. Se não fosse a Rajani, na época me dar a maior força, talvez eu não me erguesse de novo.

Ela me disse que se ele não conseguia perceber o que nós tínhamos encontrado juntos, não era problema meu. Eu devia relaxar e confiar que ele não era pra mim.

Claro que não foi assim, tão rápido, pra eu relaxar, mas ... acabou acontecendo.
Pena que eu não consigo confiar nele mais.

Depois do fora, eu fiquei com a sensação que ele continuava querendo a minha vagina, mas ... o resto de mim não contava. Até por que, não sou o tipo de troféu que ele se orgulharia de apresentar aos amigos. Felicidade não importa, o que vale a pena, é a fachada enquadrada no que a tua “pequena” sociedade valoriza.

E hoje vendo os filmes, fiquei pensando que isso deve atingir várias outras mulheres.
Não foi um privilégio meu.
É uma realidade.
Não estaria no roteiro de uma série famosa no mundo todo, se só tivesse acontecido comigo.
Até porque temos o Skipper, que me lembrou um pouquinho, o Mauro.
Aquela fixação, encanto, paixão, por uma mulher que só queria dele o sexo, devido a carência daquele momento.

Mas não pense que eu me julgo muito melhor que o Marlom ou o Eric.
Eu também não apresentaria determinadas pessoas aos meus amigos.

Eu tenho dificuldades em andar de mãos dadas (que na minha mentalidade provinciana é o ápice dos sinais de namoro). Lembro-me que quase infartei quando o Amaury pegou na minha mão, em plena Lojas Marisa, da rua dos Andradas, em Porto Alegre. E quer maior sinal de que as pessoas não querem ser felizes, mesmo que esta felicidade esteja acenando, quase aos gritos? Eu e o Amaury. Uau! Sexo delicioso, selvagem, quente, e ao mesmo tempo delicado, mas ... em algum momento, por algum motivo, ele simplesmente me descartou. Eu ainda fiquei batendo cabeça, com o incentivo e conivência da galera namastéca, mas, na verdade, ele já não queria mais me mostrar pra ninguém, já tinha mais medo de mim do que da bruxa de blair. Mas se eu tivesse simplesmente aceitado os sinais dele (sinais é claro, por que homens não te dizem o que estão sentindo, apenas sinalizam) devia ter saído fora vários meses antes.

Claro que existem os homens divertidos (que eu, não consigo levar a sério).
O Pablito foi o maior próprio protótipo disso.
Me fazia rir, era gostoso estar junto, mas, como levar a sério um escorpiano brincalhão, e que não pode ver um rabo de saia, e que ainda por cima tinha uma cisma infantil com a Mahtab. Mas até hoje ele me diverte.
Assim como o Vijay hoje me encanta.
Acho ele um doce!
Pena que ele não é o tipo do homem para procurar.
A não ser que eu o despreze, ele nunca vai se apaixonar por mim.
Quando eu era apaixonada por ele, ficava com muita raiva disso.
Hoje, eu sei lá, tenho paciência.
Tenho um amor enorme por ele, como amiga, mas ... sei que ele foi feito para não se levar a sério.
Ele é o cara com quem se deve ficar de coração completamente fechado para o amor de mulher por homem. Se não for assim, a mulher se ferra, ela também passa a não servir para ele apresentar a sociedade. A mulher que gosta dele, trata ele bem, tem que ter um grave defeito ou doença, essa ele tem que desprezar. Legal é ser chutado!

Acho eu nunca mais devo assistir ‘Sex and the city”!

Mas vou assistir essa temporada até o final.

E aprender a destilar mais do meu sarcasmo sobre o amor, para ser mais real comigo mesma

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